Capítulo 24

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Sophia 

Parecia meio bobo de minha parte, ter medo de conhecer um bebê. Mas não, vendo pelo lado em que isso definiria minha relação com Arthur. Ele certamente iria levar em conta a opinião da filha, não é mesmo? Eu certamente levaria.

Minha relação com crianças sempre foi muito contida. Os únicos bebês com que tive convivência, foram Rayanne  e Ranna.
Mais com Ranna, já que sou apenas três anos mais velha que Rayanne. Mesmo assim, só lembro de ter trocado sua fralda algumas vezes, quando minha mãe estava super ocupada (normalmente fazendo nosso almoço).
Eu tenho um certo medo de crianças, porque minha mãe sempre dizia que elas não tem papas na língua, e são sempre sinceras.

Se a Mel tiver o gênio igual ao do pai, eu irei me ferrar.
Dois carrancudos já bastam pra mim!

Ela me olhava com curiosidade, e eu meio que a estava imitando. Eu sei, eu sei. Tenho que ser madura, e não agir da mesma forma que ela.

Com esse dilema, abaixo para ficar da sua altura, então, com um sorriso, digo :

-Olá ! Você deve ser a Esmeralda. Meu nome é Sophia.-  será que estou sendo muito idiota em falar com ela, como um adulto? Não sei nem se ela sabe falar.
E, para minha surpresa, ela abre os braços e rodeia meu pescoço. Instintivamente faço o mesmo, e me levanto, levando ela em meus braços.

Bem, foi um bom começo, Sophia. Meu subconsciente dá uma piscadinha pra mim.

Ela logo se interessa pelo meu cabelo. Acho que essa cor é diferente pra ela. Ela pega uma mecha e analisa.

-Lolo.- diz, e eu demoro um tempo até entender que ela quis dizer Loiro.

-Sim. E o seu é castanho.- lembro que Beta ainda está ao meu lado, e quando me viro, ela nos observa.

-Acho que ela gostou de você. - diz. dou um sorriso triunfante.

Apresento as duas, e ela logo começa a nos chamar de tia Sophie, e tia Bé.

Só então percebo a presença de Arthur. Ele nos observava, com um sorriso no rosto. Estava tão lindo, que o meu ar ficou ofegante. Minhas pernas tremeram e tive que fazer um esforço pra não derrubar Mel de meus braços.

Se aproximou lentamente, como um felino em busca de sua caça. Nunca quebrando nosso contato visual.

-Boa noite, Srt.ª Alencar. - todos ali, sabiam de nosso envolvimento nada profissional. Se ele fosse me tratar por "Srt.ª"  com certeza aquilo ia parecer mais um jantar de negócios, do que um jantar casual. Mas acho que ele falou isso por costume. Afinal, sempre que tinha mais gente conosco, tínhamos que nos tratar com bastante discrição. 

-Boa noite Arthur. - sorrio. -Sua filha é maravilhosa. - ele olha pra Mel, e em seguida pra mim de novo, sua expressão mostra carinho e quem sabe até gratidão.
Seguro a vontade de agarrá-lo bem ali no meio e na frente de todos.
Ele cumprimenta Beta, e Mattew surge novamente.

-Bom, vamos jantar antes que esfrie.  -

Todos seguimos até a sala de jantar, onde uma bela mesa está posta.
A cozinha é como eu imaginava. Cheia de requinte e sofisticação. Não é pra menos, já que o apartamento de Arthur pega todo o andar. É o maior que já vi.

Arthur coloca Mel na cadeirinha e bota um prato de sopa à sua frente. Ela logo começa a comer, meio desastrada, e uma vez ou outra derrubando alguma coisa.
Ela está na cabeceira da mesa, alheia a todos em sua volta. Só quer saber do prato à sua frente, o que me  faz sorrir.
Arthur está ao meu lado, e do outro lado da mesa estão Mattew e Beta.

Meu ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora