Capitulo 1 - A despedida

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Por Christiane

6:00 AM,

Acordo com o barulho irritante do meu despertador, mais um dia de trabalho, meu último na filial brasileira da Construtora Bertolini, apesar de estar realizando meus sonhos sinto um certo frio na espinha como se viessem muitas aventuras no novo país e não falo só pela mudança de idioma e cenário de convivência. Bom, hora de levantar me arrumar tomar meu café da manhã que nada mais é que um pão com queijo e um cafezinho amargo e sem graça, sei o que vocês estão pensando, não meu café da manhã não é daqueles de filme primeiro porque  só como algo pela manhã pra não passar mal, meu estômago é meio ocioso e segundo porquê ando sempre atrasada, posso acordar as 4 da manhã ainda me atraso. preciso urgentemente corrigir isso.

Depois de me arrumar pego meu carrinho lindo ,meu bebê, que foi conquistado com muito suor e dias a fio andando de ônibus e economizando ao máximo e vamos ao trabalho.

Chego no trabalho dou bom dia a todos que cruzam meu caminho e vou para minha sala, passo e dou um bom dia a minha secretária dona Amélia.

Sala essa super simples só tem uma mesa e  com meus computadores , algumas fotos espalhadas as cadeiras e algumas plantinhas.

-Bom dia dona Amélia ,como a senhora está? Melhorou da dor nas costas?- pergunto.

-Bom dia minha menina, estou bem só estou triste que vou ficar sem você, e sobre as costas estou melhorando, passei um "canela de velho" deu uma aliviada. Fala ela já com um semblante triste, dona Amélia é uma senhora de 55 anos cabelos brancos e um pavor de médico, que me trata como uma filha, uma mulher do coração de ouro.

-O dona Amélia não fica assim não, eu prometo que vou ligar para a senhora , lhe mandar uma lembrancinha da Itália e varias fotos dos boys e coroas gatos que eu encontrar . Eu falo tentando consolar ela.

Ao entrar em meu escritório dou de cara com os meus companheiros de equipe e meu chefinho querido com um bolo e salgadinhos em uma espécie de festinha de despedida.

Meu amigo lindo ,gay,companheiro de balada, meu confidente ,fiel escudeiro e arquiteto Renan vem me abraçar já chorando.

-Diva vou sentir sua falta! Quem vai ser meu chaveirinho agora?- ele fala e todos que estão presentes começam a sorrir.

O Henrique o engenheiro que se acha o Lindão o gostosão( que nem é isso tudo se o pintinho dele tiver 15 cm é muito , como eu sei? Bom digamos que eu já beijei ele e as coisas começaram a ficar quente passei a mão discretamente no pacote do cara achei só nada, depois disso inventei uma desculpa e sai de fininho, afinal pinto pequeno e simpático vai que salva alguma coisa, agora pinto pequeno que se acha o gostosão é o fim da picada):

-A qual é Renan, a chaveirinho vai embora mas o papai aqui fica.

Minha amiga, companheira de balada, confidente número 2 e engenheira civil também Bruna, resolve se pronunciar:

- Deixa de ser iludido, Henrique nem adianta querer se achar ,chaveirinho é insubstituível! Vamos sentir sua falta chaveirinho sem você a empresa não é mais a mesma. -fala ela.

Meu chefinho fala:

- você veio hoje de menina teimosa, era para você ficar em casa arrumando as malas afinal, mulheres são uma vida pra arrumar essas coisas e você embarca a noite.

-Eu sei chefe, minhas malas já estão prontas e tudo arrumado, como amo muito vocês vim me despedir mesmo, vou sentir muita falta de todos, - falo já com a voz embargada - foram vocês que me ajudaram a crescer profissionalmente, muito obrigada a meus colegas e amigos de profissão por terem me acolhido tão bem, e vamos parar esse clima de velório que eu não vou morrer vou e volto com fé no pai dentro de 1 ou 2 anos estarei de volta ,não é seu Antônio.

Ele assente sorrindo.

Em seguida partimos o bolo e comemos os salgados depois de mais chororo o pessoal volta as suas funções ficando apenas meus fiéis escudeiros Renan e Bruna.

