Capítulo 3

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Jackson Brookmann

 O lugar em que estávamos era frio e pequeno, tinhaduas camas, uma privada e uma pia, tudo era cinza eme deixava totalmente deprimido, mas isso não apagavaa raiva que eu estava sentindo de Noah. Ele estava deitado em uma das camas, jogando uma bola ante estressepara cima, completamente à vontade como se fosse algonormal do seu cotidiano vir parar em lugares como esse. 

É impressionante o quão traiçoeiro é o álcool, emum minuto você está enchendo a cara e rindo de tudocom seus amigos, beijando quem quer que fosse a mulher sentada em seu colo, tudo fica lento e anestesiado,sua razão é roubada. Então, quando você se dá conta, étarde demais, já cometeu loucuras que nunca faria se estivesse sóbrio, mas, infelizmente, tudo é uma boa ideiaquando se está bêbado, como, por exemplo, sequestraruma lhama circense e acabar preso por isso. 

— Isso tudo é culpa sua! — esbravejei. — Vocêé uma péssima companhia Noah! Sempre me mete emconfusão, meu pai vai me matar! — falei andado de um lado para o outro

— Não te obriguei a beber, flor de lis, você bebeu porque quis, não é minha culpa que você tentou meacompanhar. — Ele gargalhou.

— Me lembre de nunca mais beber com você!— informei, me sentando na outra cama e apertandoa nuca.

— Já ouvi isso tantas vezes que nem acredito mais.Basta a primeira merda explodir para você vir com essemesmo discurso e no fim sempre volta a beber, é comoum loop infinito. — Riu dando de ombros.

— Eu odeio você, Noah — vociferei, o fuzilandocom os olhos cheio de fúria. 

— Odeia nada, você me ama! Sou seu melhoramigo, em breve estaremos rindo disso, como todas asoutras vezes.

—Não vamos rir Noah, porque eu vou estar morto!— exclamei desesperado. 

Cruzes quanto drama! Gigi não pode te matarpor isso, na verdade nem podem nos prender por isso. Seique é sua primeira vez em uma cadeia, mas vai ficar tudobem, pode se acalmar, "garotinha", o papai não vai cortarseus bens por isso.

Noah se levantou e foi até a porta da cela, do ladode fora era possível ver uma espécie de escritório, haviavárias mesas espalhadas, armários abarrotados de fichas,porém, naquela noite, havia apenas um policial mexendoem um computador, ele parecia bem concentrado.

— Ei! Você é novo por aqui, não é? Eu conheço todos os policiais dessa unidade, são quase minha família— Noah gargalhou. —, mas não conheço você. 

— Então você é o famoso Noah? — o policial perguntou se aproximando da cela. — Eu sou o policial Ramires, você é uma celebridade aqui, sua ficha é tão sujaquanto de um assassino. — Gargalhou. 

— Ei, eu nunca matei ninguém — Noah cruzou osbraços ofendido. —, quase, mas nunca matei ninguém.Não podem nos prender por isso! 

— Se não pudesse, vocês não estavam aqui. — Opolicial debochou. 

— É um bom argumento — Noah concordou meolhando. 

— Não temos direito a uma ligação? — pergunteime levantando e indo até onde Noah estava.— Sim, mas já fizemos isso, como são menores deidade ligamos para os responsáveis de vocês — explicou,engoli em seco. — Só um deles atendeu. 

— Nem preciso perguntar quem, Runner nuncaapareceria para me tirar da cadeia. — Noah riu um tantoamargurado. — Na verdade, ele nunca faria nada quefosse relacionado a mim, talvez uma festa quando eumorresse e ele ainda dançaria bêbado sobre meu caixão.

 — Cala a boca, Noah! — exclamei, o fazendo saltar de susto. — Tem noção do que vai acontecer quandomeu pai entrar por aquela porta? Estamos ferrados! 

Eu odeio amar você [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora