Beijo Lésbico

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Se é a primeira impressão que fica, aquela era bastante agradável. Impressionei-me com a quantidade de mulheres bonitas em apenas um local e a sua grande variedade. Se eu quisesse conhecer uma ruiva baixinha, uma negra com seios pomposos, uma loira com bunda grande... Nooossaaa! Qualquer combinação você conseguiria achar na Inglaterra, deve ser por isso que desenvolvi minha paixão por esse país. No começo, pensei que fosse a diversidade cultural, mas, melhor do que isso, o que me atraiu de verdade foi a diversidade de mulheres.

Sempre achei que podia conquistar qualquer garota, claro que nem sempre o resultado era cem por cento, mas nunca ficava triste por levar um fora, na verdade, me divertia nesses momentos do mesmo jeito que um adolescente quando recebe um novo videogame, era o meu modo de espairecer e de esquecer os estresses cotidianos. Ao longo de minha juventude desenvolvi uma auto-estima muito grande, olhar nos olhos, apertar firmes as mãos, nunca se inclinar ao falar com alguém... Esses eram os métodos mais eficientes para se demonstrar confiança. Conseguia atrair não só mulheres, mas as pessoas de uma forma geral. Porém, tenho que confessar que estar numa viagem internacional, tudo seria novidade, um desafio, e para conquistar mulheres não seria diferente.

No começo a diferença primordial era que eu sabia o que as mulheres brasileiras gostavam, sabia fazê-las se divertirem com certa maestria, mas estava diante de novos estilos e possibilidades. Claro que teria que estudar durante um tempo e analisar o que seria melhor pra as inglesas e as estrangeiras. Torcia para que fosse apenas aprender inglês, mas não, era aprender uma nova aproximação, um novo jeito de pegar, de beijar e de sentir uma mulher.

No início foi bastante difícil, eu até sabia inglês, todavia não era com o sotaque britânico, e elas não eram tão pacientes como as brasileiras, se eu errasse uma palavra, elas me mandavam embora de maneira rude, era sempre com um belo e educado... "Vai tomar no cu!". Então resolvi comprar internet 4G pro meu celular e utilizar o Google Tradutor, digo veemente que isso foi o que salvou minha viagem. No sentindo de mulheres... Claro.

Ao desenvolver meu inglês, percebi que o jeitinho brasileiro era dentre todos os estilos que eu havia analisado dos homens, o melhor. Os brasileiros eram os mais malandros, sabiam conversar com mulheres e tocá-las, sabiam o que queriam numa festa. Já os ingleses, queriam arrumar brigas e pareciam que ficavam com as mulheres para apresenta-las como troféus aos amigos. Além disso, eles disputavam tudo entre si, eram metidos a machões. Eu achava engraçado porque enquanto eles brigavam entre si, enquanto disputavam sobre quem era o mais forte, os brasileiros ficavam com suas mulheres e sabiam muito bem como conquistar. Essa regra não era geral, mas foi um parâmetro que consegui traçar.

Orgulho-me da minha primeira festa em Brighton... Estava muito escuro nesse dia. Nessa época do ano, a Inglaterra costumava escurecer lá para as 22h, mas, por uma razão inexplicável, a tarde tinha sucumbido pouco antes das 20h. O frio estava bastante peculiar e, por causa disso, tive que me agasalhar bem para poder sair para conhecer a noitada.

Tomei o banho do dia. Sim, eu só podia tomar um banho por dia, o preço da água e da energia por lá eram muito onerosos. Peguei o ônibus 14A, até a North Street, bem no centro de Brighton. Encontrei-me com Caio, meu único amigo brasileiro no momento . Ele era mais velho que eu e conhecia diversos conterrâneos no local, a escola em que ele estudava era lotada de brazucas, ao contrário da minha que existiam no máximo quatro. Não esperava muito da noite, mas estava ansioso pra saber como era curtir uma balada fora de minha terra natal.

Entramos no The Font e então ele me apresentou à galera de Natal, depois foi a vez do pessoal de Recife e logo em seguida o de São Paulo. O The Font era um pub tradicional em Brighton, onde antes se encontrava uma igreja. Era um local bastante agradável, possuía dois ambientes, embaixo o bar e um espaço para o DJ e uma banda de rock. Em cima, após subir uma escadaria com doze degraus, você encontra um ambiente escuro, com alguns lounges e um espaço para conversa agradável, pois o som ali é mais baixo. Dessa forma, no primeiro ambiente o pessoal ficava dançando e bebendo e no segundo bebendo e beijando. Fiquei no andar de cima, lá estava uma linda mulher de Natal que se chamava Débora, conversei com ela durante um bom tempo, e ela parecia estar curtindo o nosso diálogo, embora eu não quisesse nenhum pouco ficar com ela, pois não tinha saído de João Pessoa e ido até Brighton para ficar com alguém que mora ao meu lado.

NO SLEEP: A Saga do Intercambistaحيث تعيش القصص. اكتشف الآن