Comprometida ( parte V )

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Parei, com a mão na maçaneta da porta, e ostentei um sorriso. Era evidente que na altura as palavras de Charlie me aterrorizaram. A expiação derradeira: contar a Renée. Na lista negra dela, os casamentos entre prematuros vinham muito acima de afogar cachorrinhos vivos.

Quem poderia prever a reação dela? Eu não. Charlie também não, evidentemente. Talvez Alice, mas nem tinha pensado em perguntar-lhe.

- Bem, Bella - afirmara Renée, depois de me engasgar e despejar, de rompante, as palavras inadmissíveis: "Mãe, vou casar com o Edward." -, fico ligeiramente irritada por teres esperado tanto tempo até contares. As viagens de avião assim ficam mais caras. Ahhh - acrescentou preocupada. - Achas que o Phil já terá tirado o gesso nessa altura? As fotografias não vão ficar bem, se ele não estiver de smo...

- Mãe, espera um momento - interrompi-a, sobressaltada. - O que queres dizer com ter esperado tanto tempo? Acabei de ficar com... com... - não fui capaz de me obrigar a pronunciar a palavra comprometida - as coisas só ficaram assentes hoje, sabias?

- Hoje? A sério? Isso é surpreendente. Parti do princípio...

- Partiste do princípio de quê? Quando é que partiste do princípio?

- Bom, quando me viestes visitar em Abril parecia que tudo rolava sobre rodas, se é que me entendes. Tu és bastante transparente, minha querida. Mas não disse nada, porque sabia que não levaria a qualquer lado. Tu és igual ao Charlie, sem tirar nem pôr. - Suspirara, com ar resignado. - Quando tomas uma decisão, não vale a pena tentar chamar-te à razão. É evidente que, tal como ele, as tuas decisões são inabaláveis.

E, entretanto, dissera a última coisa que esperava ouvir da minha mãe.

- Bella, tu não estás a cometer os mesmos erros que eu. Pareces assustada, minha pateta, e acho que se deve a estares com medo de mim. - E soltou uma risadinha. - Com receio do que eu possa pensar. Sei que disse muita coisa sobre o casamento, assim como outras parvoíces, de que não retiro uma palavra. Mas tens de perceber que se aplicava a mim em específico. És completamente diferente da tua mãe. Cometeste os teus erros e estou certa de que terás a tua quota-parte de arrependimentos ao longo da vida. Mas os compromissos nunca constituíram um problema para ti, meu amor. Tens mais hipóteses de fazer com que isto resulte do que a maior parte das quarentonas que conheço. - Renée soltou outra gargalhada. - Minha criança de meia-idade. Felizmente, parece que encontraste uma outra alma antiquada.

- Tu não estás... zangada? Não pensas que vou cometer um erro colossal?

- É óbvio que eu gostava que tivesses aguardado mais alguns anos. Quero dizer, achas que sou tão velha que tenha ar de sogra? Nem me respondas. Mas não se trata de mim. Trata-se de ti. Sentes-te feliz?

- Não sei. Neste momento, estou em transe.

Renée rira-se por entre dentes. - Ele faz te feliz, Bella?

- Sim, mas...

- Alguma vez irás querer outra pessoa?

- Não, mas...

- Mas o quê?

- Não vais dizer que eu sou uma adolescente apaixonada, igual a qualquer outra, desde o início?

- Tu nunca foste uma adolescente, minha querida. Sabes o que é melhor para ti.

E, inesperadamente, ao longo das últimas semanas Renée imergira em planos para o casamento. Passava várias horas por dia ao telefone com Esme, a mãe de Edward - era uma relação entre sogras sem quaisquer problemas. Renée adorava Esme; mas, por outro lado, eu duvidava que houvesse alguém que não reagiasse assim à minha adorável quase sogra

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⏰ Última atualização: Apr 22, 2018 ⏰

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