A dona do meu coração - Romance Lésbico

CAPÍTULO 91

-Uma garota linda e especial como você, não foi feita para sofrer e sim para ser amada e ser completamente feliz. Me deixa te amar? Me deixa te fazer feliz?

Choque!

Foi isso que recebi ao ouvir as palavras de senhorita loira que estava no meu quarto.

Limpei as lágrimas do meu rosto e sem saber o que fazer decidi ficar olhando para ela, sem emitir nenhuma reação.

-Júlia?

Eu queria responder, mas meu cérebro não funcionava. Minha cabeça girava e eu não sabia o que fazer ou o que pensar.

-Ruiva?

A voz dela soou novamente e só dessa vez que voltei a mim. Seu semblante transmitia medo e tristeza e eu queria arrancar aquele sentimento ruim dela, respirei fundo fechando meus olhos e ao ouvir seus passos se tornarem distantes eu fiz o que sempre deveria ter feito.

-Eu sou apaixonada por você desde os meus doze anos de idade. Hum... Quando você entrou na minha sala de aula tropeçando nos cadarços que estavam soltos e quase caia com o rosto no chão, fui eu quem te segurei. Eu te segurei. E foi com aquele olhar de agradecimento que eu me apaixonei. Nós mudamos de escola, de turma, mas sempre me lembrei de você, nunca consegui te tirar da minha cabeça, nos meus sonhos era com você que eu sonhava, era você minha namorada perfeita. Nunca tive coragem para falar com você, nunca tive coragem de me aproximar de você, mas eu tenho que dizer, você sempre foi o meu desejo mais profundo.

Soltei o ar e esperei sua reação. Ouvi um soluço seguido de outro e mais outro.

Merda. O que eu fiz?

-Belle? Porque está chorando?

-Você ainda pergunta?

Droga.

Estou ferrada. Eu fiz merda.

Só pode ser o motivo de todo esse choro.

-Belle... E-Eu...

Fechei meus olhos me arrependendo de tudo o que havia feito. Não devia ter me declarado a ela, não devia.

E agora?

Meu corpo foi jogado contra a cama e senti um peso sobre mim.

-Oh droga. Droga, droga, droga.

Beijos eram espalhados pelo o meu rosto e como sempre eu não tinha reação alguma.

-Belle? O que está fazendo?

-Desculpe, desculpe. É que... Droga. Desculpe.

Ela fez menção de sair de cima de mim e eu a segurei pela cintura e a fiz ficar onde estava. Suas pernas estavam uma de cada lado do meu corpo e sua bunda estava em cima da minha virilha.

Não preciso dizer que gostei da posição, certo?

-Me fale. O que houve?

-Droga. Me desculpe pelo surto... É que... É que...

-Isabelle!

-Desculpa.

-Respira e fala.

Mais uma vez ela tentou sair de cima de mim, mas novamente a prendi. Continuei deitada na cama a esperando falar.

-Eu também.

Ela disse de uma vez.

-Você também?

Perguntei sem entender o que ela estava falando.

-Sim.

-Sim o quê?

-Eu também... Sou apaixonada por você desde que éramos crianças.