-Chris, ouvi falar que os boys magia da Itália são todos lindos gostosos maravilhosos vigorosos todos "osos"-fala Renan todo exagerado em seus gestos.

- Eu também ouvi falar isso Renan e Chris, ouvi falar também que a maioria são héteros viu seu Renan - fala Bruna, para encarnar com Renan.

-Ai, que droga já ia pedir pra Chris embalar um pra viagem e mandar pra euzinha aqui, eu iria amar, mas mesmo assim viu Chrisinha do meu heart se você conhecer um que goste da fruta super aceito nem precisa mandar via SEDEX, manda mesmo pelo PAC dos correios que sai mais barato. - Dispara Renan.

Eu e Bruna caímos na gargalhada.

-Pode deixar Renan, e Bruna se eu encontrar alguém que faz seu tipo mando junto com o do Renan pra sair mais em conta o pacote sabe. -falo já sorrindo.

-Bom gente, vim hj mesmo somente para me despedir e perguntar se vocês vão me acompanhar ao aeroporto mais tarde?- pergunto.

-Com certeza -disparam juntos.

-Pois então vamos lá, que já vou indo vou passar na casa de minha mãe. - Digo já expulsando os dois do escritório fechando a porta.

- Tchau chaveirinho ate a noite -fala bruna me dando um abraço.

-Tchau amore - fala Renan.

Depois de me despedir deles vou onde dona Amélia e me despeço com um abraço e muitos desejos de boa viagem.

Saindo da empresa vou direto para casa da minha mãe que fica no mesmo bairro que o meu.

Minha mãe, dona Maria senhora que batalhou para criar a mim e minha irmã depois que meu pai (mais conhecido apenas como doador de sêmen) nos abandonou. Dona de uma comida excelente e uma paciência questionável.

Chegando a casa dela sou recebida antes de bater a porta do apartamento dela com um cheiro que me lembra a minha infância, cheiro de bolo de laranja. Bato na porta ela já vem me receber com carinho me abraçando e dizendo que vai sentir minha falta, hj ela vive em um local confortável com muito sacrifício nosso , eu e minha irmã nos unimos e compramos um bom apartamento em um bom local para ela, afinal sem ela nada seríamos. Apesar de nem tudo sempre ter sido flores entre eu e ela.

Depois de um tempo saio de lá e vou para casa tentar descansar para a viagem.

O horário de ir para o aeroporto chega e com ele chega também a saudade dessas pessoas maravilhosas que tornam meus dias melhores, estou no momento nostalgia quando escuto um carro buzinando, quando vou olhar vejo que são minhas amigas e Renan, fecho a mala, dou uma última olhada no meu lar que com muito suor e suaves prestações estou terminando adquirir. Desço ao encontro deles e seguimos rumo ao aeroporto.

Quando estão anunciando o embarque para o meu vôo começo a me despedir do pessoal.

-Filha se cuida que deus e a virgem Maria lhe guie. - fala minha mãe

-Amém mãe! - falo já abraçando-a e com um cisco nos olhos me fazendo lacrimejar

-Chaveirinho, não se esqueça da gente, quando chegar o período das minhas férias irei te visitar e aproveitar pra escolher meu italiano- fala Renan me dando um abraço de urso.

- Eita  Renan, seu eu encontrar seu italiano primeiro não devolvo viu- falo sorrindo e chorando ao mesmo tempo.

- Aí bate na madeira bicha, o que é do homem a mulher não come. - fala causando uma onda de risos.

-Amiga se cuida, usa camisinha, tome cuidado, se divirta mas não muito lembre-se de nós e quando eu tirar férias junto com a purpurina ali vamos lhe visitar. -Fala Bruna me dando um abraço carinhoso.

-Ei menina vai com deus e se cuida mostra como é o trabalho dos brasileiros. - Fala minha irmã Gabriela.

-Gente pode deixar vou me cuidar e aguardo vocês, Gabi cuida da mamãe enquanto eu tiver fora, Bruna vê se coloca juízo no Renan. Então é isso gente tá na hora , até breve. - falo chorando novamente.

Caminho ao portão de embarque e ao avião depois de me acomodar fico olhando pela janelinha, já sentindo uma saudade imensa me consumir.

Cosa Nostra Sob As Leis Do Amor  RepostagemWhere stories live. Discover now