| V A L |
Depois de me despedir da Rosalie e da Cleo, inicio o meu caminho para casa, ainda a tentar descobrir a melhor maneira de falar com o Ethan sobre isto. Oh, quem é que eu estou a enganar? Não há NENHUMA boa maneira de contar isto.
| E T H A N |
Ajeito-me um pouco na cadeira e coloco a mão no rato do computador, voltando a olhar para o seu monitor, concentrando-me outra vez no meu interessante jogo que basicamente consiste em matar pessoas.
Passados cerca de 10 minutos, oiço a porta a bater e automaticamente fecho a tampa do portátil, sabendo que era a Val. Como é que eu sabia? Os meus pais fizeram uma escapadinha romântica, o Grayson saiu há para aí 5 minutos para ir à sua primeira aula de condução e a Cameron obviamente que está na faculdade.
Ultimamente eu e a Val estamos muito distantes e eu queria mesmo saber porquê, ou pelo menos estar um bocado com ela...
Desço as escadas de forma apressada e olho para ela, que ostenta uma expressão preocupada no seu rosto. Abrando nos últimos degraus, dirigindo-me à minha namorada, e quando estou perto, coloco-lhe a mão na cintura.
-Ethan...- Val tenta dizer-me alguma coisa mas eu interrompo-a, unindo os nossos lábios num beijo, que, inicialmente decorria de uma forma lenta mas que progrediu para um beijo, ah... como é que eu posso dizer isto? Meio... selvagem.
Espera aí, como é que nós fomos parar ao sofá? *cara perversa*
-Ethan.- Val arrasta-se de cima do meu corpo e senta-se na outra ponta do sofá, mostrando-me uma cara séria, que me deixou instantaneamente preocupado. Ao vê-la ali, despenteada e com aquele olhar tímido nos olhos, eu percebi que algo se passava.- Eu...
-Val.- Interrompo mais uma vez e ela sussurra «Valerie»- O que quer que seja que se esteja a passar, podes contar-me. Eu amo-te e estou aqui para te ajudar o máximo que puder em tudo o que precisares. Por favor, sê honesta comigo.
| V A L |
E eu não o consegui ser. Vê-lo a expor o seu amor por mim tantas vezes, e sempre de forma tão amorosa aquece-me completamente o coração, que ao mesmo tempo fica apertado por saber que vou ser obrigada a deixá-lo em menos de 4 dias. 4 dias. Ainda parece tudo um pesadelo.
Decidi então esperar por amanhã. Amanhã, vou contar-lhe, por mais doloroso que seja para ambos, e nada me pode (nem vai) impedir.
| L A U R E N |
*dia seguinte*
Acordei de manhã com o sol a espreitar por entre as minhas persianas, batendo-me nos olhos, uma característica do meu quarto da qual tinha particularmente saudades.
Hoje vai ser um grande dia.
Estendo o braço, alcançando o meu telemóvel, que estava cheio de mensagens, algumas dos meus amigos australianos, que diziam ter saudades minhas; mas maior parte dos amigos americanos, que perguntavam como tinha sido a viagem de regresso e que afirmavam ter saudades minhas. Porém, ainda não tinha recebido mensagem da pessoa que eu mais desejava que ma mandasse.
10:58.
Levanto-me, animada, e prossigo para o chuveiro, tomando um banho rápido.
De seguida, escolho a roupa, optando por um crop top justo e uns calções de cintura subida.
Saio do meu quarto e dirijo-me para a cozinha, cumprimentando os meus pais enquanto agarro numa maçã, para comer no caminho.
-Vais já sair, querida?- O meu pai pergunta.
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Run Away | e.d #Wattys2016
Fanfiction"Eles odiavam-se, ao menos convenciam-se disso, talvez por serem loucos ou talvez para se abstraírem do desejo que tinham um do outro" themagcongal, 2015