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A chuva caía torrencialmente quando Clarke deixou a casa de Lexa. Cada gota parecia afiada e forte, quase ferindo a sua pele. O seu cheiro persistia, e Clarke não podia fazer nada a não ser ficar ali parada por um tempo, permitindo que a chuva caísse sobre ela e potencialmente limpasse todos os seus pensamentos.

Ela sempre gostou de chuva. Era uma preciosa raridade, algo que ela via poucas vezes.

Ela permaneceu debaixo da chuva, pensando sem verdadeiramente pensar.

Sempre que ela pensava, a sua mente se desviava e corria para os eventos passados uma e outra vez, e ela ficava sobrecarregada, como de costume.

Lexa.

Clarke não se movia, teimosa e surpresa. Com ela mesma. Quando a magricela assistente de Lexa veio até ela lhe dizendo que Lexa queria falar com ela sobre a sua equipa, ela soube instantaneamente que era mentira. Ela sabia que Lexa apenas queria falar com ela.

Mas, mesmo assim, ela foi.

Quatro semanas tinham se passado e a raiva e mágoa de Clarke em relação a Lexa tinha crescido firme e lentamente. Ela realmente tinha planejado que, nesse encontro, ela finalmente diria a Lexa que estava farta de todos os seus jogos, e que Lexa tinha de a deixar em paz para sempre.

Mas, obviamente, o coração de Clarke decidiu tomar um caminho diferente.

Lexa era apenas tão insanamente irritante e cativante ao mesmo tempo. Ela tinha uma presença que tornava difícil alguém ficar zangado ou chateado, olhos tão frios mas tão quentes, uma voz que era tão cortante mas tão suave.

E Clarke amava isso. Clarke amava ela.

O facto de Lexa ter confessado o seu amor desintegrara quaisquer maus pensamentos que Clarke tivesse tido antes. Ela sabia o quão difícil era para Lexa mostrar quem ela realmente era. Se expor. Aquilo devia ter necessitado de toda a força que ela conseguisse juntar.

Mas, aquilo só tinha deixado Clarke mais confusa.

E, a partir daquele momento, tudo o que Clarke queria fazer era beijá-la. Então ela fez.

"Senhorita Griffin, se você me permite, por favor, levá-la até sua casa." O motorista de Lexa falou.

Clarke saiu do seu transe e sorriu. "Com certeza. Muito obrigado, Han."

Han sorriu abertamente e abriu a porta do carro. Clarke entrou, molhada devido à chuva, e emocionalmente perplexa.

*****

"Ele me levou numa feira ontem à noite, nós andamos em milhares de brinquedos mas, eu não sei... eu estava tão aborrecida!" Octavia estava exclamando no dia seguinte, no departamento de marketing, para um Jasper desinteressado.

Jasper continuava digitando distraidamente no computador, acentindo e emitindo um som de concordância como se estivesse ouvindo. Clarke revirou os olhos e começou a escrever um e-mail pelo celular. Octavia e as suas histórias sobre Lincoln nunca deixavam de a aborrecer.

Monty, por outro lado, estava intrigado com a saída de Octavia. Ele abriu a boca no formato de 'O'. "Que fofo! Você ganhou algum brinquedo de pelúcia?" Ele questionou.

Octavia suspirou e abanou a cabeça. "Não! Ele não conseguiu acertar a porcaria das setas!"

"Oi pessoal!" Raven cumprimentou calorosamente, entrando na sala.

Instantaneamente, todos se viraram para ela. "E aí Raven?" Disseram quase em uníssono.

Octavia sorria abertamente. O seu mau humor parecia ter desaparecido. Raven olhou para ela, e um tímido sorriso ameaçava aparecer nos seus lábios.

Lexa EnterprisesOnde histórias criam vida. Descubra agora