Capítulo 1 Dando a volta por cima

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Capítulo 1- (Clary)RecomeçoPassaram-se três meses, e ainda estávamos no verão

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Capítulo 1- (Clary)

Recomeço

Passaram-se três meses, e ainda estávamos no verão. Tentava aproveitar todas as tardes que eu conseguia para nadar e tomar sol. Continuei trabalhando no Matt's. A cidade estava cheia de turistas. As coisas estavam indo bem, principalmente pelas boas gorjetas que eu estava ganhando. Drew havia aumentado o meu salário, e eu estava economizando cada centavo para me mudar, e com a faculdade a grana vivia curta. Precisaria arrumar um emprego para conseguir manter os gastos dos livros, apostilas e aluguel de um apartamento no "campus", que não era barato. Meu pai me deixou um dinheiro antes de morrer, minha mãe nunca mexeu nele. Ela continuou fazendo bolos para vender e lavava roupa para fora, além de trabalhar três vezes por semana no hospital. Ela depositava na minha conta sem eu saber. Até um dia eu achar os recibos, nunca mencionei nada, porém, acabei entendendo que, ela só queria cuidar de mim. Talvez do jeito errado, mas queria. Ela pegava todo o dinheiro que eu dava para as despesas da casa e colocava na poupança, então aquilo me ajudaria por um tempo. Eu nunca mais vi ou ouvi falar no Trevor. Encontrava com a mãe dele as vezes, mas ela nunca falava nada a respeito dele, e eu também não perguntava.

Eu e o Luck estávamos nos dando bem, saíamos juntos as vezes, eu, ele e o Drew. Luck gostava do Drew, e uma vez me disse que ele gostava de mim. Achei engraçado, mas, desde que aconteceu aquele episódio, ele nunca mais falou nada sobre isso. Eu agradeci. Não estava preparada para lidar com isso, na verdade, ainda não estou. Eu não sei quando irei me recuperar desse sentimento que está me consumindo, se passaram três meses, mas, parece que foram apenas três dias. Eu não deixei de amá-lo, nem um pouquinho sequer, minha raiva diminuiu, mas meu coração ainda sente. Precisava esquecer essa história para conseguir ter uma vida saudável e tranquila. Não queria sentir isso para sempre, mas, um amor assim não se acaba de um dia para o outro.

Eu havia combinado com o Luck de irmos até à cidade para comprar mais livros, ele sempre me acompanhava e, desta vez, chamei o Drew que, para minha surpresa, aceitou. Quando ele buzinou, minha mãe o recebeu em casa, enquanto eu terminava de me trocar. O que, aliás, me chamou a atenção! Ela ter convidado ele para entrar, já que ele tinha várias tatuagens, ela sempre odiou. Também tinha o fato que ele era gerente do bar que eu trabalhava. Acredito que, ela estava tentando me mostrar que estava mudando. Coloquei uma calça jeans, uma camiseta simples, meu velho e inseparável All Star. Desci as escadas e eles estavam aos risos, minha mãe parecia leve e feliz.

— Oi, tudo bem? — eu estava achando estranha aquela cena, então resolvi me juntar a eles.

— Você também lê Drew? — Drew ficou sem jeito com a pergunta da minha mãe, eu sabia qual seria a resposta, mas, por incrível que pareça, ela não julgou.

— Na verdade, não achei nada que tenha me chamado tanto a atenção e, eu tenho tanto trabalho, que às vezes, no meu tempo livre, eu só quero descansar e assistir algo. — minha mãe pareceu gostar da sinceridade dele.

Ouvimos uma buzina, era o Luck. Minha mãe também não disse nada sobre isso, apenas nos desejou boas compras e eu estava finalmente começando a me arrepender de deixá-la aqui, com tudo que ela estava fazendo por mim nesses últimos meses.

— Bom dia pessoal! — Luck saiu do carro, e abriu a porta para mim, ele sempre fazia isso. Então do nada, disse:

— Drew estive pensando, se aquela oferta ainda estiver de pé, eu aceito. — eu estava perdida, do que eles estavam falando?

— O emprego é seu! — uau, por essa eu não esperava, Luck no Matt's?

— Quando me contariam? — os dois me olharam.

— Agora! - disseram simultaneamente.

— Parabéns Luck, e a fazenda? — ele ajudava seus pais desde que eu me entendia por gente.

— Preciso de um emprego remunerado! — ele sorriu.

Luck como filho único se sentia na obrigação de ajudar o seu pai na fazenda, então nunca procurou um emprego. Bem, até agora pelo menos.

— Isso é demais! Meus únicos amigos trabalhando junto comigo! — eles riam da minha falta de amigos e da minha cara feliz.

Drew parou logo depois, eu acredito que foi quando ele lembrou da palavra amigo. Eu não podia, não agora. Isso não seria justo com nenhum de nós.

