New Family

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Cá estou eu, fugindo novamente de uma horda de caminhantes, olho para um lado e vejo que tem mais deles vindo. Logo, logo irei ficar cercada.

Olho para o outro lado da rua e avisto uma casa, que me parece ter uma boa estrutura, é só despistar essas coisas que consigo chegar até lá. Olho para trás uma última vez, me dando conta que estão se aproximando, começo a correr na direção oposta à da casa, para que os caminhantes não fiquem tão próximos dela.

Aumento o passo, sabendo que, se eu continuasse naquele ritmo, eles me pegariam fácil. Viro a esquina e começo dar a volta no quarteirão até chegar novamente na rua onde estava aquela casa.

Subo em uma árvore, para ver melhor se tem caminhantes por perto e percebo que só tem uns três perto da casa, a outra horda estava afastada mas não muito, era melhor não fazer muito alarde.

Desço calmamente da árvore e entro na casa, pego minha faca e começo a caminhar lentamente por ela, procurando por caminhantes. Não os encontro, então suspiro, deixando minha bolsa em cima do sofá e saindo em direção a cozinha para procurar comida. Acho umas barras de cereais, provavelmente vencidas, uns M&M's, um pote de nutella e uma maçã. Coloco tudo em minha bolsa.

Ficaria ali por alguns dias, até que me sentisse desconfortável e mudaria novamente. Não gostava muito de andar com um grupo, eles sempre acabavam morrendo...

Estava olhando o álbum de fotos da família Parker, quando me deparo com um diário, de uma menina chamada Freya, nome meio incomum, resolvo guardar em minha mochila para olhar depois, talvez Freya quisesse que alguém lembrasse dela. Me pergunto onde ela está agora e se ela está viva, provavelmente não, mas ainda tinha esperanças dela ter sobrevivido, quem sabe não a encontro por aí.

Estava distraída em meus pensamentos, quando ouço um bebê chorando. Um bebê? Em meio ao apocalipse? Saio da casa imediatamente, e vejo que realmente tem uma bebê, deveria ter uns oito meses de vida, no meio da rua.

Tinham 3 caminhantes se aproximando dela, geralmente eu não gostava muito de ajudar as pessoas, porque nunca se sabe se vão te agradecer ou te roubar, mas ela era um bebê, não importa se tivessem pessoas más com ela, eu tinha que ajuda-la.

Saí correndo antes que aquelas caminhantes chegassem até ela, pego minha faca e jogo no crânio de um que estava bem perto dela, vejo que o outro está quase colocando as mãos nela e o empurro.

Pego a faca no crânio do outro e enfio no que estava atrás dela, esmago a cabeça do que estava no chão com o pé, pego a bebê no colo e tento acalmar ela. Percebo três pessoas vindo em minha direção, espero que elas sejam boas porque senão forem vou ser obrigada a fazer o que não quero...

Um menino que aparentava ter 14 anos e dois adultos. O que estava segurando uma besta, que por sinal achei incrível, olhou para mim mais não disse nada quando se aproximou. O que estava com uma barba muito grande pegou a bebê do meu colo, me agradecendo por salva-la e o menino deu um sorriso para mim de agradecimento e abraçou a bebê.

Judith, meu amor tudo bem agora, agora você está com o papai - O com a barba enorme falou, o menino provavelmente é irmão dela, eles se pareciam muito - Muito obrigada mais uma vez por salvar a minha filha, não sei como irei te recompensar.


— Não preciso de nada, afinal eu acho que qualquer um faria isso por uma bebê – Sorrio meio sem graça, acho que são pessoas boas – Eu já vou indo – já ia me afastando quando o barbudo gritou:

— Hey, espera, você tem algum grupo? Alguém com quem está? – Ele pergunta entregando a filha para o menino.
— Hã.....Não – Respondo meio receosa.


— Quantos walker's você já matou? – Essa pergunta me surpreende, mordo os lábios, essa era um novo jeito de chamar os caminhantes? Provavelmente.


— Não sei, muitos talvez, não fico contando e acho que você também não conta – Dou um leve sorriso e ele sorri de volta.


— Não, não fico – De repente ele fica sério – Quantas pessoas você já matou? – Essa pergunta me pega de uma maneira.....Não sei se deveria responder, nem sei porque estou respondendo elas, mas resolvo responder para ver onde ele quer chegar.


— 4 – Respondo sinceramente


— Por quê? – Ele parecia intrigado, geralmente não fico contando minha vida por ai mas como já disse, ele me parecia uma pessoa legal e queria saber aonde isso daria

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— Os 4 tentaram me estrupar – Olho para o lado meio desconfortável e o olho de novo, ele parecia surpreso, ele olha bem para mim, parecia estar analisando se eu era uma pessoa confiável, será que ele estaria pensando em me aceitar no grupo?


— Você pode vir com a gente, se quiser é claro. – Ele olha para o menino e para o cara mais velho.


— É, a sua blusa é do Batman, qualquer menina com a blusa do Batman é bem-vinda na nossa casa – O garoto comenta e eu solto um riso, o adulto que estava do lado apenas balança a cabeça fazendo sinal de positivo.


— É...bem eu... – Eu não sabia se aceitava ou não, não gostava de ficar sozinha mas e se eles morressem? E se quando eles me conhecerem eles não gostarem de mim? E se na verdade eles não são pessoas boas? Eu gostei do garoto, e do barbudo, até do cara calado com a besta na mão mas ainda não sei

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— Você pode vir, e se não gostar pode ir embora, não vamos te obrigar a ficar – O cara barbudo diz, respiro fundo pensando e pensando, então tomo minha decisão.


— Tá legal, eu vou com vocês, só preciso voltar para aquela casa e pegar minha bolsa – Digo apontando para uma casa e o cara barbudo dá um sorriso enorme, não resisto e sorrio também, o menino sorrio e até o cara da besta solta um mini sorriso.


— Tudo bem, te esperamos no carro ali, meu nome é Carl, o dele é Rick e esse é o Daryl – O menino aponta para cada um enquanto vai citando os nomes e depois para um carro cinza parado na esquina e eu assisto.


— O meu é Caroline - Sorrio


— Daryl, acompanha ela até a casa, essas ruas são perigosas para ficar andando sozinho por aí, em um minuto não tem nenhum zumbi e no outro eles aparecem de surpresa

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— Eu sei me virar sozinha – Digo olhando para o Rick.


— Eu sei mas me sentira mais confortável se o Daryl fosse com você, tudo bem? – Ele parecia se importar comigo, por um lado me sentia bem mas pelo outro ficava brava por ele achar que preciso de babá, mas mesmo assim assinto com a cabeça – Tudo bem Daryl? – O mesmo responde que sim e eu começo a andar na frente dele, pensando em como seria minha avisa a partir de agora, talvez ela mudasse para melhor, talvez não, mas eu sabia que agora eu poderia contar com uma família e tinha a impressão que essa família iria aumentar.

Hope Never DiesWhere stories live. Discover now