Capitulo 4:O inicio de uma jornada

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Quando você bolar um plano para desafiar um reino, indico que você antes de desafiá-lo, tenha o plano. Eu simplesmente sai andando com Giovanna, sem rumo. Até chegarmos ao local do antigo vilarejo, hoje cemitério. Não trocamos uma palavra sequer no caminho, e ela manteve-se distante de mim até chegarmos. Ao chegar, a perguntei:
-Giovanna, você está bem? Acho bom descansarmos um pouco.
Ela sentou-se, se acomodando em uma árvore e disse:
-Estou muito bem. Apesar de estar seguindo um idiota.
Não me senti insultado. Até porque ela estava certa mesmo. Eu então a perguntei:
-Você tem alguma idéia de como posso recuperar minhas memórias?
Ela respondeu simplesmente:
-Não.
Então continuei:
-Tem idéia de pra onde podemos ir? Ou o que podemos fazer a partir de hoje...
novamente ela foi seca:
-Não.
-Posso chamar você de Gio?
Ela me olhou com certo desanimo e disse:
-Não!
Então para quebrar o gelo eu disse:
-ok Gio. Precisamos de um local pra passar a noite. Aqui tem casas vazias e isso deve servir. Espero que não se encomodem. Deviamos ter esperado amanhecer para sair.
Ela me olhou com odio. Mas levantou em busca de abrigo. Facilmente achamos um. Claro, era uma casa destruida, e cheia de musgo nas paredes. Mas já era suficiente.
-Porque a capital se chama Pegasus?-perguntei
Ela se acomodou em um canto e disse:
-Diz a lenda, que o desbravador que descobriu o reino de Midori, ao desembarcar se deparou com um belíssimo cavalo branco enorme e com asas, que ao vê-lo saiu voando em toda sua magnifica e suave forma de voar. Dai ele resolveu nomear a capital em homenagem a este fato. Mas não passa de uma lenda.
-O que voar significa para você Gio?
-Porquê?-ela perguntou sem entender
Eu não sabia o motivo da pergunta. Saiu meio que num modo automático. Algo me dizia que eu tinha vontade de voar.
-Acho que eu tinha vontade de voar algum dia.-respondi
-Voar para mim é ser livre. Não ter ninguem te prendendo. Te cobrando. Não ser obrigado a estar em um reino... isto soa estranho né?
-Como assim?
-O simbolo da capital é Pegasus. Um ser da mitologia ancestral, livre, esplêndido. E a capital rouba a liberdade das pessoas...
Gio foi interrompida pelo enorme ronco do meu estômago. Eu então disse:
-Me perdoe. Nao foi de propósito. Você tem suprimentos ai, certo?
Ela me passou a mochila com um pouco de comida. Nós comemos muito pouco pra economizar. A comida seria dificil dali para frente.

Após um longo tempo de silêncio, Gio me perguntou:
-Porque você está desafiando a todos assim?
-Simplesmente porque não acho certo o que estão fazendo.
Ela pareceu não se importar muito com minha resposta. Então eu perguntei:
-E você veio comigo por qual motivo?
-Apenas para te mostrar mais sobre o reino.
-Você sabe onde podemos ir atrás de informações sobre minha memória e meus poderes , não sabe?
Ela olhou para cima, para as mãos, tentou desfarçar, e por fim disse:
-Tem algumas cidades aqui próximo, talvez os vendedores dos mercados e bares tenham informações. Eles ouvem de tudo sobre o reino.
Fiquei feliz em saber que haviam chances de algo mudar para gente. Então eu disse:
-Gio, vamos dormir cedo então. Amanha nosso dia será longo rumo a estas cidades - Eu disse animado, enquanto ela simplesmente se virou e respondeu:
-Já está tarde seu idiota.
E assim foi a primeira noite após desafiar o reino. Que na verdade ainda nem sabia do que eu havia feito. Provavelmente achem que Everlight já desapareceu do mapa. Nem devem sonhar que a revolução estava prestes a ocorrer.

A Maldição Do Reino De MidoriWhere stories live. Discover now