cap22: lar

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Após falar com minha mãe, arrumei minha bolsa e segui ao estacionamento do prédio onde fica meu stúdio fotógrafo, destravou meu carro um gol de cor preta e adentro.

Aperto no nome Leila na tela do meu celular e coloco pra chamar
1....
2 ...toques e ela atende.

- alô Lara.

- oi Leila, desculpe está ligando a essa hora..

Aspiro por um momento o ar frio da noite que entrava pela janela aberta do meu carro.

- sem problemas,mas aconteceu algo?.

Ela parece preocupada,.
Leila vivia em um apartamento alugado com 3 amigas que rachavam o aluguel, trabalhava pra mim meio período no outro período ela estudava, estava se formando em ciências contábeis, tinha 24 anos e o medo de perde o emprego que a mantinha, ou seja Leila tinha medo que minha ligação significasse demissão.

-aconteceu... mas nada que envolva você, na verdade e com meu pai ele está muito doente , vou precisar me ausentar do trabalho por algum tempo , e preciso que você tome conta do studio por mim, avise aos clientes que estavam agendados que tive que resolve alguns problemas familiares e pesa desculpa ,diga que em breve voltarei .

Sentir a compaixão de Leila quando ela me disse.

-vai ficar tudo bem Lara, seu pai vai melhora você verá, deus ajudará vocês .

- obrigada Leila, tomará que sim.

Na verdade eu não acreditava em uma possível recuperação, eu tinha me tornado alguém sem fé ,mas Leila não precisava saber da minha descrença.

Liguei também para o Arthur quando cheguei no meu AP explicando tudo, depois pro Thomas que queria partir comigo mas recusei eminentemente.

Eram 10:00 hrs da manhã quando cheguei ao rio, peguei um taxi na porta do aeroporto.

Com a cabeça escorada na janela do táxi, comecei a me lembra de quando cheguei do exterior e meu pai foi me buscar no aeroporto, eu estava tão eufórica de como as coisas estavam, cheia de expectativas... mas hoje só penso em como tudo que deixei pra trás está.

O taxi para na porta da casa dos meus pais.

- obrigado .
Dou o dinheiro da corrida ao taxista que sorri gentil ao pega o dinheiro.

- obrigado você senhorita, até mais.

Ele entra no taxi e da partida.

Eu caminho em direção ao portão grande de ferro e o destravo sem dificuldades ,não avisto ninguem no jardim da frente, me pergunto onde estão os jardineiros.

Sigo adiante e toco a campanhia da porta da frente de casa, quando uma moça com uniforme que presumi ser uma nova empregada abre para mim, ela devia ter uns 32 anos, pele morena e cabelo encaracolado .

- oi senhorita Lara, sua mãe estava te esperando ,deixa que pego sua mala... entre.

Pisco os olhos e entro na casa que não tinha mudado muito, ela pega minha mala da minha mão.

- obrigada ,qual seu nome mesmo? .
A pergunto.

- e Katia .

- assim Katia prazer em te conhecer pode me chama de Lara.

Sorriu pra ela que me olha com simpatia, me lembro que não vi a nana e resolvo pergunta.

- Katia onde está a nana?

Ela me olha em lamento.

- a nana se aposentou e voltou pra cidade natal dela a meses.

Me sinto mal por não ter me despedido dela, sempre foi como uma mãe pra mim.

- que pena vou sentir saudades dela, era uma otima pessoa.

- não duvido senhorita Lara.

- onde está minha mãe e meu pai?

-no seu quarto, o senhor Rodolfo não se sentiu bem hoje e ela resolveu lhe fazer companhia,ele hoje está pior que os outros dias, sua mãe se recusa a acredita que ele esteja mesmo com essa doença, ja foram a varios especialistas que dão o mesmo laudo " tumor cerebral " .

Meu coração se corta e sinto medo de não conseguir ser tão forte assim pra vê meu pai se acabando sem poder fazer nada.

- minha mãe nunca aceitou nada sem antes descarta 10 hipótese,bom vou subir leve minhas coisas pro meu antigo quarto por favor.

A Katia balança a cabeça. -sim senhora.

Subo as escadas e vou em direção ao quarto dos meus pais, Bato antes de entrar.

- pode entrar.

Minha mãe grita e eu entro em seu quarto.
vejo o olhar abatido da minha mãe, lendo um livro, sentada em uma cadeira ao lado da cama onde também vejo meu pai deitado, ele estava magro e abatido ,havia um sono ligado em sua veia.

Meu coração se partiu e meus olhos encheram de lágrimas,me aproximo dele.

- oi papai.

Agacho e lhe dou um abraço apertado.

- filhinha ,minha pequena princesa que saudade.

-também sentir muita saudade papai,devia ter me contado o que estava acontecendo, e nos últimos meses eu andei tão cheia de trabalho que nem me preocupei de te ligar.

Ele limpa minhas lágrimas.

- shiu.. isso não tem importância agora, estamos aqui juntos e isso e o que importar .

- sim papai isso e o que importa, e dessa vez não vou te deixar.

Prego um beijo em sua testa gelada e pálida., ele volta a me abraçar.

- tem mais princesa pensei na gente ir amanhã pátina no gelo, aquela lanchonete que iamos quando você era criança, fiquei sabendo que abriu uma pista de gelo.

- sim vamos.

Minha mãe que até então se mantinha calada e só observava tomou a palavra.

-mas nem pensar Rodolfo, você esta doente precisa repousar.

Ela tinha uma expressão facial séria.

- vamos sim annabel, e você também ira, eu não vou me curar anna e já me conformei ,só quero aproveitar o tempo que me resta.

Meu pai tinha um olhar de suplicia.

Minha mãe tampo sua própria boca e começou a chorar, um choro abafado como nunca vi antes.
- não posso te deixar ir Rodolfo, não estou preparada pra te perde.

Eu sentia uma dor gritante no coração vendo tudo aquilo mais precisava ser forte, por mim, por meu pai e por minha mãe .. sim vê minha mãe tão vulnerável me fez perceber que ela precisava de mim ao seu lado.

- eu sempre vou está com você mãe, não está sozinha.

Ela pareceu supresa com minha atitude e emocionada,tocou meu rosto e me abraçou.

- ai Lara como queria ouvir isso minha filha, me perdoe por tudo?

- não tenho nada pra te perdoar, pessoas cometem erros o tempo todo até as que amamos.

Sorrimos em trio e demos um abraço em família como nunca tínhamos dado.

- tive uma ideia que tal jogarmos baralho .
Papai sugere.

- claro. Dissemos em uníssono.

Naquela noite rimos ,jogamos baralho, conversamos, foi tão incrível, foi a família unida que eu sempre desejei,e nós tínhamos essa família o tempo todo só demoramos perceber isso.

No dia seguinte patinamos no gelo, papai quase derrubou mamãe e ela ficou brava, mas no final caímos todos no chão gelado e acabou virando uma festa de diversão a queda.

Tivemos uma semana perfeita que pareceu durar anos ..Mas em uma manhã de segunda-feira meu pai passou muito mal, nós o levamos ao hospital onde algumas horas depois seus olhos se fecharam pela última vez e seu coração parou de bater.








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