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"Não tenha tanta pressa."

Fotografias espalhadas pela cama, que naquela altura, eu já não tinha mais vontade de organizar.
A maioria me fazia relembrar a infância tão prazerosa que tive.
Cresci cercada de primos e eu era a caçula da casa.
Aproveitava o enorme quintal para brincar com outras crianças.
Na estante, brinquedos incontáveis que minha mãe e minha avó -e vez ou outra meu pai- compravam.
Lembrei do quanto eu gostava de comemorações, principalmente do meu aniversário.
Fabulava como os faria, com tamanha alegria estampada no rosto.
Possuía uma coleção de diários e usava todos eles.
Quando eu sentia medo a solução era abraçar as pessoas que eu amava.
Mas eu cresci; consequentemente isso me fez mudar.
Eu já não tinha brinquedos e nem comemorava tanto os aniversários.
Minha extensa coleção de diários reduziu para uma unidade, mas eu a aproveito ao máximo.
Abraçar minha mãe já não acaba com a culpa que eu sinto, mas alivia um pouco.
Os medos cresceram muito além do que disseram que cresceriam.
Agora eu me tornei expectativa.
Tenho que atingir alguns objetivos que não fazem parte dos meus.
Sentir saudade acabou tornando-se um hábito cruel e sabendo que não iria dissipar tão cedo, deixei de tentar.

Eu não sei qual é a sua idade;
Não sei o que você gosta de fazer, nem sei se você realmente está prestando atenção nessa leitura.
Mas seja quem for, não tenha pressa para o futuro...
Ele vai chegar daqui a alguns minutos, espere um pouco.
Eu me mantive firme até aqui.
E você?

Uma Dose De NostalgiaOnde histórias criam vida. Descubra agora