Capítulo 13

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  Os despertadores são obra do demônio, eu tenho toda a certeza do mundo, às vezes eu me segurava para não pegar ele, e jogar pela janela.

  Levantei com aquela típica cara amassada e os cabelos desgrenhados, entrei no banheiro e tomei um banho, fiz minhas higienes, me vesti, peguei o celular e desci para tomar café da manhã.

Todos estavam sentados à mesa, puxei uma cadeira e sentei, evitando ao máximo olhar para a cara deles.

Bianca: Então tia Laura, eu gostei muito do vestido que você me deu.

  Laura me olhou.

Lyssa: Eu estou evitando ao máximo descutir com alguém, então, não olha pra mim, e você, fecha sua boca.

  Coloquei a mochila no ombro e fui para a parte exterior da casa, esperar Silas.

Conectei os fones no celular.

Lyssa: Tchau Silas.

Silas: Tchau.

  Me sentei em baixo de uma árvore e fiquei jogando um joguinho completamente sem noção, mas com certeza, era melhor do que tentar conversar com aqueles alunos idiotas.

  O sinal para a primeira aula tocou, levantei, limpei a calça na parte de trás e entrei no colégio, enquanto pegava meus livros, ouvi algumas meninas conversando no armário ao lado do meu.

- Eu queria tanto ser ela.

  Uma suspirou.

- Todas queríamos, mas somos apenas as "nerds insociáveis".

  A outra arrumou o óculos no rosto.

- Mas vamos combinar, eles são muito idiotas.

  Elas estavam completamente aéreas.

- Olha lá, ele gosta de se exibir, ela não fica pra trás, formam um ótimo casal.

  Como a curiosidade é muito grande, virei e vi Mayara, Mattheus e Bianca entrarem, e agora eu concordava com a garota do armário ao lado, eles gostavam de se exibir.

  Ignorei a cena clichê de filme americano e entrei na sala, me sentei na última cadeira, a professora chata e peituda entrou, eu não gostava dela, não gostava da matéria, então, não fiz questão de prestar atenção na aula, e fiquei olhando pras gotas de água que escorriam pela janela.

- Mellyssa, preste atenção na aula, antes que eu te coloque pra fora.

  Dei de ombros e saí, fiquei andando pelo corredor, até a diretora me chamar.

Roberta: O que está fazendo fora da sala Mellyssa?

Virei:

Lyssa: Nada

Roberta: Pra minha sala agora.

Lyssa: Hm, tá.

  Ela abriu a porta da sala, me sentei na cadeira e fiquei balançando uma mini bandeira dos Estados Unidos que estava em cima da mesa.

Roberta: Você poderia colaborar, ficar te trazendo aqui todos os dias é cansativo.

Lyssa: Então não traz, é simples.

Roberta: Sua mãe irá gostar de saber sobre o seu comportamento.

Lyssa: Com toda certeza.

  Assinei um papel que ela me entregou

Lyssa: Posso ir?

Roberta: Quando sua mãe chegar eu te chamo.

Lyssa: Tanto faz.

Andei por mais alguns minutos e fui pra cantina:

Lyssa: Oi tia Su...Ah, é você Cindy.

Cindy: Quer alguma coisa?

Cindy era uma mulher de aproximadamente 45 anos, cabelos presos em um coque, alta, magrelona, olhos esbugalhados, sombrancelhas topadas, e por fim, uma verruga imensa do lado do nariz (A verruga é tão grande, que parece ter vida própria):

Lyssa: Um sanduíche natural e suco de caixinha.

Cindy: Que sabor?

Lyssa: Uva.

  Quando vi o zelador vindo em minha direção, cancelei o pedido e fui até ele.

Zelador: A diretora está te chamando.

Lyssa: Ahã.

Laura estava com os braços cruzados e uma expressão de raiva no rosto:

Laura: Você vai se ver comigo.

Lyssa: Adoro.

Laura: Entra.

Roberta: Bom Dia.

Laura: Bom Dia.

Roberta: Primeiramente, peço perdão por chamar assim, de uma hora pra outra.
Laura: Sem problemas.

Roberta: O comportamento dela está inaceitável, não faz nem dois meses que ela entrou aqui e a lista de reclamações de professores é imensa.

Laura: Que tipo de reclamações?

Roberta: Sai da sala sem autorização, desrespeita os professores, não faz questão de acompanhar os outros alunos na aprendizagem, são muitas coisas, hoje mesmo ela assinou uma advertência.

Lyssa: Acabou?Okay, estou indo.

Laura segurou meu braço com força, olhou no fundo dos meus olhos com uma raiva inexplicável:

Laura: Você vai se sentar, e esperar.

Dei de ombros,elas conversaram por um tempo e se despediram:

Roberta: E é isso, se esse comportamento não tiver mudança, ela será expulsa, desculpe tomar o seu tempo senhora Stewart, obrigada por atender meu pedido, espero vê-la em breve e com boas notícias.

Laura: Também espero, até mais.

Lyssa: E eu?

Roberta: Está dispensada por hoje.

Laura: Vamos.

O caminho até a rua foi silencioso, eu podia ouvir a respiração alterada dela, que olhava para a frente e pisava com raiva, entramos no carro, coloquei o cinto de segurança, e ela começou a gritar:

Laura: Agora somos EU e VOCÊ.

Lyssa: Ahã.

Laura: ESTOU CANSADA DESSA SUA INFANTILIDADE, VOCÊ JÁ TEM 17 ANOS, NÃO ESTÁ NA HORA DE CRESCER?ESSA SUA IRONIA, ESSE SEU JEITO GROSSO, VOCÊ TEM QUE PARAR COM ISSO, TODOS SABEMOS QUE VOCÊ SÓ QUER CHAMAR A ATENÇÃO.

Lyssa: NÃO "FAÇO ISSO PRA GANHAR ATENÇÃO", TOMO ESSA ATITUDE PRA NÃO ME MACHUCAR AINDA MAIS, E VOCÊ NÃO ME VENHA COM ESSA CONVERSA, PORQUÊ VOCÊ NÃO É A MELHOR PESSOA DO MUNDO PARA ACONSELHAR ALGUÉM.

Laura: CRESCE MELLYSSA, CRESCE, PORQUE SE FOR EXPULSA DAQUELE MALDITO COLÉGIO, VOCÊ VAI DIRETO PRA UM INTERNATO.

Lyssa: QUALQUER LUGAR É MELHOR DO QUE ESSE INFERNO QUE VOCÊ VIVE.

  Se ela batesse o carro, não me impressionaria, chegamos em casa, entrei no meu quarto, vesti outra roupa e desci para comer.

Me sentei no sofá e fiquei assistindo televisão, algum tempo depois Mayara e Mattheus entraram:

Mayara: Bom dia família.

Lyssa: Que nojo.

  Revirei os olhos.

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O Filho Do Meu PadrastoWhere stories live. Discover now