O Novo Vigilante (MENÇÃO HONROSA)

1_ Morcego Velho

"O inteligente aprende com os próprios erros".
Provérbios

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- Feliz aniversário patrão Bruce - Disse Alfred.

Alfred era uma I.A (inteligência Artificial) que cuidava desde administração das Indústrias Wayne até os horários de banho, comida, sono e remédios. Recebera esse nome em homenagem ao mordomo que dedicara a maior parte de sua vida a serviço da família. Não possuía forma física. Era apenas um ponto instalado nos típanos de Bruce Wayne.

Aos 73 anos, Bruce caminhava com a ajuda de uma bengala e respirava com certa dificuldade.

- Alfred, por favor, noticiário - Ordenou Bruce.

Sentou- se em sua poltrona confortável como fazia todas as noites; hábito de um velho morcego saudoso e cansado.

Assistia ao noticiário com certo desdém. Era apenas um velho assistindo o tempo que passa.

Assaltos, homicídios, drogas, bandidos aprisionados... Via aquilo tudo e lamentava por Gotham ser uma cidade eternamente destinada à criminalidade e ao caos.

- Hora dos remédios - Disse Alfred.

- Tragam-nos pra cá - Respondeu Bruce.

Um carrinho robótico se deslocou até o velho, embutido de filtro d'água, copos, uma caixinha bem organizada de remédios, entre outras coisas mais.

A notícia principal da noite falava de um monstro de dois metros de altura em fuga alucinante pelo centro de Gotham, causando destruição por todo o lugar que passava.

O desdém de Bruce sucumbiu e, agora, direcionava toda atenção para o visor.

- Alfred, por favor, aumente o som - Pediu.

Dezenas de câmeras filmavam a fuga tanto por terra quanto por aeroplanos, o que permitiu a Bruce olhar com clareza aquela figura robusta, truculenta, selvagem e disforme.

Conhecia bem aquele olhar. Sua experiência o capacitou de inteligência o suficiente pra saber que aquele não era o olhar de quem faz o mal pelo mal, ou, o mal por prazer. Era um olhar assustado de quem foge pra sobreviver.

Desejou intervir. Quisera ser ainda jovem e colocar suas asas em ação. Mas agora nada mais era que um velho. Tudo o que podia fazer era continuar sentado, esperar o remédio surtir efeito e dormir na escuridão de sua caverna.

Exatamente como os velhos morcegos fazem.