Thirteen.

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Não sei quanto tempo permaneci ali sem abrir os olhos e com a cabeça ainda encostada nos armários, me mexendo apenas para mudar a posição das pernas. Só não consegui tirar meus pensamentos do que havia acabado de acontecer. Tudo bem que eu era uma pessoa muito ciumenta, mas eu conhecia Tom não havia quase uma semana. 

E tudo bem que ele era extremamente bonito e com um corpo maravilhoso, cabelo perfeito e olhos encantadores, mas eu não podia sentir algo por ele. Não. Não podia. As experiências que tive com esse tipo de coisa no passado não foram uma das melhores.

  — Droga..   — Resmunguei ao escutar o barulho da porta da sala sendo aberta mas mesmo assim não abri os olhos. Já estava me preparando psicologicamente para um dos longos sermões da professora, até que senti alguém sentando ao meu lado.

  — Dylan? Me desculpe — O timbre de sua voz e seu sotaque me causaram alguns leves arrepios na nuca. Tentei conter um sorriso que teimava em escapar por meus lábios e abri os olhos depois de alguns segundos, o encarando. Thomas estava cabisbaixo e ainda não direcionara seu olhar a mim.

— Pelo o quê? — Dei um sorriso vitorioso quando pensei que iria fingir não saber de nada apenas para ver o que ele iria me responder. Logo tive de fazer uma expressão séria ao perceber que ele levantou a cabeça para me olhar. 

  — Você sabe! — Tom logo desviou seu olhar para outro canto qualquer. Eu percebi que ele não conseguia manter contato visual por muito tempo e não consegui conter outro sorriso.

— Não, eu não sei. Por que você não me fala? — Ele deu um longo suspiro e toda vez que ele se mantinha cabisbaixo eu aproveitava para sorrir ou dar risadinhas baixas. 

— Pela Hayden. Droga, Dylan, você sabe!

— Ah, isso — Murmurei enquanto olhava para o chão, como se não me importasse tanto. O olhei de canto e percebi que ele estava com uma expressão séria e os braços cruzados enquanto me fitava, como se esperasse algo de mim também. — Tudo bem, foi mal. Não sei o que aconteceu.

Tom apenas assentiu lentamente com a cabeça e sentou-se de frente novamente, relaxando os braços ao lado de seu corpo. Um silêncio perturbador instalou-se entre nós, com apenas alguns murmúrios e risadas abafadas vindas de dentro das salas de aula. Fiquei encarando o teto, ás vezes nervoso por não conseguir pensar em nenhum assunto descente para quebrar o clima meio tenso. Até que a pergunta mais lógica veio á tona em minha mente.

— Por que nos desculpamos dessa merda? — Falei um pouco alto demais enquanto levantava as mãos, num sinal de confusão.  

  — Eu.. eu não sei. Só.. não sei, parece que você não gostou nada daquilo. — Thomas tinha um pequeno sorriso nos lábios enquanto falava e as bochechas um tanto quanto rosadas.

Apenas sorri em resposta também e nós rimos. Algumas ruguinhas formaram-se abaixo de seus olhos enquanto ele sorria. Os mesmos possuíam um leve brilho também e, quando ele permanecia assim por muito tempo, colocava uma de suas mãos em frente a boca por vergonha. Talvez o fato de que eu não parei de fitá-lo nem por um segundo piorasse isso, mas eu simplesmente não conseguia deixar de reparar em todos os seus pequenos detalhes que pouco a pouco se tornavam exclusivos dele.

Aproveitei para me aproximar lentamente enquanto ele ainda se mantinha cabisbaixo, evitando olhar para mim. Pude sentir seu perfume de sempre, o mesmo que usou quando apareceu no estúdio pela primeira vez. Reparei com mais nitidez em seu osso marcado do maxilar e tive que conter o máximo que podia a vontade de tocá-los e roçar levemente meus dedos nele com uma das mãos. Tom finalmente levantou seu olhar para o meu e eu tive medo de que recuasse, mas ele não o fez. Eu já estava próximo demais de seus lábios perfeitamente delineados, enquanto nossos narizes se roçavam levemente um no outro e eu podia sentir sua respiração quente e lenta bem próxima.

Então a droga do sinal tocou.

make me believe again || newtmasWhere stories live. Discover now