Chegamos. Todos na cidade olhavam para nós. Era nítido que não éramos da região. Havia garotas tão lindas olhando para eles e eu no meio dos dois, que eram tão maiores que eu. Era engraçado, pareciam meus seguranças, e eu me sentia extremamente bem com isso, mas quando estavam comigo eles não olhavam para os lados. Eu sei que, era uma questão de respeito, mas eles são homens, e eu sei como pensam. Pelo menos, alguns deles. Enfim, me sentia honrada e, tão egoísta por querer os dois ali só para mim. De um tempo para cá, eles se tornaram meus melhores amigos. Eu sei o que você está pensando, e juro, eu e o Luck estamos melhores agora. Quanto ao Drew, tenho um carinho fraterno por ele, pelo fato dele ter ficado ao meu lado, me apoiado, e inúmeras vezes me viu chorando e me consolou, sempre me colocou para cima, mesmo nos meus piores momentos. Compramos diversos livros e umas novas séries que saiu. Drew só pegou séries e um livro que não me deixou ver qual era. Ele disse que se não gostasse, me daria depois. Luck pegou alguns CDs e uns livros, como era engraçado sermos tão diferentes, mas, tão iguais. Luck começaria a trabalhar no Matt's e eu estava me preparando para ir para a faculdade, logo me mudaria e estava com um receio em deixar a minha mãe, mas eu precisava ter uma vida longe daqui. Quando percebi que Drew me olhava, dei um sorriso confortando-o. Desde aquele episódio, ele não me deixa um instante sozinha ou sem saber se está tudo bem comigo.
Luck também não. Qualquer lugar que eu vá, exceto a cachoeira, ele se convida para me acompanhar, e não aceita "Não" como resposta. Ah! Como eu vou sentir falta desses homens! Apenas deles e do meu pai. Depois das compras, fomos tomar um café e voltamos para casa. Eu acabei dormindo cedo naquele dia.

— Clary? Meu Deus do céu! Levante-se! — minha mãe havia entrado no meu quarto e nem deveriam ser oito da manhã. Ela estava aos gritos, eu não estava entendendo nada.

— Mãe, calma, o que houve? — me sentei na cama, esfregando os olhos que mal tinham aberto.

Minha mãe segurava uns papéis na mão, e me olhava com muita ansiedade. Ela me entregou os papéis.

— Mãe? É da faculdade do Queens! — meu coração estava na boca, eu não sei se conseguiria lidar com outra rejeição agora.

— Clary, abra logo! — ela me apressava.

Comecei a ler a carta em voz baixa, mas quando cheguei na parte que mais interessava, eu gritei:

— Fui aceita no Queens!!! — minha mãe gritou e se jogou na cama para me abraçar!

Queens era uma ótima faculdade! As aulas começarão em dois meses. Ótimo! Era o tempo que eu precisava para ajeitar as coisas e me mudar. Enfim, poderia começar uma nova vida. Eu só não sei o que eu farei sem meus dois melhores amigos por perto o tempo inteiro. Eu precisava contar para eles. Me vesti e desci, minha mãe estava preparando ovos mexidos com bacon. Era o meu café da manhã preferido. Quando subi para o quarto, peguei um livro o joguei na mochila e algo estava errado, eu podia sentir. Algo me fez ir até a minha janela, fazia um bom tempo que eu não me atrevia a olhar por ela, mas, naquele instante foi mais forte do que eu. Me aproximei dela com cuidado e vi uma sombra na janela. Olhei para garagem e não vi o carro dele. Poderia ser só impressão, mas, essa impressão mexeu muito comigo. Resolvi que não ficaria pensando nisso, guardei o restante das minhas coisas na mochila e dei tchau para minha mãe, que olhava com carinho para os papéis que estavam em cima do balcão da cozinha. Dirigi com receio, ele estava longe em algum lugar. Fazia mais de três meses que eu não tinha nenhuma notícia dele. Encostei o carro atrás do posto desativado como sempre e peguei minhas coisas para nadar. O dia estava lindo! Não poderia reclamar e eu já havia devorado quase todos os livros que havia comprado. Drew ainda não havia me falado qual era o livro e nem se estava gostando. Deixei o livro em cima da toalha e me preparei para pular. A água estava maravilhosa. De repente senti uma sensação estranha de ser vigiada. Saí rapidamente da água. Quando fui pegar a toalha, havia um bilhete em cima dela. Aquela cena se instalou novamente em minha cabeça, meu corpo paralisou e só conseguia sentir medo. Peguei minhas coisas, inclusive o bilhete, e joguei tudo na bolsa. Corri o mais rápido que pude e entrei no carro. Travei as portas. Acredito que nunca dirigi tão rápido em toda a minha vida. Quando finalmente encostei o carro na minha garagem, eu peguei minha bolsa e passei direto por minha mãe que balbuciava algo, mas disse precisar correr para o banheiro, então ela me deixou passar. Entrei no banheiro e me tranquei lá dentro.
Jogando a mochila toda no chão para procurar aquele maldito bilhete, que estava me apavorando até os últimos fios de cabelo.

— Não pode ser!

Evitando me MachucarOnde histórias criam vida. Descubra agora