Epilogo

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Eu reconheceria todos que estão presentes. Luci é uma senhora magra alta e bem elegante era nossa empregada antes da tragédia, a mesma estava perto de mais do caixão chorando desconsolada – Quem a visse cuspindo no chá de minha mãe não acreditaria nessa cena – Amélia a loira de 1,60 não era nova e também não era velha acompanhada de seu namorado 10 anos mais novo –meu irmão – ela não demostrava felicidades (mais talvez estivesse), também não demostrava tristeza em seu olhar. Ela consolava Leonardo que desmoronava encima do caixão, aquela cena irônica do filho rebelde que só do valor a mãe quando a perde. Estavam presentes também o grupinho da faculdade, Bruna, Lex e Nice todas vestidas de preto. Os ex namorados, as professoras e até mesmo as pessoas que diziam não gostar dela estavam em cena no momento mais difícil e longo da minha vida: enterro da minha mãe. Nessa vida eu só tinha ela. Enquanto todos lamentavam muito o ocorrido e diziam que sentiam muito – algumas eu até desconfiava – Eu só conseguia pensar em uma coisa "Para onde eu vou?" "Como irei viver sem ela?"
O destino sempre arruma um modo de me surpreender as vezes com coisas boas outras não, como o fato de eu ter passado um tempo no orfanato até que minha madrinha me tirou de lá, foram 3 meses mais horrível da minha vida, pois enquanto ocorria uma audiência pela minha guarda fiquei trancafiada em lugar cheio de feiras maldosas (sim eram mal). Nunca fiquei tão feliz quanto o dia em que sair de lá (claro deixando uma lembrancinha) coloquei pimenta e ketchup na comida da freira superior – Ela deve ter me amaldiçoado por isso – mais quem se importa? Minha vida já é uma maldição mesmo eu sou uma maldição. Passei então a morar com Marilia a minha madrinha em outra cidade.
O mais difícil de tudo foi ter que me adaptar a vida nova, a família nova e aos amigos novos, a escola nova.                                                                                 Na volta as aulas ninguém me perguntou como me sentia depois do que aconteceu. Ninguém me olhou com pena e perguntou como foram as férias no orfanato – ninguém – sabe por que? Por que ninguém sabia da minha vida, ninguém me conhecia, por que achei bem melhor assim, com o tempo comecei a fazer novas amizades e as perguntas fantasmas começaram a aparecer. "Por que mudou de cidade? " "Você mora com quem? " Eu nunca aprofundei muito nas respostas, ninguém nunca soube tanto da minha vida.

É sempre difícil dizer para alguém que minha mãe de sangue me abandonou ainda bebê em frente a um orfanato em são Paulo, e que depois fui adotada pela atriz Nora Conca que morreu quando eu tinha 16 anos – então fiquei órfã de novo – minha vida é uma verdadeira tragédia, para que contar isso para alguém? Para olharem para mim com pena e dizer "Eu sinto muito" e eu ter que responder "Tudo Bem", mas nunca está tudo bem. Não para mim.

Hoje tenho 19 anos me mudei á pouco tempo para capital de SP com minha melhor amiga Cléo que também é filha da minha madrinha.


(Cap. Revisado)

Quem e você Valerie?Where stories live. Discover now