Segunda Parte

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Às dezesseis horas e dezenove minutos, alto do crepúsculo, o quarto do décimo terceiro andar fora tomado pelo grito mórbido de uma franzina e baixa mulher que corria em direção à janela escancarada. O vento soprava frio e cortante.

No chão, uma folha estava deitada ao lado de um livro notoriamente antigo de capa amarelada. Apenas isso; não havia nada mais no local.

O jovem rapaz fora encontrado esmagado contra o chão com um pedaço de latão e vidro quebrado ao redor da cabeça. Algumas testemunhas relataram – suas mãos tremiam – que uma sombra de tamanho anormal emergia do corpo.

Horas depois, naquela noite, a dama seguia para uma ambulância levada por homens vestidos em branco e gritando em tom insano; clamava que o grito e o riso parassem e se desculpava, visivelmente arrependida por ter cedido às palavras, por ter folheado as páginas proibidas.


O Retorno do Rei de AmareloOnde as histórias ganham vida. Descobre agora