Peccatori

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[n/a] Sede a me ! é tipo um "fique longe de mim".

Sei que demorei, mas eh aquele ditado né jdjsjdj não se esqueçam de votar e comentar! Boa leitura!!!

Até o prox e último cap!!!

XX

We are each our own devil, and we make this world our hell.

Deu apenas mais uma breve olhada em seu aprendiz antes de se levantar, sentindo seu interior revirar ao ver o demônio terminar lamber o sangue que estava em suas mãos. Ele o olhou assim que chupou a ponta do polegar, sorrindo ladino, e então deu um passo para frente, mas não conseguiu progredir.

Rosnou ao fitar o chão e enxergar a armadilha para demônios. Socou o ar, gritando em plenos pulmões. Estava preso ali.

Castiel encolheu-se ao sentir o chão tremer, cada vez mais intenso conforme as cordas vocais do loiro vibravam. A chama da pequena vela que estava encarregada de iluminar o imundo corredor começou a falhar, arriscando-se a cair do apoio que tinha na parede ao que esta também começou a mexer, derrubando alguns dos quadros que tinha ali. O padre recuou alguns passos, desviando de um objeto que quase o atingira, caindo então ao tropeçar no corpo do jovem Sammuel.

Seus cotovelos arderam com o impacto contra a madeira podre. Gemeu baixinho, fechando os olhos fortemente na tentativa de controlar a dor, abrindo-os apenas quando já não ouvia mais o grito enfurecido do demônio, e sim um silêncio mortífero, seguido de um barulho agudo em sua cabeça. Tudo pareceu girar, estava realmente alto em sua mente, e aquilo ficou ainda mais confuso para o Padre ao olhar o sorriso satisfeito do outro.

Tombou a cabeça para o lado, sua visão parecia embaçar cada vez mais que o maldito som se tornava ainda mais agudo. Apoiando suas mãos no chão, tentou levantar, mas seus movimentos pareciam retardados, os membros não o obedeciam, deixando uma sensação de incapacidade. Estava paralisado, até mesmo seus pulmões não conseguiam puxar o ar, sufocando-o.

Os olhos negros do demônio pareciam, ironicamente, brilhar enquanto assistia o moreno se contorcer no chão como a um asmático em busca de oxigênio. Era bom vê-lo implorar por algo tão insignificante quanto sua vida, chegava a até mesmo ser prazeroso para o loiro observar atentamente cada movimento debilitado. Florence se arrastava pelo chão imundo tentando se levantar, mas o demônio fazia questão de deixá-lo para baixo, mantendo-o pequeno, da forma que havia apreciado tanto ao ver.

Ao se alimentar de sangue humano descobriu que poderia ganhar coisas especiais, então seus dons iam mais além do que os de qualquer outro de sua espécie. Sentiria pena do representante de Deus caso não estivesse realmente gostando de sua presença; se fosse qualquer outro, como Sammy, já teria acabado com a situação, mas com o padre não. Queria experimenta-lo de todas as formas possíveis.

Deixou que Novak respirasse, deitando brevemente e fitando-o se levantar. Seu corpo, por estar dominado pelo medo, dificultava a ação de se manter ereto sem o apoio de algum dos móveis empoeirados dali. O demônio estava atento, considerando a fragilidade daquele humano uma ironia à sua força; ele realmente achou que poderia tirá-lo de sua casa, simplesmente exorciza-lo? Talvez devesse lembrar que havia dito que não sairiam dali, e de fato, não vão sair.

As mãos nervosas dificultavam a tarefa de encontrar o que precisava na bolsa, e a penumbra também não o ajudava, assim como o olhar do outro sobre si. Teve de se agachar, espalhando aquelas coisas no chão para que pudesse ver melhor, tateando-as.

Forgive me, Father.  » DestielWhere stories live. Discover now