Epílogo

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Pov's Nilce

Dois anos depois...

Pela fresta da porta eu vi ele chegar, nosso filho tem seis anos agora, e eu o deixei com o "tio legal" enquanto eu me arrrumava pro meu grande dia.

Cinco dias depois daquela noite, eu recebi o convite do casamento dele. O Luigui ia ser o page. A criança que leva as alianças ao altar. Alguns dias antes ele passou lá em casa e entregou a roupa dele. Ele disse que a outra criança tinha ficado doente e não poderia comparecer ao casamento e ele achou melhor que o filho ocupasse seu lugar. E eu concordei, lógico. Escondi a paternidade dele durante cinco anos!

E foi lindo de ver, meu menino, todo engravatadinho, e não conseguindo andar direito por causa do sapato. Depois da cerimônia, que foi de tarde, foi a festa. Essa começou ao pôr do sol. E os noivos lindos e sorridentes posavam na frente daquele horizonte. E naquele momento, quando o Leon cruzou seu olhar com o meu, que eu percebi a merda que tinha feito.

Mas já era tarde, ele havia acabado de se casar. Nós viramos grandes amigos depois daquilo. Então eu me conformei, e superei aquilo e agora aqui estou eu! Vestida de branco! Pronta pra subir ao altar! O meu menino vai ser a criança que vai levar as alianças ao altar. Afinal, não se tem só um amor na vida.

...

Depois de tudo. De toda a alegria e dos grãos de arroz eu fui conduzida a festa. Eu me sinto feliz agora. Com o cara que eu amo. Dentro do carro eu observo a aliança em meu dedo. E quando saio pro salão de festa ele me beija.

...

Estava na hora da valsa, aquela hora em que a noiva, que no caso sou eu, dança com que lhe pedir a mão. A primeira música inteira é com o meu noivo. Depois o meu pai pede a minha mão e ele me faz chorar com as coisas que fala. Depois do meu pai é o Luigui que vem. Em seus plenos seis anos mal consegue ficar perto de mim sem tropeçar no vestido. Logo depois dele vem Leon. Ele cutuca Luigui.

-Posso ter a honra também?
-Pode, tio. -o Luigui diz, solta minha mão e se perde no meio dos outros convidados que dançam
-Me concede essa dança? -ele diz estendendo a mão, fazendo reverência
-Ahh mais é claro! -digo e dou minha mão pra ele

Que a segura e me puxa junto a si. Suas mãos deslizam pelas minhas costas, a mão que ele segura é mantida sobre o seu peito. E assim nos dançamos. Eu apoiei o rosto no seu ombro. Ele sussurrou no meu ouvido, puxando assunto. A primeira coisa que ele diz é de partir o coração.

-As vezes eu quero que ele me chame de pai. -quando ele diz isso sua mão aperta mais a minha e meu olhar encontra Luigui brincando na festa
-Eu entendo, me desculpa. Eu não sei...
-Tudo bem, tá tudo bem. -a mão dele desliza mais uma vez pelas minhas costas e volta ao lugar
-Cadê a sua esposa, veio sozinho?
-Eu me separei dela semana passada. Não quis te preocupar com isso.
-O que aconteceu?!!
-Ela me traiu.
-Ah meu Deus, Leon, eu sinto muito. -Tá tudo bem.
-Para de ficar falando que as coisas estão bem, Leon. -digo me afastando pra encara-lo
-Tá, tudo está péssimo! -ele diz sarcasticamente e eu abro um sorriso
-Também não é assim.
-Tá sim, eu acabei de perder a mulher da minha vida, mas quem se importa? -ele diz e olha como só me olhou uma vez na vida (eu espero que vocês saibam quando)
-Ai meu Deus, daqui a pouco ela se toca do que deixou pra trás e volta correndo pra você!

Em silêncio ele me encara por alguns segundos, e eu sorrio pra ele.

-Psiu, volta pra cá! -ele diz fazendo sinal pra mim voltar a me encostar em seu ombro

E assim faço. Eu não sei se fui eu que não percebi ou os outros acharam que nós estavamos conversando e que não deveriam nos pertubar, mas acho que ninguém pediu minha mão pra dançar depois do Leon. Ficamos os dois música após música, juntos e abraçados, seguindo o embalo da música, trocando poucas palavras quando nos dava vontade.

He Should know (Continuação)Where stories live. Discover now