Capítulo Dois

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Ao olhar todos aqueles semblantes vazios de pessoas que iam e viam pela a cidade,percebi que muitas delas estavam perdidas dentro de seus próprios mundos. E isso me fazia questionar se alguma delas poderia estar em um mar de problemas como eu estava. 

Por mais que eu já havia feito todos os meus planos na minha cabeça de como as coisas com o Aiden iriam ocorrer após meus pais e toda a sociedade nobre britânica descobrisse sobre nosso relacionamento, não me impedia de ter medo que tudo poderia dar errado de uma hora para outra...Será que seremos fortes o suficiente para enfrentar tudo que virá pela frente?

Decidi afastar esses maus pensamentos da minha mente, e pensar positivo, nada poderia dar errado. Nada.

Ao notar o portão da mansão onde moro com meus pais bem a minha frente apresso- me a sair do táxi após pagar pela viagem.

A mansão em que vivíamos aqui em Londres é bem grande, são mais de cem quartos, e mais trinta só para os empregados que viviam aqui.

Na minha opinião um tanto exagerado para mim e meus pais, que quase não param em casa. Esse lugar sempre foi solitário pra mim por ser filha única, quando mais nova passava a maior parte do meu tempo na cozinha junto das empregadas só para não me sentir só. Mas quando cresci em meio a solidão de não ter os cuidados necessários dos meus pais, me isolei por completo num mundo em que eu criei só para mim.

Eu vivia na escuridão, perdida em meus pensamentos depressivos. E para preencher meu vazio, comecei uma fase de rebeldia desde os meus treze anos.

Eu fui me perdendo cada vez mais, comecei a sair todas as noites com supostos "amigos" que só se aproximavam pelo meu dinheiro. Fui conhecendo as bebidas e as drogas. Perdi minha virgindade aos quatorze anos em uma festa de aniversário de um amigo da mamãe. Naquela noite me envolvi com o filho do dono da festa. Depois nunca mais o vi.

Todas as semanas fotos minhas em escândalos saiam nos tabloides de fofocas, por conta disso me distanciei mais e mais dos meus pais. Que certa vez chegaram a me mandar morar durante três meses na casa da minha avó na Holanda, mas não funcionou muito.

Mas nos últimos seis meses uma luz apareceu na minha vida, Aiden. Oh Aiden, meu querido Aiden. Ele se tornou meu tudo em tão pouco tempo, eu me lembro até hoje da forma como nos conhecemos.

Eu já podia perceber o efeito do álcool e das drogas no meu corpo. Dançar não era a minha melhor opção, mas naquela noite eu precisava extravasar.

Está ali naquele lugar parecia pela primeira vez à coisa certa a se fazer. Eu me sentia um pouco feliz, como se algo bom me fosse acontecer. Bem eu achava isso meio que impossível, nada de bom me acontecia.
Mas por alguma razão eu me sentia diferente naquela noite.

No meio de todos aqueles rostos e corpos que dançavam de maneira enlouquecida, eu o vi...sim eu o vi.  Parado num canto daquela discoteca a beber alguma coisa, seu rosto parecia neutro e seus olhos rodavam todo o lugar a procura de algo ou alguém. Até que ele me viu... nossos olhares se manteram fixos um no outro,durante o que pareceu horas, dias, anos...mas foram minutos. Minutos que me marcaram,e de certa forma o marcou também.

Bem depois daquele dia, eu não o vi mais até a semana do meu aniversário,que foi exatamente três semanas depois daquele ocorrido.

Eu não consegui tirar ele dá minha cabeça, eu percebi que de alguma forma eu já não era a mesma depois que o vi. Nos reencontramos em uma das minhas festas de aniversários de dezessete anos em Junho. Bem, meus queridos pais decidiram fazer quatro festas para mim durante a semana do aniversário. Eu o vi de novo na segunda festa que foi em um hotel luxuoso daqui de Londres. Ele trabalhou como garçom na festa. Quando ele me viu logo me reconheceu, dali fizemos uma amizade, e na outra semana ele me convidou pra sair.

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