Exhaust valve - L.s

1.2

Harry.

- O que deu em você, Harry ? - Selina falava, ou melhor, gritava, apoiando as mãos sobre a mesa e jogado seu corpo para o outro lado -onde eu estava- com fúria transbordando em suas palavras - Brian ficou inconsciente! Você está me ouvindo ? I-n-c-o-n-s-c-i-e-n-t-e !

- Ele me provocou ! - Me defendi -

- Você dormiu com a namorada dele !

Selina agora passeava pela sala em um ato de pura impaciência. Suas mãos massageavam a lateral de sua cabeça enquanto a morena respirava fundo.

- Ela me procurou, eu fiz meu papel de homem. Não tenho culpa se ele não deu conta do trabalho.

- Meu Deus Harry ! Ser homem não significa que você tem que sair por ai colcando chifre em cabeças alheias. Ela errou ? Lógico que sim. Mas você sabia que era errado e que Kendall tinha namorado, você poderia muito bem ter evitado toda essa confusão e não ter feito seu "papel de homem " - Selina falou, gesticulando com as mãos - Com tantas meninas bonitas nesse Colégio, Harry.

- Tá, eu vou ser expulso ? Qual vai ser meu castigo? Da pra adiantar está merda ? - Falei ja sem paciência -

Selina me encarou por longos segundos e soltou a respiração, sentou-se em sua cadeira e cruzou os braços, ainda me encarando.

- Isso seria sim um caso para expulsão, você quase matou uma pessoa.

- Já posso ir fazendo as malas ?

- Deixe-me terminar de falar, Styles. -Concordei bufando - Antes de você vir para cá, eu e sua mãe tivemos uma conversa séria. Eu sei que o que você não tem de paciente, tem de explosivo. Imagino que o que aconteceu na segunda, não passou de mais um de seus ataques, correto ? - Não respondi e suponho que ela tenha entendido como um sim - Ela me disse que não queria lhe internar, Harry, a sua mãe queria que você tivesse mais contato com outras pessoas sem drogas ou bebidas. Ela acha possível sim que você possa se controlar sem precisar de internação em clínicas especializadas, por isso ela escolheu nosso Colégio, pois aqui você teria como fazer tudo isso.

- Aonde você quer chegar com isso ? - Perguntei, um pouco surpreso pela descoberta -

- Eu não vou te expulsar, acho que me envolvi demais com você e seu caso. Assim como a sua mãe, eu quero te ajudar.

- Não quero ser grosso, mas... Eu não preciso da sua ajuda.

- Sim, você precisa. - Ela disse - Seu castigo vai ser ajudar no refeitório do colégio durante duas semanas no período da tarde, ou seja, no almoço. Temos uma psicóloga no colégio, caso você queira, ela estará a sua disposição. E passe na enfermaria para trocar os curativos. Sua detenção começa amanhã, está liberado.

Não respondi, apenas me levantei da cadeira e fui até a porta, me retirando da sala.

Hoje é quarta-feira, dois dias após o trágico acontecimento no refeitório. As pessoas agora me olham com medo, nenhuma delas se atrevem a falar comigo além de Cara, Ed, Niall, Tristan, Brad, Zayn, Liam e claro, Louis. Por incrível que pareça, eles não ficaram com medo e sim, preocupados. Na segunda-feira, eles foram até meu dormitório e entraram com a ajuda de Brad, pegando eu e Louis dormindo abraçados o que fez com que eu e Louis fôssemos o assunto principal da nossa rodinha.
Bom, eu e Louis estamos ainda mais próximos, todo lugar que eu estou, ele está como agora por exemplo.
Assim que abri a porta, dei de Cara com um pequeno ser jogado em uma das cadeiras que ficavam ali no corredor.

- E então? - Ele perguntou -

- Duas semanas no refeitório

- Ela pegou leve, tipo, muito leve - Ele falou aliviado -

- Realmente.

- Para onde nós vamos agora ?

- Não temos mais nenhuma aula, os casais devem estar namorando e Cara tá paquerando alguma menina. Sugiro o terraço.

- Certo.

Fizemos todo o percurso até chegarmos no terraço. Sentamos em uma toalha vermelha que foi colocada lá por Louis.

- Me fala sobre você.

Soltei as palavras de vez sem saber o real motivo da minha curiosidade na vida do garoto.

- O que você quer saber ? - Ele falou cruzando as pernas, típico -

- Quantos anos ?

- Dezesseis.

- O que você gosta de fazer ?

- Definitivamente ver filmes ou séries e ouvir música. Sem falar nos livros, é claro.

- Pretende se formar em que ?

- Eu ainda não faço a mínima ideia! - Ele riu, e eu ri junto -

- Gay ?

- Totalmente !

- Por que você me beijou ?

A pergunta saiu da minha boca involuntariamente, e, como a merda ja estava feita, me virei para Louis e encarei seu rosto surpreso e corado.

Depois de Louis ter selado nossos lábios, ele me deixou com um gostinho de quero mais, sabe ? Selinho nunca é suficiente, é como se você tivesse comendo a massa da lasanha e, quando o recheio chegasse, alguém tomasse o seu prato.
Nós não falamos sobre isso durante esse tempo e eu acho que está mais que na hora de saber o motivo daquilo.

- E-eu n-ão.. Você não g-ostou ?

- Foi apenas um selinho, Louis, calma. - Eu ri -

- Uh, sim, claro.

- Você ainda não me respondeu.

- E-eu n-ão sei, estávamos próximos e -

- Assim ?

Inclinei meu corpo para perto de Louis, deixando nossos rostos praticamente grudados podendo sentir a respiração do menor pesar ainda mais.

- S-sim - Ele disse, encarando meus lábios -

Sem dar tempo para o lado racional do meu cérebro me alertar, coloquei minha mão na nuca de Louis e puxei -ainda mais - sua cabeça fazendo, finalmente, nossos lábios se encontrarem.
Louis parecia surpreso, mas logo cedeu aos meus pedidos silenciosos para aprofundar o beijo fazendo com que minha língua invadisse sua boca e explorasse todos os cantos existentes ali. Não era um beijo vulgar - os quais eu estava acostumado -. Era um beijo calmo e sem pressa. Um beijo gostoso e viciante. A boca de Louis é viciante

A falta de ar se fez presente, e eu tive que - sem a menor vontade - parar o beijo com pequenos selinhos. Observei os olhos azuis de Louis que estavam brilhando feito olhos de crianças quando ganha algum brinquedo, fazendo o garoto corar mais ainda e abaixar a cabeça. Em um ato totalmente involuntário, deixei um beijo na testa do garoto e o embalei em meus braços.

Era engraçado a forma que Louis tinha me mudado em tão pouco tempo.

Eu beijei um garoto. Eu beijei Louis. E eu gostei disso.