1. Controle de orgasmo

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Eu me sentia virgem.

Como se nenhuma impureza deliciosa jamais me tivesse tocado.

Apertando meus joelhos, logo abaixo da linha da saia. Balançando as pernas compulsivamente, enquanto aguardava, sentada, que a secretária chamasse meu nome.

Mordi meu lábio, assistindo o sulco que minhas unhas vermelhas formavam sobre minha pele. Tentar controlar a respiração era uma atividade impossível que eu logo abandonei.

O tiquetaquear do relógio sobre a mesa parecia ficar cada vez mais alto em minha mente perturbada e inquieta.

Uma oportunidade.

E não uma oportunidade qualquer...

A melhor das oportunidades.

Prostituição era uma arte. Uma que exigia performance. Ou pelo menos era assim para mim e para outras como eu.

"Acompanhantes de luxo" era uma expressão pequena, que não suportava explicar tudo que precisava ser dito. Eu nunca tinha mais do que uma noite para convencer um homem de que ele era tudo que eu queria e eu era tudo que ele precisava. E oh... como eu os convencia. Era lindo assisti-los dançar e se contorcer. Seguindo meu ritmo. Obedecendo minha música.

Eu trabalhei em hotéis, em clubes, em festas, em atendimentos privados... Eu já tinha feito tudo.

Mas agora era diferente.

Agora eu tinha sido convidada para sentar na mesa dos adultos e, pela minha vida, eu não perderia a oportunidade.

A tarefa era simples: ser a namorada contratada de um ricaço esnobe pelo tempo que ele quisesse.

A recompensa era inimaginável: uma pequena fortuna como pagamento seria apenas o começo. Depois disso... depois disso, eu seria uma lenda. A primeira profissional aprovada pela Willex a oferecer um serviço daquele tipo serviço.

Claro, você poderia pagar um jantar para sua vizinha e ela poderia fingir ser sua namorada por um fim de semana, durante a festa de casamento de um primo.

Poderia contratar uma prostituta na rua para te servir durante um par de dias, te chupando copiosamente enquanto murmurava mentiras.

Ou até mesmo uma acompanhante de luxo para manter ao braço durante uma festa de gala da empresa, atraindo olhares e salivas.

Mas eu não seria nada disso.

Eu seria a mulher que você contrata quando quer alguém que te foda como ninguém jamais fodeu. Alguém que realize todos os seus desejos mais safados, sem qualquer hesitação ou julgamento, e então levante para fazer seu prato favorito enquanto elogia o programa que você mais gosta. Eu seria a companhia perfeita. A namorada que você sonhou. A esposa que você nunca soube desejar. A puta que empurraria para o esquecimento todas as outras.

Tudo isso por um preço justo, é claro.

Era a melhor oportunidade.

Eu só precisava que a secretária chamasse meu nome.

- Senhorita Yasmine. - ela sorriu, finalmente - Ele disse que você pode entrar.

Assenti, educada e levantei. Passei a mão pela saia me certificando que minha roupa estava alinhada e apresentável. Meus cabelos escuros soltos e bem penteados, um perfume suave.

- Senhor Delvak. - cumprimentei.

- Yaya, sente-se. - convidou, em um sussurro, ainda com o telefone no ouvido. Concluiu a conversa apontando para a cadeira a sua frente e eu me sentei.

[Degustação] MalíciaWhere stories live. Discover now