Minha estúpida coragem

Capítulo 38

   Não pode ser, é verdade. O Google mostra vários resultados da pesquisa: Médico famoso é traído pela esposa; Leonel Blanchard descobre traição; Jaqui Billy, esposa de Leonel Blanchard, curtia a cama com três “amigos íntimos”; Cirurgião e ortopedista da Faculdade de Medicina pega a esposa no flagra com três homens na cama.
   Fico pasma diante de tantas frases de jornais nacionais e internacionais, revistas e até programas de fofoca. Minha nossa! Era mesmo um descaso. Clico com a setinha na frase “Leonel Blanchard é traído pela esposa”.

   Enquanto o marido (Leonel Blanchard) trabalhava, Jaqui Billy (esposa dele) fazia a “festa” na cama com três estudantes de educação física chamados Henrico (26), Talles (20) e Theodore (24). Os estudantes estavam na academia do marido dela, quando a Srta. Billy propôs uma “diversão” aos três, que aceitaram de imediato. Segundo os rapazes, a mulher de Leonel não valia um real.

Comentários do Google:

@laviniacasagrande
Ela gostava de uma suruba, hein?

matheus@mendes.com
Mulher safada.

cristofferblanchard@stilismo.com.br
Forças, irmão. Estou nessa com você.

rubensconstrutora@gp.br
Nossa, estou pasmo. Sempre achei o casal tranquilo.
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Segundo uma pesquisa feita pela revista InformeMund em Bordeaux (França), o caso teve repercussão internacional também, já que o famoso médico é francês e muito conhecido em sua cidade por ser um excelente profissional.
Jaqui Billy é uma dentista, natural de São Paulo, casou-se com Leonel Blanchard aos vinte e três anos e é filha de Marco Vera Billy e Suenil Billy Charques. Durante o casamento, Leonel e Jaqui não tiveram filhos porque o relacionamento não durou muito tempo — três anos apenas.

   Fecho a primeira página, pois é muita coisa para minha cabeça. Realmente, eu estou incrédula. Bom, no começo, achei que não era tão dramatico assim, mas, depois dessa pesquisa, meus pensamentos mudaram. Como essa mulher pôde ser tão cara de pau? Abro outra página.

CONHECE O CASO 2008, QUE TEVE REPERCUSSÃO NACIONAL?
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Em 2008, o cirurgião e ortopedista Leonel Blanchard descobriu a traição da esposa. Ele estava no trabalho no dia 10 de junho de 2008, mas resolveu voltar para a casa porque havia esquecido seu aparelho de medir pressão em cima da cômoda, quando se deparou com sua esposa, Jaqui Billy, na cama com três homens. Isso mesmo. TRÊS HOMENS! Leonel ficou puto da vida com ela. Para vingar da esposa, ele desceu o último andar do apartamento onde morava só para mostrar à imprensa como Jaqui estava: de uma blusinha curta e usando apenas calcinha. Seminua a danadinha!
Comentários do Google:

rick@casadeval.com
Que isso, minha gente?

elisagoulart12@felix.net
Nossa! Ele não merece isso, é um doutor tão lindo.

gleicyprado9@gmail.com
Vem pra mim, Dr. Leonel Blanchard.

paulokavanagh654@mapely
Sempre achei essa tal Jaqui Billy uma safadinha.
                   2.925 comentários.

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       Leonel Blanchard
Ele diz não perdoar uma traição. Leonel afirma isso na cara de uma repórter.
— Doutor, o senhor perdoaria uma traição?
   Ele soltou os cachorros:
— Se eu perdoaria uma traição? Não! Apenas erros podem ser perdoados, e traição não é um erro, é uma escolha.

   Tem até vídeos da cena, meu Deus do céu. Leonel passou por toda essa humilhação? Não acredito. Meu Leonel, onde está você para eu te acalmar? Se eu te conhecesse em 2008, nós poderíamos estar casados hoje em dia, mas você não ia me querer com 15 anos de idade. Isso seria pedofilia. Fecho o computador porque todas essas notícias são demais para mim. Ainda fico me perguntando como ela pôde fazer isso. Jaqui Billy é uma mulher tão bonita.
   Você é mais, sua sonsa.
   Troco de roupa para dormir, caio na cama e penso em Leonel. Uma vez tive um sonho erótico com ele.

Ele está deitado na cama, com o cotovelo apoiado no joelho direito. Leonel fica sexy assim, e usa só uma calça de moletom branca, deixando amostra seu abdômen sarado. Ele me olha com desejo assim que saio do banheiro, levantando-se, ele vem até mim.
Percebo que estou nua por entre a grande toalha branca dele. Leonel toca meu maxilar com o polegar e sobe até meu lábio inferior. Me arrepio com seu toque. Ele solta meu cabelo, que estava preso numa presilha.
— Adoro esse cabelo longo.
   Bem lentamente ele passa para trás de mim, faz isso com as mãos na minha cintura.
— Eu amo você, Esther — sussurra, dando-me beijos quentes e molhados do ombro até meu pescoço.
Eu me arrepio de novo. Que delícia! E ele vai me beijando até que eu jogue a cabeça para trás, dominada pelo ardor que sinto. De repente, deixo a toalha cair no chão, então, fico a mercê para Leonel Blanchard. Ao me ver, ele toca meu traseiro, as coxas e barriga com a mão — tudo numa lentidão de doer a pele. Ele mordisca a pontinha da minha orelha.
— Ai — gemo ofegante.
Minha boca está seca, eu quero beijar ele.

   Fecho os olhos ao me lembrar do delicioso sonho erótico que tive com aquele homem absurdamente sexy. Viro de lado na cama, recordo as vezes em que fizemos amor em vários lugares: na sala da faculdade, no consultório do laboratório de anatomia, em sua casa, no restaurante sob escuro, no carro... Minha nossa, chego a ficar excitada. Lembro das suas reações: desejo, ardor, suor, gemidos de satisfação, a lista não tem fim. Abraço o travesseiro e suspiro fundo.
— Cadê você? — gemo. — Também preciso disso, Leonel.
   E assim, pego no sono.