Capítulo 14

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"O nosso amor a gente inventa."

__Cazuza


__ Claire minha filha, Acorde. __ Ouço a voz de meu pai me chamando e uma mão tocar meu ombro.

__ Oi pai, bom dia. __ Digo observando meu pai em minha frente. Meu pai se chama Nicolas, ele tem a pele clara, os cabelos brancos quase por completo apesar de ainda ter quarenta anos. Tem uma barba rala e bigode em tons de branco e ruivo mais ou menos um metro e sessenta e cinco de autura. Eu amo meu pai, ele é sempre tão bom e amoroso comigo. Sempre com tantos sonhos e planos pra mim. Sei que no fundo ele quer apenas meu bem.

__ Bom dia minha linda, levante-se você está atrasada. __ Ele diz calmo. __ Hoje eu irei levar você de carro até a escola.

Dou um pulo da cama. E corro pro banheiro enquanto meu pai fica em meu quarto sorrindo da minha reação.

Não sei como isso aconteceu. Eu nunca acordo tarde nem me atraso.

Escovo os dentes e tomo um banho rápido. Saio do banheiro já de calça jeans e camisa do uniforme. Na verdade só usa quem quer mas hoje não tô afim de acabar com minhas blusas "ridículas" como diz a Juh.

Encontro meu pai ainda no quarto sentado na minha cama.

__ Não precisava se desesperar, fui eu quem deixei você dormir um pouco mais já que hoje irei te levar. __ Ele explica com um sorriso lindo de sempre.

__ Porque essa folga repentina? __ Pergunto confusa.

__ O senhor Alexandre disse que nós temos sido ótimos funcionários e reconheceu que sobrecarregou a gente esses últimos dias então nós deu hoje e amanhã de folga.

__ Uau, não é todo dia que isso acontece. __ Digo.

Meu pai ri alto. Provavelmente da minha cara. __ Não mesmo. __ Ele concorda.

Termino de me arrumar depois que papai sai. Desço, tomo café e ele vai me deixar na escola.

Fomos o caminho todo conversando. Eu amo as conversas com meu pai. Ele sempre ri das minhas conversas e diz que eu falo demais. Por sorte sou filha única e posso alugar seu ouvido o quanto quiser.

Ele inclusive disse que hoje eu posso ir dormir na casa da Judite porque ele quer aproveitar a noite com mamãe a sós. Huum sei não hein. Quero nem imaginar essa maneira de aproveitar deles.

Quando chegamos à escola ele me dá um beijo na testa e me deseja boa aula. Desço do carro e vou de encontro a Judite que já está sentada no gramado em frente à escola.

__ Oi cacheada. __ Digo me sentando.

__ Iai cabeluda. __ Ela diz sorrindo. Esses são nossos apelidos.

Me sento ao seu lado. Ela está olhando fixamente pra rua à nossa frente. É notório como Judite está diferente, acho que o Alonzo está mesmo fazendo bem a ela, e olha que foi apenas o primeiro encontro.

__ Como foi o encontro? __ Perguntei.

__ Mana, você nem imagina... __ Ela para e pensa um pouco. __ Nem sei como descrever, foi simples, mas a sensação que tive, ela sim é indescritível.

__ Uau, você está tão sentimental mana. __ Digo já sorrindo. Não me resta dúvidas, minha amiga está se apaixonando. Ela não é de falar assim dos próprios sentimentos e muito menos dessa forma profunda.

__ Para com isso, sua égua, vou puxar esse seu cabelão. __ Juh gargalha. Ela sempre me ameaçando de puxar meu cabelo.

__ Me conta, pra onde vocês foram? Estou curiosa. __ Digo com um olhar inquisidor pra ela.

__ Ele me levou numa espécie de lanchonete que não era bem uma lanchonete, mais parecia um restaurante de luxo. Depois fomos passear e ele me beijou. __ Ela conta de uma forma nostalgica.

__ Quem te viu quem te vê heim.

__ Para mana, já falei. Ele é legal, mas sem essa de paixão tá. __ Ela diz fingindo está chateada.

__ Tá bem, parei. __ Levanto as mãos em sinal de rendição. Eu sei que ela tá gostando muito dele, ela não admite só pra fazer o estereótipo de durona. Que ela realmente é, mas não adianta negar as coisas do coração porque elas tendem crescer até não caber mais no peito e, cabum!!! Explode e não tem mais como negar.

__ E você com Daniel? __ Em fim ela perguntou, tava louca pra contar.

__ Mana, ele me levou pra um lugar fora da cidade, e a gente meio que fez um piquenique.

__ Piquenique à noite? __ Judite pergunta achando estranho.

__ Sim. Fora de padrão ne? Mas eu amei sabe? O lugar era no meio do nada, tinha um gramado e lá o céu é tão lindo, como eu nunca tinha visto antes. __ Contei.

__ E depois?

__ Depois ele me deixou em casa, no meio da chuva, e nos beijamos. O beijo mais perfeito. __ Falei.

__ Nossa!!! E depois eu que sou a apaixonada.

__ Não enche. __ Reviro os olhos. __ Ou vou desfazer todos esses cachinhos.

__ NÃO!!! __ Judite grita levando as mãos à cabeça protegendo os cabelos.

Sorrio de sua reação. Ninguém que tem cachos gosta que outros fiquem mechendo, brincando como se fossem molas, muito menos para bagunça-los. É o pesadelo das cacheadas.

__ Juh, você não sabe da nova. Meu pai está de folga e que quer aproveitar com minha mãe, disse que posso dormir na sua casa hoje. __ Informei.

__ Serioooo manaaaa? Quanto tempo que você não dorme lá em casa. Vai ser mara. __ Ela diz. __ Que tal convidarmos os meninos para um filme lá em casa?

__ Parece uma ótima idéia. __ Falei olhando pra rua vendo que Daniel e Alonzo estavam descendo de um carro e olhando em nossa direção. __ Falando neles, acabaram de chegar.

__ Aí amiga, me diz, como é que eu estou? __ Judite perguntou passando a mão na roupa e tirou um cacho que estava sobre seu rosto.

__ Esta linda. Relaxa mana. __ Respondi rindo.

A Felicidade Mora Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora