24. Traição

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Eu sentia um baque toda vez que saltava velozmente de um prédio para o outro. Já se passava da meia-noite, e o único som que fazia na cidade era os das boates lotadas, dos carros, e é claro, eu e o Mascarado, que as vezes fazia uma vigia noturna junto comigo.

Cada salto dado tinha que ser preciso, cada centímetro entre um prédio e outro tinha quer ser calculado perfeitamente em nossa mente. Mas é claro se errássemos, existiam outras maneiras de não nos emborracharmos no chão.

Brian parecia se divertir, nessa minha caça noturna a procura de algum criminoso. Os meus alvos principais sempre era os mutantes, usando dos seus poderes para causar o caos.

Os pelos dos meus braços enrijeceram ao escutar um grito aterrorizante vindo de alguma parte da cidade. Subi na prancha do mascarado e seguimos em direção de onde ele veio.

Brian disparou mais veloz do que nunca, em um equilíbrio perfeito, diferente de mim. Tento permanecer com os meus pés em cima da prancha, lutando para não cair. O vento vinha violentamente de encontro a nós, me fazendo perder o equilíbrio. Passei meus braços pelo de Brian, evitando a minha queda. O homem olha de relance para trás, me pegando de surpresa, o soltei imediatamente. Nós já estávamos muito perto um do outro, eu não tinha que me aproximar mais tocando nele.

O Mascarado parou bruscamente ao avistar a cena do crime. O local era movimentado demais para aparecermos em público. Um bar requintado onde pessoas da alta sociedade se encontravam para passar a noite. Pessoas corriam para todos os lados, deixando um rastro de destruição. Copos se estilhaçavam no chão, mesas eram derrubadas na tentativa de escaparem, gritos de histeria eram ouvidos, e pessoas implorando para que o homem que exibia vários espinhos grudados em sua pele não os machucassem.

— Eu só quero as joias e o dinheiro! — O homem berrou para a mulher que se encontrará ajoelhada, com as duas mãos erguidas para o alto, em sinal de rendição.

— Não podemos ir até lá. — Disse Brian, com medo de ser expor. Esse não era um local apropriado para agirmos, mas algo tinha quer ser feito até que as Forças Especiais chegassem.

Deixei-o sozinho com os seus pensamentos. Fiz uma ponte de gelo, desci da prancha, e deslizei até chegar por trás do homem com espinhos.

— Sara! — Gritou Brian atrás de mim, estragando o meu momento surpresa.

O Homem de espinho olhou lentamente para trás.

— Droga! — Disse eu, erguendo a mão, e lançando gelo contra ele. O homem ergueu a sua mão, um buraco negro se abriu nela, surgindo algo pontudo como um espinho, ele o lançou contra o meu gelo, fazendo ele se espatifar antes mesmo de chegar até ele. — Merda!

— Eu não quero guerra com gente como você. — Disse o homem me fitando com os seus enormes olhos negros. — Eu só preciso da grana. Agora me deixa em paz, antes que a gente comece uma batalha sangrenta aqui. Você vai perde feio, menina. Olha para mim.

— Eu estou olhando. — Dessa vez fui mais radical, fiz um gelo no formato do espinho do homem. Se eu queria vencê-lo, teria que lutar de igual para igual. Lancei o gelo tão rápido que só deu tempo do homem piscar e o espinho de gelo ir de encontro a sua face, fazendo um corte profundo.

As pessoas gritavam horrorizadas com a cena. Muitas presas ali no bar aproveitaram para escapar. A mulher que estava sendo roubada no momento colocou as mãos nos olhos tentando não olhar a cena. Uma parte do rosto do homem estava em carne viva, sangue cobria agora metade do seu rosto. Ele dizia palavras de ódio para mim. Senti de imediato um calor vindo detrás de mim. Era Brian, que se aproximará. Olhei para o homem em chamas, e pude sentir através de todo aquele fogo o horror de Brian ao ver o estado em que o homem se encontrava.

Sopro Congelante (Completa)Where stories live. Discover now