CAPÍTULO 11

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06 de junho de 2001.

David

— Ei Melissa, espere. — faço uma pequena corrida para alcançá-la.

— O que você quer, David? — pergunta ríspida sem interromper seus passos pelo estacionamento da USP.

— Quero minha amiga de volta.

— Ah, não me diga.

— O que há com vocês mulheres? — seguro seu braço fazendo-lhe parar seus movimentos. — Poxa vida, eu já te pedi desculpas por aquele dia várias vezes, o que mais você quer que eu faça? Até quando vai continuar me tratando friamente?

— Até quando me der na telha. Agora me deixe ir. — faz menção de voltar a andar, mas não deixo.

— Você quer que eu seja um cafajeste e te use como a maioria dos caras dessa universidade fazem?

— Pelo menos eles me desejam ao contrário de você.

— Porra, você é linda, gostosa pra caralho, a garota mais inteligente da turma! Merece alguém que se dedique inteiramente pra você e esse cara não sou eu, Mel.

Melissa desvia seu olhar por um instante e quando volta a me encarar percebo que está tentando controlar suas emoções.

— Você nem ao menos tentou gostar de mim, David.

— Eu gosto. Não como você queria, mas eu gosto. — seguro seu rosto com carinho. — Você é especial, Mel. Mas não posso te amar.

— Por causa dela. — diz com desgosto.

— É. — murmuro.

— Então porque não ficam juntos de uma vez? Assim pelo menos eu perderia a esperança.

— É complicado.

— Por causa de quê? Se duas pessoas se amam tanto, o que pode ser de tão complicado que as impeçam de ficarem juntas?

— Porque os relacionamentos sempre acabam e eu não quero perdê-la.

— Então você vai passar o resto da sua vida sozinho sem poder tê-la de verdade?

— Falando assim, isso soa bem ruim.

— E é, David. Todos nós queremos ser amados. Emocionalmente e fisicamente. Privar-se disso, vai fazer mal pra você mesmo.

— Se você não gostasse de mim seria mais fácil. — digo passando levemente meu polegar em seus lábios.

— Quem mandou ser tão bonito? — responde me fazendo sorrir. — Me dê uma chance, David? Não estou pedindo para me amar, eu aceito o que você puder me dar.

— Não, Mel. Eu não vou te usar dessa maneira. Você vai acabar saindo machucada e aí sim vai ter motivos para me odiar.

— Você também não facilita, caramba. Por que tinha que ser tão incrível assim? Vai ser impossível eu gostar de outro cara se ele for menos do que você.

— Não exagera. — digo lhe abraçando. — O cara certo pra você vai chegar Mel, acredite. — sorrio. — À proposito, fiquei feliz ao ver que voltou as suas origens. — pego em seu cabelo.

Desde que Sofia me disse que ela tinha mudado o visual por minha causa, fez-me sentir um pouco mal por isso. Agora ela voltou a ter seu cabelo castanho ondulado um pouco abaixo dos ombros. Melissa é realmente uma garota linda, e sensual pra caralho. Se pelo menos ela não gostasse de mim, eu poderia ficar com ela sem me importar com as consequências. Seria duas pessoas com tesão se pegando e nada mais. Mas ela tinha que ser apaixonada por mim, complicando toda essa situação.

Doce Exceção (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora