Primeiro Beijo De Will E Tessa - Ponto De Vista De Will

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Sobre Perda: Ponto de Vista de seu beijo com Tessa em Anjo Mecânico, página 284 a 292.

Will Herondale estava queimando.

Essa não era a primeira vez que ele havia consumido sangue de vampiro, e ele sabia o padrão da dor. Primeiro havia uma vertigem e euforia, como se você tivesse bebido muito gin - o breve período de embriaguez antes de a sensação passar. E então vinha a dor, começando dos dedos dos pés, subindo como se linhas de pólvora tivessem sido postas sobre seu corpo e estivesse queimando até chegar a sua cabeça.

Ele ouvirá que a dor não era tão intensa para humanos: que seu sangue, mais fino e mais fraco que o sangue de um Caçador de Sombras, não lutava pela doença demoníaca como o sangue de Nephilim fazia. Ele estava vagamente consciente quando Sophie veio com a água benta, borrifando nele algo frio conforme deixava os baldes no chão e saía do quarto. O ódio de Sophie por ele era sólido como a neblina de Londres; ele podia sentir saindo dela quando ela se aproximava dele. A força disso o fez levantar e se apoiar pelos cotovelos. Ele puxou um balde para perto de si e o levantou em direção a sua cabeça, abrindo sua boca para engolir o que conseguisse.

Por um momento, ele sentiu como se fogo queimasse completamente suas veias. A dor cessou, exceto pela pulsação em sua cabeça. Ele se deitou cuidadosamente, curvando um braço sobre seu rosto para bloquear a iluminação fraca vindo das janelas baixas. Seus dedos parecia deixar uma trilha de luz conforme se moviam. Ele ouviu a voz de Jem em sua cabeça, o repreendendo por arriscar sua vida. Mas o rosto que ele via contra suas pálpebras não era o de Jem.

Ela estava olhando para ele. A voz negra em sua consciência, o lembrete de que ele não poderia proteger ninguém, e que ficaria sozinho até o fim. Ela aparentava exatamente da maneira que ele a havia visto da última vez; ela nunca mudava, e assim ele sabia que ela era uma invenção de sua imaginação.

- Cecily - ele sussurrou - Cecy, pelo o amor de Deus, me deixe.

- Will?

Aquilo o surpreendeu; ela aparecia para ele frequentemente, mas raramente falava. Ela aproximou sua mão dele, ele teria se aproximado dela também, se não fosse o ruído de metal colidindo o trazendo de volta de seu devaneio. Ele engoliu seco.

- De volta, é, Sophie? - Will disse. - Eu te disse que se você me trouxesse outro desses baldes infernais, eu...

- Não é a Sophie - veio a resposta. - Sou eu. Tessa.

O batimento de seu próprio pulso invadiu seu ouvido. A imagem de Cecily desvaneceu e se dissipou em suas pálpebras. Tessa. Porque eles a enviaram? Será que a Charlotte o odiava tanto assim? Isso deveria ser algum objeto de lição para ela nas indignidades e perigos do Mundo das Sombras? Quando ele abriu seus olhos, ele a viu parada em sua frente, ainda em seu vestido de veludo e luvas. Seus cachos negros contrastavam com sua pele pálida, e sua bochecha estava salpicada, levemente, com sangue, provavelmente de Nathaniel.

Seu irmão, ele sabia que deveria dizer. Como ele está? Deve ter sido um choque tê-lo visto. Não há nada pior que ver alguém que você ama em perigo.

Mas fazia anos, e ele aprendera a engolir as palavras que ele queria dizer, transformando elas. De alguma forma eles estavam conversando sobre vampiros, sobre o vírus e como ele era transmitido. Ela deu o balde para ele com uma careta - ótimo, ela deveria ter raiva dele - e ele usou isso para extinguir a chama, para acalmar a queimação em suas veias e garganta e peito.

- Assim melhora? - ela perguntou, observando ele com seus olhos cinzas claros - Derramando a água em sua cabeça desse jeito?

Will imaginou como ele deveria estar aparentando para ela, sentando no chão com um balde acima de sua cabeça, e fez um som com a garganta, quase uma risada. Oh, o glamour de ser um Caçador de Sombras! A vida de guerreiro que ele havia sonhado enquanto criança!

Todas As Cenas Deletadas De As Peças InfernaisWhere stories live. Discover now