Capitulo 30

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"He wont touch you like I do."

Não é engraçado como a vida prega partidas? Todos os dias dou conselhos a pessoas, pessoas que eu não conheço mas que superam problemas com as minhas palavras, mas quando eu alcanço uma rua sem saída eu própria não consigo sair de lá. A minha avó antes de falecer garantiu-me que um dia eu iria perceber que o que dizemos aos outros, não é tão fácil de aplicar como parece pois as palavras são mais fáceis do que os actos. E é por isso que tantas pessoas sofrem, porque precisam de actos e não de palavras. Tinha plena noção de que quando me envolvesse com o Harry, me iria estar a meter numa encruzilhada mas mesmo assim eu quis continuar em frente e acabei por bater com a cabeça numa parede dura. Talvez tenha sido uma razão para abrir os olhos? Talvez.

Mas o problema é que eu sei que não foi. Porque eu sei que quando esta raiva passar, eu vou querer desculpa-lo como sempre porém nem tudo gira à volta de aceitar as desculpas. Quantas vezes não dizemos que aceitamos as desculpas mas não esquecemos as coisas que aconteceram e até ficamos a pensar nisso durante uns tempos? O problema é que nós aceitamos as desculpas mas não esquecemos o que aconteceu.

"Pensava que tinhas ido embora." Ouvi a voz dele atrás de mim e respirei fundo tentando encontrar o último pedaço de calma que eu tinha. "Não me vais responder?"

"Não quero falar contigo." Respondi rápida e ele sentou-se ao meu lado e eu desviei-me um pouco para o lado sempre mantendo o olhar em frente.

"A lua está bonita hoje." Ele só pode estar a brincar comigo, porque raio é que ele está a falar da lua? "Gosto de olhar para a lua quando as coisas não estão bem à minha volta, como agora. Provavelmente deves estar a pensar porque é que ele me está a falar da lua quando estamos neste ambiente tão estranho?"

Conti um sorriso por ele saber exactamente o que eu estou a pensar. São estas pequenas coisas que me metem confusa. Ele continuou a falar. "Isto vai parecer a coisa mais pirosa de sempre mas é o que eu penso. De verdade. Estás a ver aquela estrela ali?" Ele apontou para uma estrela pequena perto da lua. Assenti com a cabeça ainda sem olhar para ele. "Ela sou eu. E a lua és tu. Repara no quão afastadas elas estão, se posicionares o teu dedo à frente nem chega à grossura de um dedo." Ele experimentou. "É assim que nós estamos agora. Talvez aquela estrela e a lua já tenham estado tão próximas que conseguiam ver tudo uma da outra mas provavelmente uma delas cometeu um erro, talvez a estrela, e a lua afastou-se." Ele respirou fundo e olhou para mim pela primeira vez desde que se sentou enquanto se aproximava um pouco de mim. "Desculpa."

"Estou farta das tuas desculpas. Tu pedes desculpas mas acabas sempre por cometer os mesmos erros Harry."

"Tu sabes que eu estou doente."

"Não culpes a tua doença quando tu sabes aquilo que estás a fazer. Isso é cobardice Harry."

"Eu sei." Se ele sabe porque é que o faz? "Mas é complicado eu admitir os meus erros quando eu nunca o fiz. Devias saber isso, acho que já me conheces o suficiente."

"Isto é tão patético." Afirmei. "Sinto-me como se estivesse doida."

"É o que eu sinto todos os dias, Kath."

"Não Harry! Isso é o que tu queres sentir todos os dias porque tu não consegues sair dessa bolha que formaste só porque tens medo de ser magoado."

"Não sabes daquilo que falas." Ele levantou-se e eu fiz o mesmo.

"Vês?!" Levantei o tom de voz. "Assim que eu te ataquei, tu assumiste o Harry Poderoso e Ameaçador que não é magoado por ninguém, que é o melhor de todos e que não se preocupa com ninguém!"

Closer to you | h.s #wattys2016Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt