3 Cap

170 4 0
                                    

- Da mulher do cabelo de fogo...
A voz saiu arrancada:
-Cacilda.
Deixando a cozinha, Vando entrou em uma sala espaçosa, onde os móveis eram escuros e viam-se gradis, estantes de ferro, muitas plantas, objetos de prata, cristais de Magali, a coleção de armas do doutor Fonseca, o lustre de madeira - um lugar frio no qual raramente o sol chegava.
Ali, Vando parou. A voz de Benedita continuava na memória a repetir os fatos, e o nome de Cacilda pareceu-lh algo avermelhado, semelhante a fogo. Então se deu conta de que a história de Benedita começava a lhe influenciar.
Olhou para a porta do escritório do pai. Que histórias estaria ele ouvindo? O que estaria dona Norma dizendo?
Sentou-se nas almofadas sobre o banco de alvenaria no canto da parede, abaixou os vidros que davam para o jardim e ficou observando o vento. Aí começou a pensar em Glorinha - tinha um encontro para as sete, na discoteca. Que férias chatas, aquelas! E ele tanto que tinha pensado em passar uma semana na praia...
Continuava pensativo, quando ouviu vozes e viu dona Norma saindo. Era baixa e tinha cabelo grisalho.
- faça o que o senhor acha melhor - disse antes de se afastar. - Jamais porei os pés naquela casa onde ela matou meu filho!

O Enigma Da Casa De VidroWhere stories live. Discover now