Capítulo 16

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-Chris, querido. Eu estava contando a Jeynnie que você toca lindamente piano. -a mãe dele disse com um sorriso orgulhoso no rosto.

-Eu adoraria lhe ouvir tocar. -minha mãe falou, também sorrindo.

-É Christoph, com certeza todo mundo aqui, quer te ouvir tocar. -ele se virou pra mim, e fez um careta.

-Estou desafinado, não acho que seria uma boa idéia. -ele disse ainda fazendo cara feia pra mim.

-Não seja tão covarde, você só vai tocar para três... -vi minha irmã sentada no sofá.

-Ahm... quatro pessoas, e não para uma platéia.

Ta, eu estava fazendo isso de propósito, por que eu percebi que ele não queria tocar, e além de fazer ele passar essa pequena vergonha, eu estava super curiosa pra saber se ele tocava bem, por que a final, ele nunca tinha mencionado que sabia tocar piano, nem que era londrino, pensando bem, ele nunca havia me falado nada a seu respeito.

-Você não é Beethoven, mas também não deve tocar tão mal assim. -disse ainda provocando.

Ele me olhou sério, eu estava com um sorriso leve no rosto, mostrando que estava brincando, mas ele pareceu não ter gostado disso. Mas eu não me importei; ele caminhou até o piano preto de calda, se sentou no banco e começou a tocar. Realmente, ele tocava lindamente, como sua mãe disse, e para a minha surpresa estava tocando Bach, eu sempre gostei de música clássica, por causa do meu avô, dos netos, eu era a única que adorava passar tardes com ele jogando xadrez enquanto escutava música clássica, e depois nós comíamos tortas, e tomávamos chá, ás vezes ele até me levava pra tomar sorvete quando estava muito calor. Tenho que confessar que fiquei surpresa por saber que o Christoph sabia tocar tão bem piano, acho que eu subestimava ele demais, ou talvez seja por que eu não tinha a mínima idéia sobre ele, e olha que éramos amigos, ele tem sido meu único amigo em anos.

-Mas que lindo Christoph, eu não imaginava que você tocasse tão bem. -minha mãe disse depois que ele parou de tocar.

-Meu garoto é incrível Jeynnie, tenho muito orgulho dele. -a mãe dele disse com um sorriso de relha a orelha.

-Certamente Genevieve, está de parabéns. -minha mãe também estava sorrindo.

Christoph se levantou e parou do meu lado com a cara fechada.

-Eu não achei graça alguma, Pietra. -ele sussurrou num tom intimidador.

-Pois eu achei. Beethoven. -disse rindo da cara dele.

-Suas piadas nunca tem graça, e sim mal gosto. -ele parecia furioso, o que foi mais engraçado.

-Mal gosto ou não, pelo menos eu dou risada, principalmente quando é pra rir de você. -disse ainda rindo dele.

-Vou pedir pra que tragam seu chá. -ele revirou os olhos, deu meia volta e saiu.

Sentei ao lado da mãe dele, que agora parecia que era amiga de infância da minha mãe, enquanto minha irmã não parava de mexer naquele celular. Eu fingi estar prestando atenção na conversa delas, quando na verdade eu estava pensando em chegar em casa, vestir meu pijama, deitar, levantar de madrugada, caçar alguma coisa pra comer dentro da geladeira e depois voltar pro meu quarto, quando de repente Genevieve falou alguma coisa me tirando dos meus planos sobre o que comer de madrugada.

-Desculpa, o que disse? -perguntei meio confusa.

-Estava dizendo a sua mãe, que o Christoph não tem um amigo á anos, fora o primo dele. -ela disse agora virada para mim.

-Eu tenho que te agradecer.

-Não precisa, imagine. Bem... é que o Christoph e eu, somos colegas de laboratório.

Era Para Ser Você - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora