Capítulo 29 - Em mãos amigas

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1996

Caminhei por uma rua estreita em busca de um hospital ou uma cabine telefônica sem sucesso. Com o dia dando lugar à noite meu medo foi ficando tão grande quanto à dor que eu sentia, mas a dor ainda saía ganhando e eu me sentei na beira da calçada para descansar.

Colocando a mão em um dos bolsos da saia encontrei algum dinheiro bruxo e no outro estava minha varinha. O que eu poderia fazer com aquilo para voltar à escola sem correr o risco de ser expulsa? A ideia veio rápida e me senti muito burra por não ter pensado naquela solução antes. O Knight Bus!

Fiquei tão animada que levantei depressa demais sentindo uma forte pontada do lado direito do abdome. Minha visão ficou embaçada pelas lágrimas e tive que apoiar na parede mais próxima para não cair.

- Tudo bem menina?

A voz desconhecida veio de um homem de semblante jovem que aparecera na rua.

- Sim, estou bem. Obrigada - não olhei direto para ele evitando que visse meus ferimentos.

Sem saber se ele era bruxo ou muggle não pude arriscar pegar minha varinha e chamar o ônibus.

- Uma menina tão bonita como você não deveria andar sozinha por aqui - ele se aproximou e tocou meus cabelos com as pontas dos dedos. Não era musculoso, mas tinha quase o dobro do meu tamanho. - É perigoso.

Eu recuei.

- Não estou sozinha. Meu pai está vindo - saí andando pela rua tentando disfarçar a dor que sentia.

- Espera aí! - ele me agarrou com força por um dos pulsos fazendo meu corpo girar. O movimento inesperado fez meu cabelo ser jogado para trás revelando o ferimento no rosto.

- Mas o que é isso? - ele passou o polegar sobre a pele sensível. - Foi papai quem fez isso com você?

Eu lutei para livrar meu braço da mão dele, mas seus dedos me agarravam firme.

- Me solta! - exigi.

- Sinto muito - ele agarrou meu outro pulso. - Mas não é todo dia que eu tenho uma delícia como você à minha disposição - ele aproximou o rosto do meu pescoço e inspirou de forma audível.

Entrei em pânico. Não sabia como me livraria dele tendo as duas mãos presas. Dei alguns passos para trás, mas ao contrário de ajudar caí no chão com o homem sobre mim. Apesar do movimento inesperado ele não soltou meus braços e riu com nossa nova posição.

Sentado sobre meus quadris com uma perna de cada lado do meu corpo, ele finalmente soltou meus braços. Suas mãos agarraram minha camisa pelas laterais e com um puxão forte os botões voaram longe deixando meu ventre exposto com o sutiã à mostra.

- Mas você deve ser uma garotinha malvada! - ele pressionou com uma das mãos a área onde eu havia sido pisoteada. Não consegui segurar o grito de dor. Ele não se importou com o barulho e começou a rir.

- Ninguém vai te ouvir garota! Pode gritar à vontade - o homem tirou a própria camisa de dentro da calça e começou a desafivelar o cinto.

Aproveitando seu momento de distração, eu peguei minha varinha dentro do bolso da saia e apontei para ele. Sua reação foi cair na gargalhada.

- O que você pensa que vai fazer com esse graveto? - ele me olhou confuso.

- Muggle! - falei sem pensar.

- O que?

Enfeitiçá-lo me garantiria a expulsão de Hogwarts, mas não fazer isso...

- Estupefaça! - a reação foi automática assim que senti uma das mãos dele sobre minha coxa levantando minha saia.

Livro 3 - O Retorno da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora