CAPÍTULO 4

4.2K 359 44
                                    

Ao chegar à casa do Roger, ela ouviu um barulho estranho no porta-malas do carro, e isso fez com que o seu coração gelasse. O que tinha naquele carro? A casa do Roger estava com a janela aberta. Antes de chamar os pais dele, Eduarda resolveu abrir o porta-malas e verificar o que estava acontecendo.

Ela contou até cinco, respirou fundo e abriu. Quando o abriu, ficou bastante assustada. Quem estava no porta-malas era a zumbi Alice! Eduarda afastou-se, e a zumbi disse ao sair:

— Nossa! Até...que...enfim...você...abriu...essa...porra! Eu...já...estava...ficando...com...mau... cheiro.

— Na verdade, você já tinha mau cheiro, né, gata?

— Você...é...muito ingrata! Eu...te...salvei. Por isso, deveria...me...agradecer e não...me...criticar.

— Valeu, dona zumbi. Mas eu queria ir embora.

— Eu...voltei...com...a...sua água e te vi...correndo...para o carro. Como...pôde fazer...isso?

— Já te disse... Eu tinha que ir embora. Não sei por que você estava me prendendo naquele lugar horroroso.

— Porque eu...

— Desembucha, mulher!

— Eu...

De repente, a porta da casa foi aberta. Por causa disso, a Eduarda mandou a zumbi se esconder atrás de uma árvore. A mãe do Roger a viu, e Eduarda chegou perto dela. Elas se cumprimentaram. Em seguida, a mãe do garoto, então, perguntou:

— Onde está o meu filho?

— É sobre isso que eu vim falar com a senhora. Eu trouxe o carro dele.

— Sim, mas por que ele mesmo não trouxe o carro?

— O seu filho me levou até a cidade abandonada e ele foi atacado por um zumbi.

— Não pode ser... Você está me dizendo que ele foi naquele lugar e está morto?

— Sim.

Ela começou a chorar, e Eduarda continuou:

— Eu sinto muito. Eu não queria ir até lá, mas a senhora sabe como é o Roger...Ele não acreditava que a cidade tinha zumbis.

— Não posso acreditar... Eu não criei um filho para morrer dessa forma. A polícia precisa fazer alguma coisa antes que os zumbis façam mais vítimas.

— Eu falei com o meu pai e ele vai avisar a polícia sobre o que aconteceu.

— E agora? Como vou dar um enterro digno ao meu filho?

— Pelo o que vi, ainda sobrou algumas partes dele. Então pode ser sepultado.

— Isso só pode ser uma brincadeira de mau gosto, menina!

— Eu bem que queria que fosse, mas é a mais triste verdade.

A mulher começou a chorar ainda mais, e Eduarda não soube mais ou que dizer e resolveu se despedir dela e ir embora a pé. Ela tinha ficado tão triste com aquela situação, que nem tinha percebido que a zumbi estava a seguindo. Ela só percebeu esse fato quando as pessoas começaram a olhá-la. Ela pensou: O que tem de errado? Até olhou para a sua calça, mas o zíper estava fechado. Quando se virou para trás, viu a zumbi com um sorriso enorme.

— Caramba! Eu tinha esquecido que você estava aqui. Me desculpe!

— Pois é... Não deveria.

Ela é uma zumbi (conto lésbico)Where stories live. Discover now