Family business

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Foram algumas horas de viagem, Liz dormia como um bebê no banco de trás e Dean estava tenso, percebi isso porque, a cada quilometro andado, suas mãos apertavam mais o volante do Impala. Não estava nervosa, mas curiosidade é como uma coceirinha no meio das costas é, no minimo, agoniante. Eu não dormi nada, não que eu precisasse, tentei trocar de lugar com Dean para que ele pudesse descansar um pouco, mas ele insistiu em dirigir, então eu apenas coloquei meus fones de ouvido e observei a noite calma pela janela.

Quando finalmente chegamos ao lugar, eu percebi que não era tão ruim quanto eu pensei que seria. Na verdade, era até bem legal. O lugar era enorme, tinha carros e motos a disposição, não que eles fossem deixar eu ou Liz usar nenhum deles, a sala era gigante, mas o que me incomodou foi que o único lugar que tinha uma televisão era o quarto de Sam, irmão de Dean e possivelmente meu tio.

Dean foi até a varanda do lugar e eu o segui, ele estava orando para Castiel. Apesar de eu ser uma nefilian, quando as pessoas oravam por mim eu pudia ouvi-las o que podia ser bem sinistro ás vezes, mas também era um jeito de eu me comunicar com minha irmã sem precisar de um celular ou telefone. Também conseguia falar na cabeça das pessoas, amava fazer isso, era uma das coisas mais uteis nos meus poderes de semi-anjo.

- Então, seu amiguinho alado vem ou não?- diz minha irmã para Dean

- Ele virá...- Dean suspira e olha para nós.- Mas enquanto isso, por que não nos contam como sobreviveram tanto tempo como caçadoras?

- O quê? Não acha que uma mulher pode ser uma caçadora tão boa quanto vocês?- Ela pergunta com raiva

- Pelo contrario, querida, conheço muitas caçadoras, estou apenas curioso para saber como você sobreviveu com a pequena Miss Sunshine aqui.- ele diz

- Ah, foi incrível deixar a minha irmã de 10 anos em um hotel qualquer para ir matar um demônio qualquer.- Responde minha irmã sarcasticamente.- Não foi fácil, você deve entender isso mais do que ninguém, mas acho que eu me sai bem.... apesar de tudo.

- Ainda não tenho uma opinião formada, mas tenho a sensação de que isso mudará em breve.- ele esboça um pequeno sorriso.

- Olá, Dean.- Eu supus que aquele era Castiel, devo dizer que ele tem um ótimo gosto para receptáculos. O homem que Castiel estava vestindo era de uma beleza diferente de tudo que já tinha visto. Ele era alto, não muito, mas era, tinha olhos azuis lindos e o cabelo castanho bagunçado. Eu podia sentir a áurea dele, e tinha quase certeza de que ele podia sentir a minha.

Todos os instintos dele o diziam para me matar, eu era uma abominação da natureza, mas, me corrija se eu estiver errada, ele lutou contra tudo que acreditava por Dean. Talvez Castiel estivesse escondendo algo que estava escrito bem em sua testa. Tinha algo rolando, mas eu não tinha certeza, então achei melhor calar a boca.

- Tem como você descobrir se ela é minha filha ou não?- pergunta Dean.

-Vocês dois se parecem muito, mas isso não prova nada. Me digam, quem é a mãe?

-Anna.-respondo simplesmente e Castiel sorri.

-Anna era uma amiga, até o ocorrido, claro.

- Você a entregou para o paraíso, Castiel, fez ela acreditar que matar Sam era a coisa certa a se fazer e isso causou a morte dela, então jamais pronuncie o nome da minha mãe como se a conhecesse de novo, seu macaco voador estupido.- cuspo as palavras em seu rosto ele me olha com arrependimento.

- Sinto muito, Emily, nunca quis que isso acontecesse. Eu não sabia, estava sob comando do paraíso, tenho certeza que entende isso... parte sua entende, mas, por respeito a ela, por respeito a Dean, eu não estou te matando.

- Isso era para ser reconfortante?- pergunto.- apenas prove que Dean não é meu pai para que eu Liz possamos voltar logo para casa.

O processo não demorou mais de 5 minutos, Castiel pegou amostra do meu sangue e do Dean depois disse algo em Enoquiano e o pote pegou fogo. Não entendi o que aquilo significava antes de ele me explicar. Dean era mesmo meu pai, eu era uma Winchester.

Eu levei um tempo para processar e aceitar aquilo. Depois de anos, eu finalmente achei meu pai e meu tio. Não estava decepcionada por quem eles eram, o que me decepcionou de verdade era que meu pai tinha uma ligação com o homem, o anjo, que causou a morte de minha mãe. Eu jamais perdoaria Castiel pelo que ele fez. Jamais perdoaria Michael, mas, acima de tudo, eu jamais me perdoaria por ter permitido que tudo acontecesse.

Eu só queria fugir, eu sabia que estava colocando a vida de todos em perigo até quando eu respirava, queria protege-los, mas parecia que todos estavam dispostos a correr aquele risco e isso me irritava. Eu entendi o verdadeiro significado de ser uma Winchester, estar disposta a se sacrificar pela família. Dean se sacrificou por Sam, Sam por Dean e agora ambos fariam o mesmo por mim.

- Então,.... minha sobrinha.- Diz Sam com um pequeno sorriso.

- Isso mesmo, Tio Sammy.

- Nunca vou me acostumar com isso.

-Somos dois.

Minha cabeça estava a milhão, o que seria da minha vida agora? Quer dizer, eu nunca tive uma família antes, não de sangue. Liz era tudo que eu tinha e, de repente, três caras surgem na nossa vida assim do nada. Sabia que meu pai jamais me deixaria sair para caçar sozinha outra vez, Dean não parecia do tipo flexível, Sam talvez aprendesse a confiar em nós, mas Castiel jamais me aceitaria pelo que eu sou, e eu jamais o perdoaria pelo que ele fez. Bela família, os Winchester.

Like a WinchesterWhere stories live. Discover now