Capítulo Vinte e Um

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Sem correção...


Marcus

- Está tudo bem doutor? – Há dias meu corpo caminhava pela obra, mas minha mente vagava entre a preocupação com a segurança da Alex, o desejo de que pudéssemos um dia viver em paz e o medo de que ela não estivesse correspondendo meu sentimento.

Não havia dúvidas... Juntos, na cama, não existia casal melhor que nós. Mas... Quando contei a ela sobre o irmão e a pedi novamente que viesse ficar em minha casa a resposta dela foi à mesma.

"Não. Não vou deixar que ninguém me prive de viver minha vida. Muito menos meu irmão ou sua mãe... Ou seja lá quem for".

Eu gostei de ouvi-la sobre minha mãe e a conversa que tiveram. E pela irritação da minha mãe quando eu a fui visitar naquele mesmo dia, deixou bem claro que a Alex, não havia deixado se intimidar.

Mas, quanto à teimosia dela em enfrentar o irmão... Isso sim era preocupante. Sem que ela soubesse, deixei seguranças de plantão diante sua casa, e fiz uma denúncia no distrito cinquenta e um. Eles chegariam a poucos minutos caso meus homens ligassem.

Graças à Deus duas semanas haviam se passado e nada do homem aparecer. Nem mesmo para pedir o dinheiro novamente.

- Nada não Rick...

- Soube que o Alexandre andou aprontando, mas se o aquieta... Ele não aparecerá tão cedo. – Parei e esperei que me contasse o porquê. – Está sendo acusado de agressão sexual contra uma garota da zona sul de quinze anos.

- Miserável. – O cara não tinha noção do que era certo ou errado. Como respeitaria a irmã? Só podia ser doente.

- Ele vai ser preso Marcus, pode ter certeza, o Alexandre nunca foi o mais inteligente da casa. Sempre aprontava e era pego.

- Mas enquanto não é... – Foi como se minha boca tivesse profetizado o mal.

Atendi o celular que tocava para descobrir que ele estava rondando a casa da Alex.

Dei todas as orientações e alarmei a polícia sobre o individuo.

- Eu vou com você.

- Não Rick! Preciso que alguém esteja aqui quando a inspeção for feita e obra entregue ao proprietário.

- Mas há o engenheiro que...

- Mas você é meu homem de confiança. – Bati no ombro dele. Não mentia... Ele era a pessoa em que eu mais confiava ali.

Depois que saí da obra e cheguei ao bairro dela, uma pequena confusão se formava na rua. Desci apressado clamando que nada tivesse acontecido. Mas era tarde.

- Marcus... – Ela correu ao meu encontro. – Ele levou a Carol. – Senti o chão faltar debaixo dos meus pés.

- Como assim? – Uma das vizinhas vinha com Olivia no colo. – De onde ele a levou?

- Da escola. – Um dos seguranças se aproximou. Estávamos em frente à instituição e não teve como ele passar pela entrada principal. Mas o vigia do lugar disse que há um portão pelos fundos. – A Alex chorava quando um taxi parou com algumas pessoas que ela começou a chamar de mãe e pai.

- Viram só? Era isso que eu temia todas as vezes que o Xandy fazia algo e vocês acobertavam e nos faziam ajuda-lo.

- Filha...

- Não mãe. Não tem explicação... Eu sei que é duro encararmos a verdade, mas meu irmão é um criminoso.

- Não fala assim com sua mãe Alex. – Ela olhou para o homem parado à sua frente.

- Falta de pulso firme pai... Se tivesse dado a ele a mesma correção que dava a nós.

- Vocês eram mulheres...

- E ele podia fazer tudo porque era homem? Então agora se se entenda com a justiça, porque eu mesma dei queixa e se algo acontecer... – Respirou fundo... – Se algo acontecer com a Carol mãe... Que Deus proteja o Alexandre, porque eu mesma farei justiça com minhas próprias mãos.

Mesmo com a falha na equipe de segurança, logo eles descobriram que ele não havia saído da escola. Ainda estava lá e mantinha a Carol com ele, trancada na sala de informática.

- Como ela está? – Ela se dirigiu ao segurança.

- Parece tranquila brincando ao computador, mas ele está armado e quer falar com a senhora. – Ela tomou a Olivia nos braços e entrou em casa novamente. Dois minutos depois estava diante de mim. Entramos no carro e nos dirigimos ao local.

Ele não queria a policia por perto, não queria minha presença... Só ela.

- Não! – Protestei. – Irei com você. Posso falar com ele e dar o dinheiro que ele tanto almeja.

- Não digo eu Marcus. Não vai dar dinheiro algum a esse malandro. Já obteve mais do que devia. E... Nunca tive medo do Xandy... Nós vamos conversar e eu vou sair de com minha filha. – Entregou-me a Olivia. – Cuida delas pra mim? – Quando segurei a Olivia nos braços ela ficou na ponta dos pés e beijou meus lábios.

- Só pode estar brincando...

- Promete.

- Só até você voltar. – O que ela queria dizer com essas palavras? Não conseguia processar claramente.

E ela entrou.

Meu coração estava dilacerado. Se acontecesse algo, eu nunca mais me perdoaria. Devia ter dado o dinheiro ao desgraçado. Mas não houve contato e agora eu sentia que a culpa era minha.

Era agoniante esperar. Mas a polícia disse que não podiam fazer nada. Caso tentassem entrar ele poderia ferir a Alex.

- Marcus... – Olhei para frente e vi a pequena Carol correndo em minha direção.

- Oi minha querida. – Abaixe-me e recebi seu abraço. Olhei buscando a imagem da Alex, mas não estava atrás da filha. – Onde está a mamãe?

- A mamãe disse que você vai cuidar de mim e da Olivia. – Ela abraçou meu pescoço e meu coração que estava aos frangalhos, começou a bater enlouquecido dentro do meu peito.

- Preciso ir até lá. – Me levantei e entreguei as crianças para a avó que estava logo atrás.

Aconteceu tão rápido... Um som horrível vindo do corredor por onde Alex tinha ido e a Carol havia vindo há pouco. Não me restou outra opção a não ser esquecer que tinha uma perna ineficiente e correr... Como vários policias faziam...

Não fui o primeiro a chegar... Nem o primeiro a vê-la caída. Mas fui o primeiro a desmoronar ao seu lado.


Intenso - A Paixão avassaladora de Marcus Muller.Where stories live. Discover now