Capítulo 11 - Jennifer Dunnes

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O dia parecia querer me surpreender cada vez mais. David dizer que estava indo embora mudou completamente tudo o que sentia. Se antes era carinho ou compaixão por ter estado em uma guerra, agora era paixão beirando ao amor.

Em poucos dias ele se tornou essencial em minha vida. Acostumei-me a tê-lo nas refeições, em vê-lo se atrapalhar em algumas tarefas, em admirar seu sorriso e olhos azuis em diversos tons. David me faz sentir segura apesar de ele dizer que é perigoso para mim. Diria até que demorei para perceber o que sentia, mas minhas enroladas para sentir seu toque em mim a qualquer instante, não passaram despercebidas pelo meu coração. Nunca acreditei que pudesse gostar tanto de uma pessoa em tão pouco tempo, mas quando é para acontecer não tem jeito.

Depois do almoço sentamos no sofá e ficamos assistindo qualquer coisa, sabia que nem eu e nem ele prestávamos atenção na televisão ligada. Acabamos aos beijos, até sermos interrompidos pelo telefone de casa. Era minha mãe. Quase não consegui esconder a tristeza que sentia por dentro em saber que ele iria embora. Tentei brincar e rir como sou quando falo com ela. Nem David, que me olhava todo o tempo, largado no outro sofá, desconfiou da minha tristeza.

Depois da pequena conversa, David levantou dizendo que iria arrumar sua mala e apenas afirmei com a cabeça avisando que iria ver os cavalos e é onde estou agora. Deve ter passado uma hora ou menos. O céu tomou um tom alaranjado indicando que a noite estava chegando, ficando cada vez mais próximo de David ir embora.

— Como faço para ele mudar de ideia? — pergunto baixo ao cavalo em que acaricio. — Não quero que ele vá.

— Conversando com um cavalo? — sorrio ao ouvir David indagar divertido.

— Estamos batendo um papo. — digo e saio da baia, deixando tudo como estava antes.

— Você gosta de cavalos. — ele afirma e olho-o de onde estou fingindo estar ofendida.

— Eu gosto de todos os bichos que moram aqui.

— Até dos porcos? — ele arqueia uma sobrancelha meio duvidoso e escondo meu divertimento.

— Eu gosto deles apesar de estarem sempre sujos de lama.

— Verdade? — questiona e cruza os braços me distraindo. — Eu andei te observando Jenny e posso jurar que os coitados devem estar surdos só de ouvir suas reclamações quando vai lavá-los.

— Isso porque fico horrível quando termino o banho, mas é só disso que eu não gosto. — argumento e me encanto com seus leves passos vindos em minha direção.

— Mas eu acho que você fica tão sexy. A blusa toda molhada colada ao corpo, os olhos vivos e brilhantes, os cabelos revoltos...

— Eu fico cheirando mal. — digo interrompendo-o e ele para. Ele ergue os olhos e depois balança a cabeça me olhando.

— Tem razão, você fica. — confirma e bato em seu braço de brincadeira ao mesmo tempo em que ele me abraça. — Vim te buscar. — deposita um doce beijo em minha testa e olho para cima tendo uma visão de sua boca. — Vou preparar um jantar para nós.

— Está me chamando para um "encontro"? — pergunto e ele levanta o queixo outra vez pensando. Aproveito para distribuir beijos em seu pescoço.

— Não estou te chamando, estou dizendo que nós vamos ter um encontro. Assim você não tem como fugir ou dizer que não.

— Hum, acho que gosto de você mandão. — digo agitada e ele pega meu queixo fazendo olhá-lo nos olhos.

— Não diga tolices amor, sabe que posso usar isso a meu favor. — diz rouco e inspiro profundamente sendo impossível conter um sorriso malicioso de meus lábios.

Amor em Combate - Os PetersonsOnde histórias criam vida. Descubra agora