Encontro de amigos

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     "O barulho da moto do fill sumia entre as árvores até desaparecer completamente... "
       
         Dei um pulo para trás, e me virei dando de topo com o bred.
       Parecia mais responsável, jaqueta estilo militar verde-escuro e calças jeans completavam o jeitão  grandalhão
     - dá um abraço aqui, menina assustada, falou abrindo o braço. Fiquei meio sem jeito mas comprometeu o velho amigo.
       - que cena de amor mais linda! - fala fill, entrando pela porta. Estava segurando o seu capacete Preto com uma das mãos e na outra um cigarro que acabara de acender. 

      -   E aí,  carinha - fala Bred, indo na sua direção e lhe dando um abraço também. 
      - Por    fim,  estamos juntos novamente!  - falei. 
      - Só falta o Henry, - completou Fill.
      - Liguei para ele, Mas ele só vai chegar no domingo. Cheguei antes para arrumar as coisas, chamar as garotas, coisas e tal. Mas, porque vocês vieram hoje? - falou o gigante.
- Estávamos sem nada para fazer e resolvemos dá uma volta na casa do Lago.
- Tá certo! - Continuou Bred. Uma pena que isso tudo vai ser demolido, a casa é bem antiga,  mas é muito boa.  Meu pai tem um projeto de implantar um hotel-fazenda para eventos e festas. As obras estão para começar. É uma pena , mas semana que vem isso estará no chão!  
- Kraft! - um barulho bem alto corta o silêncio.
- Que foi isso? 
- vamos lá ver!  - falei.
- Kraft! - Outro barulho lá fora.
Saímos para averiguar. O sol naquele dia estava se escondendo atrás de algumas nuvens, ficando naquele começo de tarde sem graça, sem sal e  nem açúcar. 
  - Olhem isso!  - disse Bred,  apontando para o chão.
Dois pássaros negros se chocaram com a árvore.  Um deles ainda estavam debatendo e o outro já estava morto com as asas abertas.

  De longe, fitávamos  o lago.  O vento forçava  a formação de pequenas ondas que se chocavam com a Ponte quebrada.
- Kraft!  - outros pássaro bate na janela e o barulho dos pedaços de vidro ecoa até nós. 
     - Caraca!   Vocês viram?  Atravessou o vidro - falou Fill. 
- Essas aves sem cérebro, morrem á toa, - Disse o grandão, indo em direção à porta  e entrando na casa.  Ajudamos a fazer descarga das bebidas e ajeitar tudo para o próximo dia.
     A tarde chegou rápido e foi embora do mesmo jeito. A noite estava quase chegando e, com ela, nuvens carregadas e escuras se aproximavam trazidas pelo vento do Sul. Ficamos tomando cerveja na varanda da casa,  olhando a grande bola de fogo descer atrás das nuvens.
  
      - Tô indo!  - Falei.
      - Vou com você,  cris, esse tempo não está bom! - Disse Fill.
      - vocês não estão falando sério, galera  fiquem aqui essa noite!  - falou Bred.

Fillip pegou sua blusa. - Não vai dar, cara. A Melissa quer sair hoje, nós vamos jantar no job's. 

- Estava fitando a estrada para ir embora quando o grandão me deixou sem resposta. - É,  mano, é só eu e você, não tem jeito. O garanhão ali vai cair gandaia nessa noite.

- Dei aquele sorriso sem mostrar os dentes  e ele continuou : - ainda bem que você está aqui. Este lugar deve ser muito assustador à  noite.

- filho da puta!!. - pensei comigo mesmo. Tinha de ir embora. Minha mãe vai dar um tremendo chilique quando eu falar que não vou para casa está noite.  
  
   Olhei para o celular e só tinha o tiquinho de bateria.  para variar, o sinal estava lá em baixo.
- vou ligar para a minha mãe! - falei para o grandão que ainda permanecia sentado tomando um Duff. Ele deu uma golada e balançou a cabeça, fazendo sinal de afirmativo.

Sai andando e fui para na cozinha. O celular tocou várias vezes Até que ela atendeu. Levei um sermão daqueles, mas no final, ela permitiu. Quero dizer, ela nem imagina que eu estou na casa do lago e o Bred está aqui comigo, pois disse para ela que eu ia dormi na casa do Fill. 

Já faz muito tempo que tudo aconteceu, algumas feridas nunca cicatrizam e qualquer lembrança pode ser o bastante para abri-las  novamente.

O barulho da moto do Fill sumia entre as árvores até desaparecer completamente.

Entramos e caímos nos sofás de couro ecológico de cor marrom. O grandão foi em direção à TV. Se é que dá pra chamar aquilo de TV

- Essa caixa de abelha será que funciona? - falou ele fuçando no televisor. No visor, não aparecia nada, somente alguns ruídos, algumas pessoas falando sobre a economia, comediantes, política etc...

- Aqui!  - diz o grandão.
Era o show de humor da emissora local, só dava para ouvir, mas já estava de bom tamanho. Permanecemos ali por algum tempo, e logo a chuva começou a cair. Os pingos e respingo batiam no vidro na janela com força e escorria para o lado de fora da casa, levando embora a sujeira. Engraçado vê aquelas marcas de barro descendo até o portal da janela. Aquilo me fazia lembrar de quando eu e minha irmã éramos crianças. Nos costumávamos escrever nossos nomes nas janelas e no carro empoeirado da mamãe, mas, no final, virava uma guerra e nós passa vamos a mão em tudo, deixando só as marcas de dedos.

A garota Do Lago (Part 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora