Chapter Four - Sippin On' Sunshine

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Ae, finalmente né. Mais um uhul. Bora com as Avril do core. Até la em baixo!

"Cara, você me leva às alturas

Estou agitada como uma colmeia

Cara, você está tão bonito

Mas quente que julho

Eu só quero ficar

Hoje e para sempre

Tomando goles de sol"

É incrível como nunca estamos satisfeitos, se temos uma casa, queremos uma maior, se temos um carro, queremos um maior, se temos uma piscina queremos uma maior e mais funda, se temos alguém para gostar, aí então gostamos de outra pessoa, aquela pessoa que não podemos gostar, e que seria impossível ter um relacionamento.

E depois de tanto tempo, tentando me focar em apenas ser feliz com o que eu já tinha, eu percebi que não importa o quanto de coisas eu tiver, eu sempre vou querer mais, e isso me irrita profundamente até hoje, e sempre vai.

Não é tão lindo como as estrelas brilham? E te fazem perceber que as coisas podem ser tão distantes umas das outras, mas ainda possíveis de se ver? Isso não é lindo?

Eu achava as vezes que meu senso para tudo no mundo estava quebrado, mas eu percebi um dia, duas semanas atrás, na verdade, que eu tenho um senso maior do que qualquer pessoa pode ter, e uma raiva que pode consumir até mesmo o mais lindo dos cânticos ou a mais pacifica coisa que existe, eu aprendi também que era sedento por vingança, e quando me vinguei, infelizmente não senti nenhum remorso, eu me senti livre.

Será que eu ainda estava quebrado por ele ter partido? Ou apenas me lamentava por estar sozinho no mundo de novo? Eu não tinha certeza de nada, no fim. Mas que tipo de ser humano seria eu, se não tivesse duvida alguma sobre tudo, sobre o mundo.

—Você nunca vai perder o costume de deitar no telhado, não é?

Minha mãe, agora com os cabelos soltos e um roupão apareceu no parapeito de minha janela, eu apenas sorri e a olhei.

—Eu não canso de olhar as estrelas.

—Elas são as mesmas, não são?

—Como assim?

—Elas são as mesmas de onde morávamos, é a mesma vida, o mesmo destino, só mudou a sua volta, e você continua o mesmo. Entende? É como se você soltasse seu cachorrinho no quintal e ele corresse para longe, mas no fim voltasse para você, porque mesmo que tivesse ido a outro lugar, ele continuaria o mesmo cachorrinho, teria o mesmo jeito.

—Se você pensar assim, são as mesmas estrelas.

—Você vai ficar bem, não precisa de ninguém com você para isso.

—Eu sei mãe.

Encarei as estrelas por mais tempo, ela continuou ali, eu nem sei quanto tempo passou, mas ela ainda estava ali, e eu continuava pensando, e me perguntando porque eu não me sentia mal por ter feito aquilo.

— Boa noite.

Minha mãe disse antes de entrar, eu continuei lá por um tempo indeterminado, observando o infinito que eu tinha a cima de mim, saber que eu estava sob algo era bom ás vezes, mas saber que tinha que fazer algo não. E eu não iria fazer.

Quando finalmente desci do teto e entrei de volta pela janela do meu quarto, ele parecia tão sereno, era tão calmo e angelical.

Antes de me deitar, eu tive que pegar meu caderno de desenho sobre a mesa e desenhá-lo, era lindo, e eu terminei o desenho naquela mesma madrugada.

The Runninback |Z.H|Donde viven las historias. Descúbrelo ahora