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Thomas, agora à tarde, fará a segunda etapa do transplante, que é semelhante à uma transfusão de sangue. Mamãe chegou essa manhã, trazendo consigo tia Rosallya, elas logo trataram de se interar do caso de Thomas, já que Richard, que também é chefe do hospital, é um antigo amigo de ambas, o que facilitou para que algumas informações fossem liberadas. Todos dormiram no hospital, espalhados por corredores e poltronas desconfortáveis, mas pela manhã foram para suas casas à meu pedido, já que seus cansaços eram visíveis. Liam, Diana e eu continuamos aqui, vigiando qualquer respirar de Thomas, qualquer bip diferente das máquinas, cheios de preocupação. Liam ainda não quis falar comigo, mas essa situação não pode perdurar, preciso saber o que ele está pensando sobre isso tudo, saber como ele que agir daqui para a frente, mas ele saiu do quarto à algum tempo e ainda não voltou.

- Filho, a mamãe vai te deixar aqui com o Woody e com a Tia Beth, e daqui a pouco eu volto, tudo bem? - pergunto à ele que assente, voltando à brincar com a enfermeira que estava ao lado de sua cama. Caminho até a sala de Richard, que é onde suspeito que mamãe e tia Rosallya estejam, mas sou parada no caminho por Liam, que me puxa pelo braço e me chama para conversar. Ele olha para os lados e abre uma porta, revelando um quarto vazio. Pede que eu me sente, e confusa, obedeço.

- Você me pediu que te escutasse e assim eu fiz, então eu te peço, que mesmo não concordando com algo que eu diga, não me interrompa. - assinto. - Quando você me disse que Thomas era meu filho, uma alegria absurda tomou o meu coração, mas descobrir nessa situação, o quebrou. Eu fiquei com muita raiva, porra, como eu fiquei com raiva quando você disse que tinha escondido isso de mim durante três anos, mas Angeline, eu não quero perder mais tempo na vida do meu filho, ele é uma criança incrível, e eu sempre gostei muito dele, mas descobrir que ele é meu filho, fez com que eu percebesse que eu o amo, e daria minha vida por ele, então eu quero te pedir, não exigir, quero pedir, que me deixe participar da vida dele, e assumi-lo, por que você sabe que não pode me negar isso. - termina de dizer e suspira, me deixando surpresa.

- Liam, eu jamais negaria isso à você, muito menos depois de você salvar a vida dele, eu só te peço que me deixe contar, eu não faço ideia de como ele pode reagir à isso. - peço.

- Tudo bem, e... me desculpe por ter gritado com você. - se desculpa, envergonhado. E eu sorrio, pois só Liam, se desculparia por algo assim.

- Não tem problema. - me levanto para abraçá-lo, ele retribui o abraço e quando vou dar um beijo em sua bochecha, ele vira o rosto, fazendo com que o beijo acabe sendo no canto de sua boca. Droga, devo estar mais vermelha que um tomate! Me separo rápido dele e saio do quarto às pressas. Vou para a sala de Richard e a bato na porta, recebendo um "entre" como resposta. Entro e encontro Richard, mamãe e titia gargalhando de algo.

- Com licença. - entro.

- Querida Angeline, quanto tempo. - diz Richard vindo me abraçar. Ele é um homem de quase 60 anos, negro e alto, com um sorriso acolhedor, realmente uma pessoa maravilhosa.

- Richard, realmente, bastante tempo. - retribuo seu abraço.

- É uma pena que nos encontremos nessa situação, mas fico feliz em saber que seu filho está bem e já está sendo transplantado.

- Eu também fico Richard, mas na verdade, vim até aqui para esclarecer uma dúvida. - peço indo direto ao ponto.

- Se eu puder te esclarecer. - ele responde, voltando à seu tom profissional.

• Hey Angel • L.PWhere stories live. Discover now