treino diario

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Atirar, abaixar e correr. Já decorei o padrão. Tento acertar os pontos vitais com maior precisão possivel, é necessario, sei que é.

-Ta muito devagar- Grita Lucca- quer morrer antes sequer de chegar em campo de batalha?

Tento não me concentrar naqueles bicips tipo perfeitos e foco em aumentar meu ritmo, mas estou muito esgotada, estou desde de cedo sem comer, sem beber e sem descançar, mas não me entrego,  sou teimosa.

Sei que é o ultimo alvo, me aproximo, rolo por baixo de um carro, porém ele acaba percebendo minha chegada e se vira para atirar, só que sou mais rapida.

-Sinto muito- grito, e logo após aperto o gatilho, corro e pego minha almejada bandeira, e percebo  varias partes de robô voando. Acabei a lição. Me sinto orgulhosa. Destrui bastante robôs.

-9 robôs em quatro minutos e 34 segundos? Ta de brincadeira né Lis?? - Lucca parece indignado, enquanto grita comigo- Final da fila AGORA, quero esse tempo pela metade. Minha vó faz melhor enquanto toma banho.

Meu nome é Lis, estou no treinamento de kringers a uns três anos, mas pareço não me adaptar a essa rotina.Como costumam dizer sou um pouco rebelde.

-Coloca sua vó pra lutar com os Yamas então - murmuro.

Ele não me ouve, ou pelo menos finge não ouvir. Nós os kringers somos como caçadores, ou melhor dizendo, somos assassinos dos mais mortiferos e perigosos. Somos criados e treinados para matar e distruir Yamas. Eu ainda estou em processo de formação. Como se fosse um curso que precisa de diploma.

Arthur é o proximo. Estamos treinando com armas hoje. O campo em que estamos é extenso, nele estão distribuidos 12 robôs com dois metros de altura, com sensor de movento, e apenas dois pontos vitais. Eles atiram com uma arma paralizante em nós, que faz parte da simulação. Existem também diversos outros obstaculos, o nosso objetivo e atravessar o campo, sem sermos atingidos, acertar maior numero de robôs possivel e pegar a bandeira. Como se ela fosse um ser humano a ser salvo.

Depois de ficar na fila, e repitir mais três vezes somos liberados para ir pra casa. Até que enfim.
Agora partiu uma corrida de vinte quilometros.

-Quem chegar primeiro ganha um banho quente - Grita Guto, nosso outro treinador.

Antes que ele terminasse de falar, não sobrou uma pessoa sequer, e eu com certeza sou uma das que corre, quem não quer um banho quente? Até hoje só tomei 4 na minha vida, então partiu.

***

Se você não está intendendo nada do que estou falando, é por que tem sorte, e eles ainda não te encontraram. Mas vou explicar. Ou pelo menos falar do que sei. E aos poucos, pois quem sabe muito corre perigo.

O planeta saiu fora do controle, armas de dimensões gigantescas foram criadas, a fome e a miséria se alastraram, e os conflitos eclodiram em uma extenção gigantesca. A crueldade e ódio atingiu ao coração da maior parte da população.

Sem saber  como ou de onde os Yamas aparareceram, e sua unica função é dizimar a população humana do planeta. Ou pelo menos a parte que lhe é conveniente. Já se passaram vinte anos de Guerra e mais de três bilhões de pessoas morreram, e pior muitas delas sendo inocentes.

***
- Porra, se joga no chão. Agora.- Escuto Arthur gritar comigo, normalmente eu mandaria ele ir se ferrar, mas a coisa é seria. Paro a corrida pelo banho quente e faço o que ele pede imediatamente, e procuro por minha arma na cintura.

Estavamos voltando pra casa, correndo é claro, pra ganhar resistencia, e como de costume temos surpresas desagradaveis . Estamos em um grupo bem numeroso, mas ainda sim corremos perigo.

Cerca de treze Yamas nos cercam e tentam nos acertar.

Saco a arma e fico preparada para atirar, estou desprotegida e vulneral, vejo uma árvore  e corro para me esconder atras dela, e ter uma visão melhor da situação. Para poder atacar sem ser atingida.

Revolveres, facas, flexas, e munições, todos tentam se defender do jeito que podem, miro em um Yama, sei que não é um simples robô, e que em hipotese nenhuma posso errar, mas algo me surpreende.

-O que pensa que vai fazer-siliba uma voz tremula ao meu lado, e assim que me dou conta ele me arremessa uma faca, e a unica coisa que faço é rolar para o chão, me levantar e atirar. Um Yama está me atacando.

Acerto sua clavicula, o Yama grita de dor, mas ainda não se dissolve, e vem para cima de mim com tudo.

Yama é o deus budista da morte, conhecido também como Azrael no cristianismo, Hades na mitologia grega e assim sucessivamente.

Mas na realidade, eles não são uma divindade em si, nem imortais, eles são mais como capachos de um alguem desconhecido, que matam a qualquer custo e a todo instante, assim como um deus da morte por isso o nome.

Ele tenta me atingir dessa vez com um raio, não sou rapida o suficiente , e acabo sendo atinginda de raspão no meu braço. Chio  de dor. Ele se aproxima, mas lhe acerto uma rasteira, tento atirar mas meu braço atingido está paralisado.

Reparo a criatura caida no chão, com cerca de dois metros e meio, de pele azulada, e com feridas aparentes cheias de vermes, três olhos extremamente brancos, em uma mão a famosa foice, com corte destruidor, e capaz de lançar raios, e na outra mão um escudo, que não estava sendo tão bem manipulado.

A criatura é rapida e começa e se levantar, a dor do meu braço começa a se alastrar por todo meu corpo, sei que se não agir agora vai ser tarde de mais, olho para onde estão os outros e eles acabam de matar o ultimo Yama, e sei que ainda não sentiram minha falta.

É agora ou nunca. Estou a cerca de quatro metros dele, tento pegar a maior quantidade de impulso possivel, e corro em sua direção. Ele levanta a foice para me acertar, mas de ultima hora, ao invés de atacar, salto por cima dele, e antes que a criatura se de conta do que aconteceu e se vire lhe cravo uma faca de bronze que estava presa na minha cintura, em seu pescoço.

Vejo aquele Yama se reduzindo a pó em meros segundos. Teve sorte por ser um Yamaby, que significa ser um recem criado, sem abilidade de luta, e muito menos poderes.

Sinto que vou desmaiar, já não sinto o lado esquerdo do meu corpo. Mas também a idiota aqui, tinha que tirar o uniforme de proteção. Se eu morrer aqui a culpa vai ser minha mesmo, e nem vou poder tomar meu ultimo banho quente, ou ter minha ultima refeição, acho que estou com fome, muita fome. Desabo no chão, minha vista escurece.

- Alguém, por favor - grito tentando parecer calma mas sem sucesso.

Alguns segundos se passam, mas que para mim parecem mais eternos minutos ou até horas, e ouço passos na minha direção.

- O que aconteceu?-ele grita- sua irresponsavel! Por que se afastou do grupo? Cabeça dura. Alguém aqui, rapido, preciso de ajuda- ele continua gritando e nervoso.

Me sinto ser levantada do chão.

-Sua vó pode até ser mais rapida que eu - falo baixinho, reunindo maior quantidade de voz possivel - mas do que adianta, se ela não está perto na hora do vamos ver.

- Vai se catar menina.-Lucca bufa.

Consigo apenas dar uma pequena risada de deboche, não sei se demonstro, ou é apenas no meu subconciênte e do nada, tudo se apaga.

Assassinos Da MorteTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang