Cap. 6 | Elisa/Henrique - Revisado

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ELISA SCHNEIDER

Acordei sob um dilúvio de sons dissonantes: objetos que se despedaçavam, gritos que perfuravam ou eram noturnos. Meus olhos encontraram o relógio, marcando impiedosamente três horas e quarenta minutos da madrugada. Algo inquietante rugia dentro de mim, clamando por domínio absoluto. Naquele caos ensurdecedor, pude ouvir vozes entrecortadas em línguas desconhecidas:

"Lase surnuid minemine"
"Ööelukatele ei vääri elada"
'"Vaimselt alaarenenud surm"
"Tükid sitta"
"Nõiad on lahedamad kui vampiirid"
"Armu täis armu"

De maneira surpreendente, eu compreendia tudo o que diziam, mesmo sem considerar a língua em que estavam se comunicando. Um impulso interior me forçou a erguer, assumindo uma posição de alerta em frente à porta. Nesse momento, uma porta se abriu abruptamente, revelando um Henrique visivelmente angustiado.

— Elisa, venha — ele completo, e eu me movi na direção dele.

Kao ära — uma voz feminina ecoou, e Henrique foi arremessado para longe. Uma mulher alta, esbelta, de cabelos negros, vestida com calças de couro preto e uma blusa de mangas compridas também preta, adornada com enormes unhas e afiadas, bloqueou a entrada — Inimene, kellel pole mälu, on võhiklik inimene, kustutage see mälu nüüd — Ela aponta na minha direção e tudo ao meu redor se desvaneceu.

HENRIQUE DERKIAN

Permita-me detalhar com mais profundidade os eventos que transcorreram. Tudo começou com uma visita inoportuna durante o jantar, que revelou ser um grupo de bruxas, composto por cinco membros: Kusara, Lurch, Chocula, Poe e Quinn. Estas bruxas, para dizer o mínimo, não eram das mais amigáveis. Da segurança do meu quarto, minhas habilidades auditivas perfeitas captaram fragmentos de uma conversa intrigante: "matem o ser celestial e não haverá guerra." Embora eu não tenha entendido completamente o significado disso naquele momento, ficou claro que algo muito sombrio estava se revelando.

Naquele momento crítico, elas começaram a conjurar feitiços sinistros, e minha instintiva ocorrência foi correr para ajudar meus pais. Surpreendentemente, meus irmãos também se uniram nessa intenção. Contudo, a situação tornou-se ainda mais alarmante quando Poe, um dos membros das bruxas, desapareceu diante dos nossos olhos. Minha mãe, em um ato de urgência, tentei que fosse buscar Elisa e a levasse para o nosso esconderijo secreto.

— Elisa, venha — gritei com todas as minhas forças ao alcançar sua porta, encontrando-a em uma postura de combate. Elisa avançou na minha direção, mas antes que pudesse alcançá-la, uma voz proferiu palavras misteriosas, e fui lançada violentamente para trás. Com um olhar de angústia, observei o quarto de Elisa e vi Poe apontando sua mão para dentro, pronunciando palavras desconhecidas.

Não hesitei um segundo sequer e me apressei em sua direção, quebrando o pescoço da bruxa maldita que ameaçava Elisa. Assim que a ameaça foi neutralizada, correu até ela, caiu no chão, e ergui nos meus braços como se fosse uma noiva em apuros. Minhas mãos tremiam de nervosismo enquanto a carregava até o escritório do meu pai. Com um movimento preciso, retirei um livro de uma prateleira específica, ativando a passagem secreta que nos conduziria à segurança.

(...)

O semblante de Elisa permanecia sereno enquanto ela dormia profundamente há mais de três horas. Os sons perturbadores que antes preenchiam o ambiente haviam cessado completamente, graças às propriedades à prova de som do nosso esconderijo. No entanto, uma sensação incontrolável de tentação começou a me assolar, como se algo dentro de mim sussurrasse que eu poderia explorar algo mais profundo em Elisa. Era como se eu fosse compelido a remover toda a sua inocência.

Adotada por Vampiros - REPOSTANDOWhere stories live. Discover now