Capítulo 5 - Um motivo para lutar

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Sonhei que estava em casa e levantava subitamente, desnorteado, procurava ir a cozinha para tomar água, e enquanto tomava, via ao lado minha colega de classe Verônica sentada, e enquanto a olhava, caia de sua cabeça um enxame de piolhos, a medida que foram caindo ela pegava e matava, e eu também a ajudava. Depois despertei assustado com aquele sonho estranho. Lá estava eu de pé para mais um dia, em que cada passo que dava, imaginava se conseguiria realmente assistir a aula de novo. Aquela menina de cabelos azuis não saia dos meus pensamentos.


Capítulo 5 - Um motivo para lutar

Agora quem sabe o que ocorrerá quando chegar naquela escola sendo que os acontecimentos de ontem me balançaram bastante, porém simplesmente não podia faltar aula, até porque estava curioso sobre o dia que iria ser, e também estava inquieto com o sonho que tive. Fui para a escola.

Eu moro em um bairro bem tranquilo e próximo do centro da cidade, então apenas um ônibus é o suficiente para esse trajeto, mas nesse dia o ônibus parecia mais lento, as pessoas incomodavam mais no seu falar e simplesmente não chegava ao centro, até que depois de um tempo psicológico bem mais longo por conta da ansiedade, finalmente cheguei ao Colégio, meu querido Dom Pedro II, que tanto amava (ironia).

Dessa vez tomei todas as precauções, e com muita cautela e perícia fui atravessar aquela rua olhando intensamente para os lados para que nenhum Jeep viesse e me atropelar dessa vez, porém no meio da rua senti falta da voz da menina petulante, delinquente e perturbada de cabelos azuis. Terminei de atravessar a rua sentindo falta de não ter sido atropelado, minto, senti falta da voz de Aqua. Pensei, só posso gostar de sofrer mesmo, será que no fundo eu virei masoquista? ou talvez tenha apreciado um dia que enfim não foi monótono e aconteceu várias coisas. Nesse momento cometi vários pecados, desejei que o mundo acabasse ou que fosse atropelado de novo só para acontecer algo interessante, ou talvez...
Nesse momento me esqueci completamente das pessoas que morreram no episódio de ontem, como aquele soldado conhecido da Aqua, enfim, todos somos egoístas.

Entrei naquela escola de portões grandes e sempre com um porteiro chato reclamando dos atrasados dizendo: "Amanhã vocês não entram", nunca acreditei naquele sujeito, mas amanhã vou chegar mais atrasado só para testar, se houver um amanhã. Nesse momento fiquei preocupado com o que escutei de Aqua e que alguém dessa escola de alguma forma tentou me matar e levar todo esse prédio enorme a desgraça através de mim. Estavam mais vivas as palavras dela: "Cuidado, o inimigo pode achar estranho que você não morreu". Vou tomar cuidado.

Ao passear pelos corredores do CADP II (Acrônimo de Colégio Amazonense Dom Pedro II), fui surpreendido por uma voz forte e autoritária que me pedia para entrar na sala, pois curiosamente não poderia entrar na sala depois que essa mulher entrasse, se tratava da melhor professora que eu tinha, a senhora da literatura e do português, dona de toda autoridade e saber dos alunos, Professora Mari.
Ela é uma excelente professora porque pega no pé e faz a gente ler milhares de livros que achamos chatos, depois de muito tempo você percebe que é uma das melhores professoras que se pode ter, porém só perceberia isso depois de sair do colégio mesmo, e como ainda não sai, façamos o papel de todo aluno que se preze odiando ela.

Ao entrar na sala vi Verônica conversando no fundão, que é o meu lugar favorito, dai me lembrei do sono e aquilo me trouxe uma preocupação, porém fui esquecendo ao decorrer da aula.

Passado o primeiro e uma boa parte do segundo tempo de aula senti uma vontade inegável de ir ao banheiro, visto que tomei bastante líquido em casa inconscientemente me preparando para algum evento similar ao de ontem, mas sem quase pedir ao professor, sai correndo para ir ao banheiro.

A Guerra das ÁguasNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