Ela vai me odiar tanto.

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- NIALL, QUEM É? VEM LOGO, O FILME JÁ VAI COMEÇAR. – Eu ouvi uma voz feminina gritar de dentro da casa e senti o chão abrir embaixo dos meus pés.

- Oh... – O som saiu de minha boca demonstrando minha tremenda frustração. – Você está ocupado agora, eu volto outra hora. – Eu virei de costas e ele segurou em meu braço me fazendo virar de frente para ele novamente.

- Não vai embora. – Sua voz saiu grave e embora não tenha falado quase nada, o seu tom saiu cheio de promessas. – Eu posso resolver isto, só me dê um segundo.

- Não Niall, eu não posso... – As palavras pararam de sair assim que eu olhei em seus olhos, eles me fitam com tanto interesse.

- É só a Alessia, é só a minha melhor amiga que está lá dentro. Eu posso pedir para ela voltar outra hora, nós só iríamos assistir a um filme. – Ele tentou se justificar. – Por favor, eu preciso saber o que você veio fazer aqui, não vá embora sem fazer o que queria fazer quando tocou a campainha... Por favor.

- Tudo bem. – Eu falei após respirar fundo de olhos fechados. – Ela vai me odiar tanto por isso. – Sussurrei após ele entrar na casa. Encostei-me no meu carro esperando ele se livrar educadamente da filha da minha chefe e depois de dez minutos eles apareceram no portão.

Alessia está com a cara extremamente fechada e quando seus olhos pousaram sobre mim senti minha pele queimar de tanto ódio que eu vi em seu olhar.

- Espero que se divirtam. – Ela falou ironicamente antes de atravessar a rua para pegar o seu carro que estava estacionado lá.

- Vem, ela vai superar. – Niall estendeu a mão para mim e eu segurei.

O caminho do jardim até a casa foi em completo silêncio, mas eu posso jurar que senti Niall acariciar por breves segundos a minha mão com seu dedão, não tenho certeza porque estou tremendo em cima dos meus joelhos e não consigo formar um pensamento decente neste momento.

- Você quer beber alguma coisa? – Niall perguntou após fechar a porta da casa. – Água?

- Não, eu não quero beber nada. – Coloquei minha bolsa em cima do sofá e vi um pote de pipocas em cima da mesa de centro e cobertores espalhados como se fosse rolar uma festa do pijama. – Eu atrapalhei tudo, né? – Falei olhando em volta.

- Você não atrapalhou nada. – Ele ergueu os cobertores e colou todos na poltrona. – Alessia vai entender.

- Duvido muito. – Estamos de pé frente a frente e eu não poderia estar mais nervosa. – Ela vai pedir minha cabeça para a mãe dela com toda certeza. – Soltei um riso nasal e ele se aproximou mais fazendo meu coração bater mais rápido, se é que ele ainda consegue bater mais rápido.

- Eu estou curioso... O que você veio fazer aqui? – Sua voz voltou a ficar arrastada e sexy. – Seu noivo sabe que você está aqui?

- Não fale dele, por favor. – Minha voz saiu baixa, mas como ele está perto com certeza ouviu. – Eu pedi um tempo. – Eu falei e o vi arregalar levemente os olhos.

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