Capítulo 9

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Não são nem 6 horas da manhã quando eu acordo. É realmente uma pena que eu não tenha conseguido um emprego na biblioteca ontem mas hoje eu vou sair para procurar outras oportunidades de emprego. Eu poderia facilmente trabalhar com o meu pai, mas não quero isso. Detesto ser dependente da minha família, trabalhar para ele seria o mesmo que receber uma mesada dele no meu ponto de vista e eu não quero isso. Por isso prefiro procurar um emprego que não tenha nada a ver com o meu pai, minha mãe ou qualquer outro familiar. Se bem que será bem difícil encontrar alguém que precise de uma bióloga por aqui, mas eu estou aberta à qualquer emprego. Claro que não estou aberta à empregos como dançarina de boate, garota de programa e outros parecidos, nada contra, apenas não faz meu estilo. Se bem que... Acho que garota de programa não é uma profissão, mas para certas pessoas é. Por que eu estou pensando nisso afinal?

O fato é que eu resolvi acordar bem cedo para procurar um emprego. Só porque não estou mais na cidade grande, não significa que vou ficar na moleza. Me olho no espelho e sorrio aprovando a minha saia social azul marinho, minha blusa social branca e o colete também azul marinho. Meu cabelo está preso em um rabo de cavalo e não estou usando maquiagem alguma. Estou pronta para o trabalho.

Assim que chego na cozinha, pego um pedaço de papel e uma caneta, então deixo um recado para os meus pais e para a Anne.

" Saí para procurar um emprego, prometo voltar o mais cedo possível. Amo vocês!

P.S: Papai, não surte por favor! "

Aposto que quando ler essa carta, ele vai surtar. Papai sempre quis que eu administrasse sua fazenda e seus bens, porém eu decidi me mudar e todo o seu desejo foi trancafiado em uma caixinha no fundo da sua imaginação, mas agora que eu voltei, imagino que ele deve estar pensando que seu desejo vai finalmente se realizar. E eu realmente não tenho problema algum em administrar seus negócios, o que me incomoda de verdade é o fato de que para isso, eu teria que viver aqui e podemos dizer que esse não é o meu plano definitivo. Eu voltei para cá e vou ficar por um bom tempo mas não quero morar aqui para a vida toda. Eu tenho a minha vida lá em NY.

E desde que cheguei aqui a minha vida virou uma bagunça. O Chris me beijou e até agora não entendo o motivo, o Rafa é meu "namorado", eu me embebedei, minha mãe mal fala comigo e a imagem de uma foto minha com o vestido rasgado nunca mais vai sair da minha mente. Mas devo admitir que gostei daquele beijo.

Eu acho que estou pirando de vez.

Saio de casa e vejo que o céu está nublado. Assim que passo pelo portão, caminho à passos constantes para o estabelecimento mais próximo que eu vejo, vou colocar currículos em todos os locais possíveis. Quero um emprego o quanto antes.

Sinto meu celular vibrar ainda que esteja dentro da minha bolsa e o procuro, mas assim que abaixo a cabeça, alguém esbarra em mim.

- Elena! - a ruiva sorridente exclama.

- Hailey! - a cumprimento do mesmo modo. - Como está?

- Bem. - não sei exatamente o motivo mas não me convenceu em nada. - E você?

- Estou bem. Inclusive quero te agradecer por ter tentado me ajudar ontem, foi muito gentil da sua parte.

- Eu estava indo justamente te procurar. - começa. - Quero que trabalhe comigo, isso é, se você quiser.

- E a sua irmã? Eu percebi que ela não é legal nem mesmo com você e não quero criar conflitos entre vocês. - e não deixa de ser verdade.

Uma pessoa como a Lorena, eu imaginava que era legal ao menos com a sua família mas nem mesmo a irmã ela trata bem. E as duas são tão diferentes.

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