- Capítulo 10 - Viradas do mundo

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Fiquei um tempo ali, pensando em nada. Cheguei em casa, nem 10 min e a Elly chega chorando aos berros.

Sinceramente eu não sabia o que fazer, tentei consolar ela, mesmo sem dizer palavra alguma. Ela só contava várias vezes o que tinha acontecido, Nicolas apareceu na sua casa e foi direto ao ponto, que era que ele não queria mais nada com ela, o motivo? Ele gostava de outra. A Elly encanou nisso, que ia descobrir quem era a garota, que não ia desistir dele, que agora iria para viagem, depois dizia que não ia mais, ela chorava e repetia tudo novamente.

Me sentia mal por saber antes dela, mas não havia o que fazer. Ela deveria seguir em frente, mas continuava repetindo "Vou descobrir quem é essa vadia..".

Ela dormiu lá em casa, em meio a prantos.

No outro dia nem foi para a escola, ficou lá em casa e mentiu pra mãe dela. Nicolas também não apareceu no colégio e o resto da manhã correu normalmente.

Eu estava me sentindo sozinha, no momento sabe, todo mundo gostava de alguém e eu não. Na verdade, nunca tinha sentido falta disso, achava coisa de gente vazia. Mas depois daquele dia com o Pedro as coisas mudaram, eu não ficava mais com um e outro, eu não estava ficando com ninguém.

Eu não estava fazendo nada habitualmente, a não ser me preocupar com a vida da Elly e isso estava me enchendo já. Eu não era mãe dela.

Hoje ela poderia passar a noite chorando, mas eu iria sair para me divertir. Quando cheguei em casa ela não estava mais lá, achei melhor assim e resolvi que daria um tempo a ela.

Como eu já disse, a única amiga mesmo que eu tinha era a Elly, mas meu irmão me quebrava galhos as vezes, hoje esse seria um desses dias, bati na porta dele.

— Carlos preciso de você. *Ele me olhou como se tivesse medo de fazer a próxima pergunta.

— O que você deseja irmã interesseira?

— Estou com uns problemas...*ele me interrompeu.

—Ei ei, não me mete nas suas furadas. *Falou se jogando na sua cama.

— Relaxa maninho, preciso relaxar.. e sei que você manja dessas coisas, é que não tenho pra onde ir hoje e preciso relaxar.

— E a Elly?

— A Elly não está bem.

— O que aconteceu com ela?

— Desde quando se importa com ela?

—Er.. nunca! É que é sua amiga, enfim. * fez silêncio por alguns segundos. — Tudo bem, mais tarde vai ter uma festinha na casa de um amigo, vai ter bebida, gente que usa drogas, mas é tudo pessoal do bem. Não vou ficar de babá, por isso você terá que ficar atenta. Te darei uma das chaves do meu carro, caso fique tarde e você não me ache, pegue o carro e venha para casa. Ok?

— Ótimo! * Falei saindo do quarto.

— Esteja pronta às 10h.

Estava realmente pronta às 10h. Coloquei uma blusa preta curta com caveirinhas cravejadas com pedras que ia até um pouco antes do meu umbigo, um short cintura alta de tecido vinho, que deixava minha roupa mais alinhada e completei com uma sandália baixa dourada. Me maquiei com uma make mais para a noite, caprichando na parte dos olhos. Recebi várias ligações das Elly, deixei mensagem no whats dela " Amiga, não to podendo falar agora, estou muito cansada vou dormir."

Claro que eu me sentia mal por mentir para ela, mas uma parte minha dizia "Que se fod* eu mereço!"

Carlos não falou muita coisa durante o caminho, parecia que sua mente estava perdida, eu queria conversar, saber como seria a festa antes de chegar, mas ele não sequer se deu ao trabalho de me ouvir.

Quando chegamos ele rapidamente sumiu no meio da galera que dançava ao som de uma música eletrônica alta. O que me fez eu me perguntar se havia sido boa ideia eu ter ido aquela festa na qual não conhecia ninguém. Era uma casa normal, grande e a maior parte das pessoas estavam próxima a piscina, algumas já dentro dela, era cedo e eu imaginava que ela terminaria com quase todos dentro dela se questionando o porquê do calor.

Resolvi entrar meio perdida no meio daquelas pessoas, provavelmente todas mais velhas do que eu, mas eu não parecia tão nova assim, então dava até pra disfarçar. Procurei onde estava as bebidas e achei uma mesa com alguns coquetéis, peguei algum aleatoriamente e sentei em um sofá, sentindo a música.

Um garoto sentou ao meu lado, me virei e ele já me beijou, fiquei tão sem reação e eu devo admitir que aquele beijo foi tão bom que não me dei sequer ao trabalho de abrir os olhos para ver quem era. Ainda de olhos fechados e em meio aquele beijo sensual toquei seus cabelos, eram lisos e curtos, mas grandes o suficiente para poder enfiar meus dedos entre eles. Ele tinha uma mão com a bebida e a outra na minha cintura, o beijo foi se acalmando quando pude olhar para ele.

Não o conhecia e ele tinha um sorriso tão encantador que sorri ao observa-lo. Ele pegou minha mão e a beijou, como em um filme olhou em meus olhos e me fitou por alguns segundos.

— Prazer Felipe. Costumo dizer antes, mas como o risco do fora era grande, grandes medidas são necessárias.

Eu ri com aquelas palavras e aquela magia vinda dele. Felipe tinha lindos olhos verdes, que rapidamente me lembrava alguém, ele tinha um ar de cara maduro, mas um jeitinho menino, tinha um cheiro de menta, talvez por causa do coquetel que bebia. Hesitei, mas falei:

— Prazer, Léia.

— Nossa, estou realmente com uma princesa. *Ele se ajoelhou a minha frente, claramente a bebida já tinha efeito sobre ele. — É um prazer conhecê-la princesa Léia, o que faz aqui em meu humilde lar?

— Ôh! Nossa, essa casa é sua?

— Sim, quem te trouxe?

— Um amigo. * Falei rindo enquanto ele sentava ao meu lado, dessa vez bem mais próximo e colocando uma perna por trás de mim no sofá.

Observei que algumas garotas me olhavam. Ele olhou rapidamente ao redor e vendo meu desconforto falou.

— Relaxe, tenho muitas conhecidas aqui e elas não te conhecem. E sabe, provavelmente você não quer me dizer quem te trouxe, mas tenho sensação de te conhecer de algum lugar.

— Espero que não.

— Ué? Coisas a esconder?

— Não, é que gosto de novidades. 

O Namorado da Minha Melhor AmigaOnde histórias criam vida. Descubra agora