Capítulo 6: Bem-Vindo

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Em minha vida inteira, seja na infância ou no decorrer da minha adolescência, enquanto eu era feliz - ou achava, ao menos - nunca havia parado e pensado sobre o quão eu era sortudo por esse único e especial sentimento que tinha dentro de mim. Na época, parecia algo comum e algo natural. Se fosse nos dias de hoje, é certo dizer que não. Eu tinha tudo... e então vejo tudo o que eu daria para ter isso de novo. A presença do meu pai, minha vida social, minha mãe carinhosa e saudável mentalmente, o meu amor pela música. É tarde para refletir sobre isso, eu sou vazio e este é um lamentável fato. Mas também é algo inconsolável, visto que nada mais há importância e sobra muito tempo para se torturar com esses pensamentos aleatoriamente. Sinto falta. Sinto tanta falta de tudo. O que eu me tornei? Como vim parar aqui?

Como eu vim parar aqui...

Abri um pouco os olhos com a vista borrada, dificuldade e muita dor de cabeça, e então me deparei com a situação. Eu mal estava processando o que aconteceu e onde eu estava, mas era fofo como uma cama. Era uma cama. Me remexi, desconfortável com a dor na nuca e em todo o resto do corpo; sentia como se tivesse levado uma surra, como quando acontece nos momentos em que eu estou bêbado e tenho alguma discussão com outro alcóolatra em uma festa. Fiz uma careta de agonia, suspirei suavizando a expressão e me sentei. Abri um pouco mais meus olhos e... o que diabos?!

Era o meu quarto.

O meu antigo quarto.

Se não era, então definitivamente uma réplica quase perfeita estava ali diante dos meus olhos, se não fosse pela falta da luz que deveria vir da janela. Estava tampada, com algo que eu não consegui decifrar o que era pois no momento tudo era uma confusão dentro de mim. E foi assim que as imagens da noite passada refletiram sob minha memória como um filme: eu me toquei que algo de muito bizarro havia acontecido. Eu só não sabia o que. Foi pensando nisso e ainda tentando raciocinar que eu me levantei e fui até a porta; que para a minha surpresa (ou não) estava trancada. Ótimo.

Em um ato de reflexo e confusão, comecei a bater na madeira da porta desesperadamente como se eu fosse conseguir abrir aquilo.

- Tem alguém aí? Abra a porta!

Tentei mais algumas vezes despencar aquilo, com chutes e murros que no final eram em vão. Impotência era a pior coisa a se sentir em uma situação como aquela. Soltei um longo suspiro e tornei a olhar em volta do cômodo novamente, reparando alguns pontos que eu ainda não tinha visto. Outra porta estava localizada do outro lado, e eu já sabia o que era. Fui até lá e rodei a maçaneta, conseguindo abrí-la. Encontrei o meu antigo closet. Ou a cópia dele, tanto faz. Era milimetricamente igual, tirando o fato de que não estava repleto de roupas como costumava ser, haviam só algumas. Dei mais alguns passos adiante e passei a mão pelos tecidos... foi então que eu lembrei que as peças de roupas que estavam ali, haviam sumido faz anos e eu nunca tinha parado para notar a falta delas. Bom, agora eu já sabia onde estavam. Então isso era óbvio demais ou era ainda mais confuso e desesperador? Alguém já estava a algum tempo planejando me levar à aquele lugar.

Saí do closet ainda mais enfurecido e voltei a esmurrar e berrar sob a porta.

- Você não sabe do que sou capaz de fazer quando eu ver quem você é, seu imbecil! - dessa vez, peguei impulso com alguns passos para trás e chutei a maçaneta - Abra essa porcaria agora mesmo!

Para a minha surpresa maior, consegui ouvir o barulho da porta sendo destrancada.

Eu já estava preparado para meter a mão na cara de quem estivesse ali, então quando finalmente foi aberta, eu avancei. Mas fui segurado por um maldito ser com cabelos loiros.

- Calma cara! Eu não vou te machucar! - o loiro que também tinha olhos azuis espantados e a pele branca como um algodão, disse em um tom alto.

- Quem é você? Porque me trouxe aqui? - me soltei de suas mãos ainda com raiva e completamente desconfiado.

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⏰ Última actualización: Jun 23, 2018 ⏰

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