Capítulo 7 - Caius

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Agosto era um mês onde geralmente começava frio, depois ia esquentando, e os dias iam se tornando ensolarados. A primavera se aproximava, eu particularmente gostava da primavera, ela deixava tudo um pouco mais feliz e descontraído, pelo menos pra mim. Ultimamente eu sentia falta da Luna, eu estava a poucos metros da casa dela, mas não podia vê-la, ela havia me avisado que iria passar por uma análise espiritual, segundo ela, havia algo de errado com sua aura. Não perguntei muito, apenas concordei.

Hoje seria meu último dia na casa de Elena, logo eu voltaria pra casa, na verdade não pra casa. Durante minha gestação (ainda é estranho eu dizer isso), eu ficaria na casa de Caius e Sarah, porque minha barriga iria crescer, eu ficaria estranho e não poderia estar saindo de casa, o que definitivamente não seria bom pra mim. E o lugar da casa na floresta não era muito habitado, fora o fato de ser terreno particular, ninguém poderia se aproximar na residência sem a permissão de Caius ou Sarah. Segundo Sarah eu poderia fazer passeios pela floresta, isso seria bom para o bebê.

Eu estava arrastando a mala até o carro de Caius, havia um nó em minha garganta, não queria me despedir de Elena. Ela havia me ajudado tanto, ela era o tipo de pessoa que eu gostaria de carregar pra sempre. Elena deixara bem claro que ela me visitaria pelo menos uma vez por semana, para vez eu e o bebê, ela seria uma vó coruja. Isso era fofo.

Caius estava calado durante todo o percurso, sua feição fechada e nem esboço de simpatia ou ansiedade, apenas a cara de sempre.

– Sam ficou ansioso de saber que você vai ficar com a gente. – Caius se expressou enquanto dirigia.

– Ah vou gostar de ficar com vocês. Só peço que não me toquem. – falei

– O que? Por quê? Agora está metido?

– Não! É que o bebê não gosta quando outro lobisomem me toca, e acredite quem sente a dor sou eu! Então mantenha seus dedos longe do meu corpo.

– Ok, senhor mamãe. – Caius riu sem tirar os olhos da estrada.

Ok, aquilo era raro.

– Senhor mamãe? Sério?

– Foi o que pude pensar.

O sorriso deve estava largo, algo parecia diferente nele.

– Você não vai me chamar assim agora vai?

– Isso te irrita?

– Não sei, mas acho que sim.

– Então vou te chamar de senhor mamãe. – ele disse em meio a um sorriso.

– Não se irrita uma pessoa grávida!

– Eu sei, mas eu gosto.

– Porque está feliz Caius?

– Não sei algum problema. – ele parecia confuso.

– Não, é só que é tão difícil ver você assim, e eu gosto da sua felicidade. -Caius me olhou diferente, como que surpreso. – Gosto de você Caius, apesar de ser chato e estraga prazeres às vezes. – ri com o que eu acabara de dizer – Você tem me ajudado demais, não tenho como agradecer.

– Seu modo de agradecer é deixar que nossa alcateia cuide dessa criança, ela será um dos nossos, quero criá-la como um verdadeiro lobisomem.

– Tudo bem, de qualquer forma você fará parte da vida dela, e agradeço por isso, você tem algo paterno dentro de você, eu posso sentir.

Estamos chegando. – ele mudou de assunto, seu sorriso havia sumido e algo parecia deixa-lo desconfortável.

– Sim. – concordei enquanto o carro entrava numa trilha que dava até a casa da alcateia.

Darkness of Heart | Livro II | Romance GayWhere stories live. Discover now