Capítulo 58

3.4K 355 52
                                    

-Não há nenhuma Aliça Hamkins aqui, Ohana. -Natasha tentou forçar um sorriso, que sem sucesso soou falso.

-Ohana, vá para seu quarto. -A senhora Bolt ordenou.

-Não precisava tanto, mamãe. -Pietro repreendeu.

-Mil perdões, senhorita Harris.

-Não foi nada. -Natasha tentou ser agradável. -Irei me recolher, estou un tanto cansada. Mas o dia foi incrível.

-Podemos ir ver a lua na praia. -Pietro instigou. -Na companhia de seu noivo... É claro.

-Irei subir. Acho que já está tarde, para Natasha também.

-Não está. -Olhou animada. -Posso acompanhar Pietro?

-Sim, se voltar em menos de uma hora. -Permiti. Sendo justo, mas a realidade é que não acho que caiba à uma mulher comprometida, cenas como essa.

-Essa é a única ordem, majestade? -Natasha brincou. Não gostei da piada, não importa o quanto eu tente ser gentil, pensar, ponderar, ainda viro um velho rabugento aos olhos das meninas de minha família.

-Sim. Tenham cuidado.

-Com Pietro ela está segura, senhor Scaëfer. -Disse o pai orgulhoso.

-Posso acreditar, senhor Bolt. -Sorri. Subi às escadas, estava exausto. Ohana saiu de um dos quartos.

-Para onde você vai? -Interrogou.

-Para meu quarto. E você?

-Vou ficar olhando pela janela. Quer vir?

-Bem... Foi o melhor convite para hoje. -Peguei em seu cabelo. -Me permita, senhorita. -Peguei em seu braço. Ela ficou na altura de minha cintura. Andamos até o final do corredor e viramos à direita, onde havia uma sala vazia, como uma sacada. Sentamos com os pés ao vento.

-Por que você casará com Natasha e não com Aliça?

-Porque é complexo. -Sorri. -São coisas de adulto. -Pisquei.

-E à quem você ama?

-Hana? Algumas coisas não explicamos.

-Ahhh.. -Pareceu pensar. -Aliça é mesmo linda. Ela tem o rosto de alguém que eu goste... E um... Eu gosto dela. -Sorriu apertando os lábios.

-Eu sei Hana. Também à amo.

-Esse vento é bom, não é?

-Sim, é mesmo bom.

-Sabe, quando eu não consigo algo que quero, eu faço acontecer. -Olhou-me. -Feche os olhos.

-Está certo. -Fiz sua vontade. Em segundos, a imagem do mar escuro e da lua foi substituída por total escuridão.

-Imagine algo que você realmente quer.

-Está bem. -Vi o rosto de San, o de Aliça. Elas estavam felizes, ambas estávamos no jardim do palácio, Aliça fazia carinha e San corria de calças de moleque.

-Sinta isso.

-Sim.

-Imagine uma bolha rosa vindo e envolvendo toda a sua visão.

-Consigo ver.

-E então ela vai embora, flutuando. Levando seu desejo para os céus, para Deus e para o Universo.

-Está bem. -Abri os olhos. -Que sensação boa. -Suspirei.

-É uma de nossas tradições. Você pode confiar nisso. Sempre da certo. -Ela abraçou-me. Demorei até retribuir o abraço, mas o fiz.

ImpérioWhere stories live. Discover now