Parte II: Amargo

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No outro dia as nove horas da manhã Margot acorda assustada com um sonho muito estranho, ela estava correndo assustada por um caminho no meio de um canavial, parecia estar desesperada. Levantou e foi fazer o café, colocou a comida de Tobias e comeu uma torrada. Seguiu o dia trabalhando, tentou não pensar no que tinha ocorrido, Margot era ótima em esquecer aquilo que não a fazia bem. Seis horas Christian chegou na sua casa, ela desceu do seu quarto e foi recebe-lo com um lindo sorriso, ele era como uma válvula de escape para seus dias entediantes, sua presença a fazia muito bem era algo sem explicação. Eles estavam vendo televisão e conversando assuntos aleatórios da vida quando deu no noticiário que tinham achado um jovem morto, perto da casa dela. Margot ficou alerta, Chris ficou interessado na reportagem; Maurício Vieira Rosseti tinha dezoito anos e foi encontrado morto em uma rua atrás de um restaurante. A polícia ainda não tem informações sobre o assassino, o local não tinha câmeras o que dificulta as investigações dos policiais.

-Olha que engraçado o garoto tem o mesmo sobrenome que você Margot. - falou olhando para ela que ficou totalmente pálida, sem reação alguma. Sua mente estava tentando assimilar as informações.

- Não... não pode ser, deve ser uma coincidência terrível.- Disse levantando do sofá totalmente assustada.

- Como assim? Você o conhecia? -Christian ficou preocupado.

Margot andava de um canto para o outro da casa, nervosa sem saber o que fazer. Ela não entendia porque tinha matado alguém com o mesmo sobrenome que ela, não acreditava em coincidências. Não podia contar para Chistian sobre o ocorrido, então deu uma desculpa de que estava passando mal, para ele ir embora. Ele insistiu em ficar, mas ela pediu educadamente para ele sair o que para ele era uma novidade, Margot sempre fora grossa quando não queria alguém por perto, talvez ela estivesse mesmo passando mal.

Assim que Christian saiu, ela foi procurar na internet algo sobre o tal Maurício, não achou nada da vida dele, nem perfil em rede social, somente as notícias da morte, um mistério até então. Resolveu procurar então pelo sobrenome Vieira Rosseti, também não teve sucesso nas buscas. Desistiu de procurar e foi dormir, no outro dia acordou com o mesmo sonho correndo em um canavial assustada. Não conseguiu trabalhar pensando em quem ela poderia ter assassinado. Saiu de casa e foi para seu único porto seguro a casa dos pais, ficava a dez quilômetros de São Paulo, sua mãe a recebeu com um abraço demorado a saudades era bem grande. Ela se sentia bem mais tranquila na casa, tomou um café e comeu o melhor bolo de chocolate que comera na vida toda.

- Me diz minha filha, ao que devo a honra da sua ilustre visita? Sei que é bem ocupada e nunca tem tempo para sua mãe. -além de carinhosa dona Ana também era bem dramática.

- Tenho que confessar que o motivo da minha vinda é algo sério. -falou Margot.

-O que é minha filha? Você esta bem? O Christian esta bem? -Dona Ana se sentou na mesa preocupada.

-Sim, mãe relaxa não tem nada haver com ele, nem comigo, eu espero.

- O que é então Margot? Você sabe que gosto que falem logo, odeio suspense.

- Eu gostaria de saber... Bom, eu lembro que ha muito tempo a senhora falou que conheceu meus pais biológicos e eu gostaria de saber quem são eles... - disse Margot apreensiva.

- Sei sim minha filha, mas porque isso agora? Você não disse que era melhor não saber? - Dona Ana ficou preocupada.

- Disse, mas agora quero saber porque vi no noticiário a morte de um menino com o mesmo sobrenome que o meu e fiquei curiosa. A senhora assistiu algo a respeito?

- Sim... infelizmente vi no jornal ontem. - Ana não sabia se aquela era uma boa hora para contar toda a verdade, sempre tentou preservar a filha do passado, mas ela estava ficando velha e talvez não conseguisse contar para a filha antes de partir.

Doce Margot ☕Where stories live. Discover now