Meu Vizinho, Zack.

A sua chegada a vizinhança

      Era uma tarde de outono como qualquer outra, ouvia-se apenas os sons de alguns poucos passarinhos que já se recolhiam e tudo já estava muito calmo, meio sombrio até. Eu precisava me distrair, não sei, talvez sair com os amigos... Mas, que amigos garota? Eu simplesmente precisava de alguma forma me distrair. Pensei em ir caminhar, mas já estava quase anoitecendo, e quando anoitece tudo se torna perigoso por aqui. Então resolvi me deitar, algo que eu tinha feito muito nos últimos dias, e tentar dormir um pouco talvez. Eu estava com as pálpebras pesadas, quase não conseguia manter os olhos abertos, mas despertei ainda atordoada com o barulho de portas de carro batendo e pessoas conversando. Pulei da cama meio destrambelhada e corri até a janela, afastei as cortinas para espiar e vi que eu tinha vizinhos novos. 

— Vizinhos novos? Como assim? Tinha placa de vende-se até a alguns dias! Nem se quer reparei que ela tinha para vendida — murmurei comigo mesma, seguindo em uma conversa sozinha enquanto corria para o banheiro. 

 — Rápido Alicia! Vizinhos novos garota! Talvez você faça amizades. — Estou falando sozinha? Oh céus! gargalhei enquanto arrumava meu cabelo ou tentava na frente do espelho. Então para não ter muito trabalho, fiz um rabo de cavalo e deixei a minha franjinha quadrada bem destacada na frente. 

—Filha — disse minha mãe — vamos falar com os vizinhos novos, desça! Quando ouvi ela gritar. Corri ao guarda-roupa e peguei meu vestidinho azul com aquelas alças bem fininhas e como manteiga deslizei vestido a dentro, enquanto ia ao corredor que dava as escadas. 

 — Pronti... — fui cortada por uma vaga sensação de que estava esquecendo algo. — Droga! Esqueci das sandálias. Voltei correndo ao quarto e apanhei minha sapatilha que caia super bem com meu vestidinho. As calcei e fui em direção as escadas parando no topo delas. Minha mãe geralmente dizia se estava boa ou não a roupa que eu tinha escolhido, então fiz pose pondo uma mão no cabelo e outra na cintura com um biquinho. Após me dar uma leve olhada, ela diz 

 — O batom, querida! 

 — Não corta o clima mãe, não vai elogiar minha pose nova? —Nós duas rimos. E em seguida minha mãe corta o riso, o mudando por uma fisionomia meio séria. 

 — Mas é sério, vai por um batom. 

 Corri até o quarto, apanhei minha caixinha de maquiagem, e peguei o primeiro Batom que eu vi. Vermelho bem forte. 

 — Esse mesmo, vai destacar super bem os lábios. (Ri sozinha) Corro novamente até as escadas, mas dessa vez as desço. 

 — Rápido Alicia, precisamos recepciona-los — diz minha mãe sorrindo. 

 — Ta mãe, calma. Vou pegar esse vasinhos de flores novos, ok?! No mesmo instante eu concordo comigo mesma —Ok! Tá, agora vamos.